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Da porteira para fora (51p) – Jornal Tribuna Liberal de 20/05/2018 – A Travessia 2.

Fui Mandado Embora.

Esta semana que passou o Dr Zero Cost recebeu uma mensagem, digamos, que foi daquelas que são comuns no programa do Serginho Groisman em Altas Horas. O garoto diz que um amigo dele tem um problema sexual, ele quer ajudar o amigo e “taska” a pergunta. Então, vamos responder para o sr. X.

A situação é comum, o próprio Dr. Zero Cost já passou por ela diversas vezes, ou seja, uma dispensa do emprego. E aí brotam alguns sentimentos: ódio, raiva, o desempregado se faz de vítima, não dorme, xinga o chefete, procura um advogado amigo, .. a fantasia é o limite.

O que comentar? A chance de errarmos em nossas análises são enormes, pois, não temos todas as variáveis em mãos. Principalmente a versão de quem tomou a ação da dispensa. De qualquer maneira a situação não é das mais agradáveis e dificilmente alguém em sã consciência diria: Puxa, é verdade eu não fui capaz! Não acompanhei o desenvolvimento da empresa. Não acompanhei o desenvolvimento tecnológico. Etc… É muito difícil sermos imparciais, o mais comum é cairmos na vala comum sem argumentos muitos fundamentados, e transferirmos para terceiros a culpa, esse terceiro em muitas ocasiões é o Brasil, o Mercado, etc…

Obviamente que cada caso é um caso, e pode-se ser dispensado desde: por processos políticos internos da empresa, por incapacidade, pelo próprio mercado que dependendo do segmento que a empresa atue pode estar fazendo água, por justa causa, etc. ou a pessoa pode decidir sair por não encontrar espaço, ou eco em suas propostas e aspirações, por ter a sua frente todos os dias um chefete.

Insistência versus Persistência.

O tema: saída do emprego é muito rico, pode ocorrer do nosso sr. X confundir insistência com persistência.

E aqui podemos jogar um pouco de luz, a insistência é quando o sr. X faz sempre a mesma coisa, ou seja, ele não se reinventa, ele é repetitivo, não procura reavaliar o “status quo”, não abre novos caminhos, não estuda, não lê, não se desenvolve, não compara o que ele faz com o mercado. Dança e canta sempre a mesma música e se esquece que as Dez Mais sempre se renovam, por essa atitude pagará um preço, às vezes altíssimo, dependendo de seu nível hierárquico.

Quantos desses srs Xs não são proprietários de empresas, e gravam de maneira indelével em sua mente: “Eu não vou mudar”. Trata-se do direito de livre arbítrio, e devemos respeitá-lo, no entanto, ele deve estar preparado  para arcar com suas ações. Simples, assim!

Mudar, aqui significa fazer uma travessia dolorosa, e sem ajuda de um terceiro dificilmente ele conseguirá lograr sucesso nesta mudança. Se não quiser ou não puder pagar um terceiro terá que ser muito persistente, e nada insistente.

A quem recorrer?

Isso irá depender de seu nível. Ele poderá ter uma determinada patologia, neste caso deverá procurar um profissional da área médica, mas podemos ter três níveis crescentes de suportes relativamente comuns no mercado;

Nível 1. Professores, são aqueles que nos ensinam os primeiros passos, veja, estou generalizando. Suponha que você deseje aprender a tocar sax. Então, busque uma escola, e lá encontrará um professor. Esse professor o introduzirá ao instrumento, pegará você pela mão e dará junto contigo os primeiros passos. Outro exemplo, você deseja aprender a ser um “manager”, então, busque uma escola de gestão, faça um MBA. O professor é o nível mais básico para se dar início a uma caminhada de mudanças.

Nível 2. Treinadores, você já é um craque, ou seja, sabe jogar o jogo. Pensemos no Tite, técnico da seleção brasileira. Não sabemos ao certo se ele foi um jogador, mas isso não importa, ele é o melhor técnico atualmente disponível no Brasil, e ninguém questiona se ele deve ou não treinar a seleção canarinho. O treinador também é conhecido no mundo corporativo de “coach”, e está na moda. Ele faz o “coaching”. Ou seja, você o chama, ou  o contrata, e ele trará uma receita de bolo que aprendeu numa escola, e recebeu o título de “coach” – treinador. Trata-se de uma profissão, a maioria deles nunca teve uma empresa, e se teve há grandes possibilidades de ter quebrado. O “coach” pode ser muito útil, principalmente junto a um empresário que pulou alguns passos para alcançar o sucesso. Não soube organizar sua empresa corretamente, apesar de ter obtido lucros. O “coach”, por exemplo, poderá iniciar um trabalho perguntando: Qual é o propósito de sua empresa? E emendaria: Se eu perguntasse para todos os colaboradores, eles teriam a mesma resposta sem pestanejar? Assim, ele entrará nos processos, dará instruções, criará rotinas, e espera-se que funcione. Por que, não?

Nível 3. Mentores, o sr. X já passou pela escola, já teve um “coach” na empresa, e continua com problemas. Bem, neste caso a saída é conseguir um mentor. O mentor é aquele que possui “necessariamente” uma trajetória no segmento que a empresa do proprietário atua, essa trajetória pode ter sido de sucesso ou não, se for de fracassos, será muito bom, pelo menos ele já sentiu na carne o que não dá certo.

O mentor é a pessoa que não aconselha ninguém, ele propõe discussões, e o mentorado vai construindo sua própria solução. O que se espera do mentorado é que ele esteja disposto a escutar, pois, se for do tipo, “eu não vou  mudar”, “eu sou o “the best”” é melhor deixá-lo seguir sua trajetória. Aqui cabe bem, um “Deus lhe Ajude”.

Vale dizer que o mentorado pode concluir que a solução a ser adotada para um determinado cenário não seja a solução que a maioria dos colaboradores aprovaria. O que fazer? Neste caso, ele deve mostrar suas qualidades de líder e em vez de empurrar a solução ladeira abaixo na organização, deve convencer seus comandados que a melhor essa estratégia é.tá tá tá …. considerando..x, y, z…e com essa atitude convencer o time a remar em outra direção. (Continua na próxima semana).

 

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