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Da porteira para fora (03p) – Jornal Tribuna Liberal – 18/06/2017 (Política)

Você é político?

Espero, sinceramente, que seja! Assim, vamos relembrar alguns fatos históricos mostrando nossos tropeços brasileiros e poucos acertos, e ratificando que o empresário não controla todas as variáveis de seu negócio, e muitas dessas variáveis estão na mão de políticos e de políticas, todavia, ele pode e deve influenciar.

É um longo caminho democrático a percorrer para termos uma sociedade justa, e talvez nunca a teremos, mas essa luta vale a pena, basta fazermos umas poucas contas e concluir que o dinheiro envolvido na corrupção, sonegação de impostos, e outras falcatruas em nível mundial seria suficiente para erradicar do mundo a fome, e podemos incluir nessa conta a eliminação da pobreza extrema, a implantação do saneamento básico e o ensino fundamental para toda a humanidade. Ainda assim sobraria um bom troco para extravagâncias, alguns trilhões de dólares.

Os renomados economistas que buscam “consertar” os países, estados e municípios se dividem em: ortodoxos e heterodoxos. Os ortodoxos aprenderam suas teorias na universidade, trata-se da aplicação de receita previsível. Já os Heterodoxos são mais ou menos todos aqueles que não são ortodoxos, os inventivos. Pois bem, o empresário via de regra não é economista, e assiste através do Jornal Nacional as medidas que lhe serão impostas. Em linhas gerais as medidas apregoam que para o bem do empresário ele será colocado num caldeirão com outros ingredientes e essa alquimia resultará numa nova sopa, que pode dar certo ou desandar. Se der certo: ok, sobreviverá, se der errado, o país seguirá existindo aos trancos e barrancos e a tendência é que esse empresário vire pó. (para os mais jovens que nunca escutaram a expressão “trancos e barrancos”, o Dr Zero Cost comenta: trata-se do movimento feito por equinos que ao saltarem obstáculos fazem uma corrida prévia e na sequência interrompem bruscamente para execução do salto, e os barrancos se referem aos obstáculos e valas que ele deveria ultrapassar.)

O Dr Zero Cost não acredita que haja má fé nessas políticas, ou que elas sejam criadas para destruir o patrimônio do empresário, afinal ele é um gerador de empregos e fonte de arrecadação de impostos. O que ocorre é que os economistas muitas vezes erram a mão, são incompetentes e deixam terra arrasada atrás de si. O italiano Carlo M. Cipolla escreveu para a terceira lei fundamental da estupidez humana: “Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa um dano a uma outra pessoa ou grupo de pessoas, sem, ao mesmo tempo, obter qualquer vantagem para si ou até mesmo sofrendo uma perda”.

Empreendedores cuidem de seus custos, façam a lição de casa, mas sejam participativos, pois parte de nosso futuro está em outras mãos. Sejamos políticos! A omissão é parceira da cumplicidade. O cúmplice se opõe a condição de amigos, a cumplicidade na maioria das vezes rompe com a barreira da ética, extrapola aquilo que é o convívio social respeitável para entrar no campo do “primeiro eu, depois… se der”, a prática da antiética nos conduz ao vínculo por interesses e a estrutura é sedimentada em cumplicidade, e quando a coisa aperta de verdade desemboca na delação premiada sem qualquer constrangimento.

Aqui abaixo da linha do Equador dizemos que se copiamos algo de alguém é plágio, mas se copiamos de várias pessoas é pesquisa, o Dr Zero Cost fará uma “rápida” digressão recente desses tsunamis que a PME foi e está frequentemente exposta até 2017, um apanhado que virá de muitas fontes, lembrando o que escreveu Robert Heinlein (1907 – 1988); “Uma geração que ignora a história não tem passado—e nenhum futuro”. Ahh e vamos deixar o ano de 2018 para os senhores exercitarem os próximos cenários e intuir o que virá, fiquem à vontade para escrever para o Dr Zero Cost.

Vale mencionar que o empresário não é contra ou a favor da corrente de economistas ortodoxos ou heterodoxos, ele é a favor de mudanças cuidadosamente estudadas com previsões realistas, pequenas margens de erros, e cenários mapeados para o curto, médio e longo prazo.

Outra questão que se coloca quando já temos certa intimidade com o Brasil, e seus tropeços é quando as coisas irão realmente mudar? A verdade é que os pessimistas não acreditam em mudança e os otimistas preveem para o longo prazo, no entanto, estamos num outro mundo, num mundo conectado, onde as mudanças não ocorrem como no passado, hoje ocorrem numa velocidade muito maior, numa velocidade viral. O autor Malcolm Gladwell escreveu em Ponto da Virada; “Para avaliar a força das epidemias, devemos abandonar essa expectativa de proporcionalidade. Temos que nos preparar para a possibilidade de que às vezes grandes mudanças decorrem de pequenos acontecimentos e que, em alguns casos, elas podem se dar muito depressa”.

Vamos ao nosso exercício de digressão:

Décadas de 1960 – 1970, nessas décadas a estratégia empresarial era embrionária, não se sabia ao certo porque algumas empresas encontravam o sucesso e outras não, ou seja, as variáveis que conduziam ao sucesso não eram decodificadas. Sim, havia um planejamento, a administração da empresa, mas foi Michael Porter, na Harvard Business School quem começou a dar os primeiros passos na direção de conceber os conceitos de estratégia que pudessem conduzir as empresas ao céu de brigadeiro.

Na década de 70 os japoneses começam a desbancar os americanos na indústria automobilística. Custos baixos? Quê nada, muito mais do que isso! O nome do jogo: Produtividade, e se o governo Temer (administrador de massa falida) colocar o país nos trilhos esse deverá ser o mote do próximo presidente do Brasil. A produtividade está relacionada com o quanto um trabalhador + os meios de produção conseguem produzir a +.

Alguns países produzem mais do que outros, e aqui entra o conceito econômico da Produtividade Total de Fatores – Total Factor Produtivity (TFP), e esse conceito não é tão simples, pois, envolve muitos outros fatores, exemplo, técnicas de produção, o ambiente de negócios, a credibilidade das instituições, etc…Num exemplo sacado do livro The Fourth Industrial Revolution de Klaus Schwab, a produtividade do trabalhador americano cresceu de 2,8% entre os anos 1947 – 1983, e 2,6% entre os anos 2000 – 2007, comparado com 1,3% entre 2007 – 2014. Desde 1989 existe a classificação mundial de produtividade, o índice World Competitiveness Yearbook e estamos em queda desde o 1º governo Dilma. Hoje é preciso de 4 a 5 brasileiros para produzir o mesmo que 1 americano, já no quesito corrupção nossa posição se inverte e só perdemos para a Venezuela, estamos com o vice-campeonato.

(Continua na próxima semana).

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