Técnicas e Ferramentas

E aí, meu projeto é rentável ou não?

Como posso saber se meu projeto ou se minha empresa é rentável? E se é, quanto é rentável?

Essa é uma dúvida cruel, já que não é simples analisar se iremos ou não ganhar dinheiro entrando num determinado projeto, iniciando uma nova empresa, ou lançando um novo produto. Mesmo fazendo a lição de cada, as variáveis não são poucas. Tanto as variáveis internas como as externas, elas são dinâmicas e no Brasil o que vale hoje pode não valer amanhã, a segurança jurídica é questionável.

As ferramentas propostas anteriormente, como:

  • Plano de Ação, incluindo a SWOT e a PEST, e a construção criteriosa de um
  • Plano de Contas, separando os valores operacionais dos não operacionais, e um
  • Fluxo de Caixa, com as contas discriminadas, agrupando-as coerentemente, e avaliando sua evolução ou involução, e
  • A análise do EBTIDA, superficial, todavia indicatória.

São passos anteriores e fundamentais para analisar se vale ou não vale a pena financeiramente entrar num determinado projeto, ou comprar a participação de uma determinada empresa, ou inaugurar uma nova linha de serviço ou produto, há muito pouco espaço para aventureiros no mundo de hoje (2017).

Pois é, como fazer essa análise?

Esta análise deve ser feita através de dados que se convertem em informações, e geram cálculos matemáticos complexos, o bom, é que já resolveram esse problema para nós.

Sim, você pode fazer na unha e levará horas, quem sabe dias para chegar numa conclusão que a HP12c fará em segundos.

Se a quantidade de dados disponíveis é grande, parte-se para um Excel, ou muitas vezes um módulo de um ERP – (é uma sigla derivada do nome Enterprise Resource Planning que, traduzido significa “Planejamento dos recursos da empresa”. ERPs são que softwares que integram todos os dados e processos de uma organização em um único local e este local gerencia uma série de áreas, departamentos e junta esses dados para facilitar a gestão da empresa)

Por que as empresas padronizam o cálculo do retorno sobre o investimento?

Porque para cada mercado há um comportamento similar, ou seja, se a empresa está no segmento de venda de imóveis, as variáveis são mais ou menos conhecidas, e variam muito pouco, portanto, isso permite que ela desenvolva uma planilha automatizada, e muitas vezes aqueles que aprendem a mexer nesta planilha com destreza não sabem o cálculo que ela executa, mas sabem que é assim, rotina da empresa.

Se migrarmos para um mercado de vendas de bens de capital, por exemplo, venda de turbinas, por exemplo, por mais complexo que possa parecer uma turbina as vendas são feitas dentro de um padrão de negociação, portanto, o cálculo do retorno sobre o investimento pode ser discriminado numa planilha padronizada.

A utilização do ERP torna o tema mais simples, pois, cria um padrão para este tipo de análise, ou seja, um cálculo com o jeitão da empresa, com nomes e procedimentos que a empresa pré-definiu. E outro ponto é que o funcionário ao se logar no sistema deixa ali seus dados, portanto, o rastro de como aquele dado foi obtido o que torna possível verificações futuras. A meta das empresas com alguma musculatura é sempre terminar com as planilhas em Excel, pois, elas se espalham como praga dentro das empresas o que deixa a empresa vulnerável e sem padronização.

Então, o que é a TIR?

A TIR é a taxa de retorno sobre o investimento, na HP12c encontramos a tecla IRR “internal rate of return”, tecla que deverá ser apertada para que a calculadora nos forneça o cálculo da TIR, “Taxa Interna de Retorno”; a sigla YTM – “Yield to Maturity” é mais usada para títulos de renda fixa, e significa “taxa de rendimento até a maturidade”, ou podemos dizer simplesmente Yield, ou seja, rendimento.

Na pratica funciona assim, se um investidor ir a um banco e colocar seu rico dinheirinho o banco irá lhe dizer: Eu pago-lhe “ X ” por você deixar seu dinheiro aqui pelo período “Y”, então, se ele tiver uma outra opção que lhe pague mais pode ser que ele arrisque colocar os recursos em outro local. Esse outro local seria outra empresa, a compra de um bem, um terreno, uma participação numa empresa, um outro projeto, etc.

Às taxas pagas pelo banco podemos denominar taxas de mercado, e essa taxa será uma referência para sua tomada de decisão, qual decisão? Se iremos colocar ou não os recursos no banco, ou se iremos colocar em outro local.

O que é VPL?

VPL é o Valor Presente Líquido. Por que introduzimos esse novo conceito? Porque, estamos na data zero, na data presente, e para saber se o investimento bancário ou num outro projeto será mais ou menos interessante, devemos trazer todos os nossos dados (valores)  para a data de hoje, ou data presente. Mas, quais dados? Os dados que colocamos no fluxo de caixa na ferramenta anterior.

O VPL também é conhecido como PV, por que? Porque PV significa Present Value em inglês, ou Valor Presente, o que é a mesma definição.

Para fazermos um investimento junto a um banco devemos dispor deste recurso, ou para fazermos um investimento num determinado projeto precisamos dispor deste recurso. E estamos supondo que este recurso está em valor presente, exemplo, possuo 100.000,00 mil reais para comprar um automóvel e desejo trabalhar no UBER, a operação será: pego esses 100.000,00 compro um automóvel, e inicio o trabalho, no primeiro mês faturo 4.000,00 e tenho como despesas com combustível e manutenções  1.200,00 reais, ou seja, no final do mês estarei com 2.800,00 no bolso, isso é um bom negócio ou não? A série deve seguir mês a mês e você irá montando seu fluxo de caixa.

Ahhh mas eu não paguei os 100.000,00 reais à vista, ok, neste caso você terá que trazer os investimentos para o valor presente, para a data de hoje, para poder comparar números ou valores na mesma base. Ou seja, as comparações são feitas numa única data, a data atual.

Então, por que eu desejo calcular o VPL? Simples, você investiu 100.000,00 reais na compra de um veículo, trabalhou 15 meses e ganhou um determinado valor mensal, trazendo esses valores para o presente e comparando com os 100.000,00 desembolsados, se esse cálculo (qual cálculo? Os valores futuros levados a presente menos o valor desembolsado no instante zero) der positivo houve um ganho, se der negativo houve perda. Tranquilo? Se der positivo, deve-se comparar com as taxas pagas pelos bancos, por que? Porque se for menor que as taxas pagas pelos bancos, você poderia ter ficado em casa, colocado seu dinheiro no banco, não correria riscos (ou correria riscos muitos pequenos), e principalmente poderia ter usado seu tempo para outra atividade.

E como posso calcular a TIR?

Então, o conceito é levar todas as saídas e entradas para uma data presente. Supondo que nesta data presente você tenha desembolsado 100.000,00 para comprar o automóvel, quando você leva a valor presente todas as entradas e saída. Mas, o que nos fornece a TIR? O cálculo da TIR serão interações de sorte que ele irá conseguir o VPL = 0, confuso?

É assim, se trouxermos todos os valores futuros para a data presente de sorte que esses valores futuros menos o valor inicial dispendido na compra do automóvel seja igual a ZERO iremos encontrar a Taxa Interna de Retorno, e com ela em mãos podemos comparar com a taxa de mercado, ou a taxa paga pelo banco.

Se na comparação com as taxas bancárias tivermos um valor maior estaremos tendo um ganho, se tivermos um valor menor que as taxas bancárias estaremos tendo uma perda.

E as fórmulas?

Preferi até aqui explicar essa importantíssima variável TIR sem mencionar fórmulas para não desanimar o navegante. A fórmula, ou as fórmulas são simples, mas podem parecer complexa, e como foi dito no início alguém já pensou e automatizou esse cálculo por nós, ou seja, tornou a nossa vida muito mais fácil.

Você poderá calcular os valores presentes na “unha” e terá um trabalho hercúleo, poderá usar um excel e sua vida se tornará mais alegre, poderá usar uma HP 12C e resolverá alguns problemas de forma rápida, desde que a série de entradas e saídas não seja longa. Ou poderá um software instalado e dedicado para sua empresa, neste caso colocará os dados no sistema e irá obter os resultados corretos, mesmo sem entender quais cálculos estão sendo executados pela máquina.

investimento Inicial 2000
recebimentos igual a 7 parcelas de 500
Esse projeto é interessante?
2000
500 500 500 500 500 500 500
Problema HP12c
Cf0 -2000
Cfj 500
Nj 7
IRR ??
Procedimento na HP12c
limpe a memória da máquina f CLX
insira o valor do inv. 2000 CHS g CFo
insira o valor dos recebimentos 500 g CFj
insira o número de recebimentos 7 g Nj
calcule a TIR f IRR 16,33
A resposta que vc deverá dar é : 16,33% de TIR é interessante ou não? Hoje, (2017, a inflação deve fechar em torno de 3% ao ano, aplicar o dinheiro por 7 meses a 16,33% nos parece uma excelente taxa).
Como esse problema é muito simples, ou seja, as prestações são idênticas, já
que elas poderíam ser diferentes, mas neste caso vc já saberia calcular, basta para
tal entrar com cada um dos valores de CFj (observe que no exemplo acima ele não
variou e foi igual a 500
Então, a outa maneira mais simples para calcular a Taxa = i, será
Procedimento na HP12c
limpe a memária da máquina f CLX
insira o valor do inv. 2000 CHS PV agora, use as teclas BRANCAS
insira o valor dos recebimentos 500 PMT
insira o número de recebimentos 7 n
calcule o i i 16,33
Observe que o resultado foi coincidente, utilizando duas maneiras para executar o
cálculo. Ou seja, 16,33%,  Caso as prestações fossem diferenciadas, teríamos que utilizar necessariamente a primeira metodologia
Observe que essa série poderá ficar ainda mais complicada, como? Suponha que os
recebimentos não sejam periódicos, ou seja, o cliente paga em 40 dias uma prestação
depois passa a pagar em 20 dias, ou seja, os intervalos não são constantes.
Por tal, as empresas desenvolvem algumas planilhas automatizadas, ou mesmo
seus próprios softwares para executar esse cálculo. Embora, os cálculos mais simples
a calculadora HP12c resolva com tranquilidade e vc nem precisa tê-la à mão, basta
baixar o aplicativo HP12c por alguns dólares na loja de seu smartphone

E aí, é mesmo necessário executar esses cálculos?

Sim, o sucesso do passado não lhe garantirá sucesso no futuro. Os negócios estão cada vez mais complexos, a quantidade de variáveis aumentam, há uma evolução constante. Pessoas que enriqueceram a cerca de 50 anos com determinados procedimentos são “cases” importantes para estudos, mas esse sucesso conseguido na grande maioria das vezes não se consegue repetir, simplesmente copiando o passo a passo.

 

Executei todos os cálculos para 2017, devo refazer para 2018?

Suponha que você seja o gestor da empresa, ou o gestor de um determinado projeto; há duas maneiras de encarar o novo período que se inicia:

  1. Você extrapola os dados conseguidos em 2017 para 2018, e executa uma projeção. Projetando custos, despesas, perdas, e receitas. Feito os cálculos parte-se para cumpri-los.
  2. Orçamento Base Zero, parte-se do zero a cada ano, todas as despesas, custos, perdas, e receitas devem novamente serem justificadas.
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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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