Você é político?
Espero, sinceramente, que seja! Se não for, o Dr Zero Cost se utilizará de alguns artigos para “tentar” convencê-lo.
Por quê?
O Dr Zero Cost aconselha seus amigos empreendedores a serem apartidários, ou seja, que não sejam vinculados a partidos políticos. Por que?
Porque, os partidos políticos servem aos políticos profissionais, e normalmente essa não é a praia do empresário. Os políticos trocam de partidos com facilidade por “n” razões que não cabe discutir aqui. Todavia, o empreendedor já possui variáveis de toda sorte para controlar e não há motivos para correr mais esse risco.
O empreendedor, sim, deve ser político, ter suas convicções, não como um bólido semovente, mas frequentador de associações de classe para defender seus interesses, e buscar dentro da legalidade, dentro da sociedade civil organizada o que for melhor para o seu negócio ou para seu segmento de mercado. Portanto, a sugestão é que o empresário seja apartidário, mas não seja apolítico.
Vale dizer que se o empreendedor despreza a política por consequência deverá desprezar a ética, já que os fundamentos da política e da ética são idênticos. Por que? Porque a política é um manual de convivência acordado entre os habitantes da polis num mundo cujos atributos e facetas mudam a todo instante, e por tal, a inteligência política estará sempre em aperfeiçoamento da convivência, e o que é isso senão a ética? A vida coletiva humana e organizada depende da política que se for concebida com ética, deve respeitar os anseios democráticos de cada cidadão que habita a polis. Por aqui se conclui que essa convivência não é fácil, mas que deve ser discutida a cada passo, a cada escolha em detrimento da opção que será descartada pela maioria.
A ética e a política cada vez mais ganham espaço na mídia e no nosso dia a dia. Esse fato é simples de ser explicado, as limitações que as sociedades encontram são mais legais e regulatórias do que científicas. Os avanços científicos da tecnologia ignoram a lentidão das decisões políticas, num exemplo, a bioprinting encontra- se em desenvolvimento, ou seja, uma impressora para imprimir órgãos (previsão 2025 para o primeiro fígado). Ou se preferir, a mudança da composição sanguínea de uma vaca para que seu sangue seja possível de ser injetado em humanos. Ou se preferir, a injeção de bioelementos em fetos para que nasçam imunes a qualquer tipo de doença conhecida até nossos dias. Ou se preferir, o “velho” Uber nasceu em 2015, quando foram contratos 40 cientistas da Carnegie Mellon University para pesquisar o tema por nós tão bem conhecido, mas que as leis municipais e o corporativismo relutam em se adequar. Enfim, esses serão campos para discussões demoradas e findáveis, enquanto, a ciência aguardará sua oportunidade para agir legalmente.
O objetivo do Dr Zero Cost é diminuir custos para as PMEs através da gestão estratégica (agora em blog totalmente remodelado), mas vale mencionar que as variáveis que estão ao alcance dos empreendedores são as variáveis que dependem deles para atingir suas metas e são algo em torno de 30% das variáveis totais, os outros 70% são variáveis que independem de seus esforços, são variáveis impostas pelos governos, e outras intempéries que eles estarão sujeitos.
O Dr Zero Cost sempre acreditou nas variáveis que fogem ao controle do empresário, elas são reais. Há um autor canadense que as denominou “não mercado”, o economista e professor da Universidade de Stanford David P. Baron. Baron vai além, ele divide o “não mercado” em 4is, são eles:
1º Questões (Issues); são revisões de legislações que podem afetar nossos negócios, exemplo, aumento de alíquota de importação.
2º Instituições (Institutions) são órgãos de governo, agências reguladoras que nos impõe novos procedimentos a todo instante, exemplo, órgãos relacionados ao meio ambiente.
3º Interesses (Interests) são agentes que se envolvem com questão de governo, associações de classe, ativistas, etc., normalmente conectados a mercados como óleo, gás, energia, mídia, etc.
4º Informação (Information) são informações relevantes que as partes possuem sobre aquele “não mercado”. Ou seja, um olho no peixe e outro no gato é a melhor estratégia.
E, hoje, essas variáveis são muito mais presentes. O “não mercado” inclui as variáveis sociais e políticas, e aqui estamos todos envolvidos, quer saibamos ou sejamos alienados.
No mercado as interações são executadas por acordos privados, mas no campo social e político do “não mercado” podemos ser alvos de quase tudo. Exemplo, quem aqui no Brasil possuía fornecimento para a África do Sul, e repentinamente por decisão do governo americano foi bloqueado de fornecer produtos e serviços devido ao boicote (Época do Apartheid)?
Assim, o empreendedor estará no seu dia a dia exposto as forças de mercado, e as forças do “não mercado”. Dependendo do segmento que o empreendedor escolheu para jogar o seu jogo, ele estará mais vulnerável ou não as forças do “não mercado”, exemplos onde o “não mercado” é forte, biotecnologia, farmacêutica ou alvo de ativistas e ONGs, exemplo, mineração, usina nuclear, etc.
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