O planejamento estratégico de uma inovação deve respeitar muitas regras?
Definitivamente, Não. Deve ser simples. Deve-se fazer uma ação e medir os resultados financeiros. Todo o plano deve ser expresso em uma única página, não devemos nos valer do Power Point. Quando escrevemos nos concentramos mais no objetivo e não perdemos tempo com perfumarias e pirotecnia. É preciso obter resultados práticos e não dar ouvidos para as pessoas que falam muito. Os resultados devem ser mensuráveis, já sabemos que aquilo que não pode ser medido não pode ser gerenciado.
Inovação é o nome do jogo das novas organizações?
Não, temos que nos lembrar de o sr. Vijay quando ele escreveu que precisamos ter os 2 pés no caixa. A organização que está rodando, geralmente sustenta as inovações. Ok, existe o caso onde o empreendedor encontra um patrocinador, mas em linhas gerais devemos cuidar do bom convívio entre a velha máquina e as inovações. Um dia, com muito trabalho as inovações tomarão o lugar da velha estrutura e irão sustentar a empresa, num processo insano que se renova conforme a sociedade evolui.
É fácil encontrar colaboradores dentro da equipe para integrar o time de inovadores?
Não, não é nada fácil e, a própria organização é a culpada, pois ao exigir desempenho da estrutura que paga os salários é incongruente exigir dessa mesma estrutura inciativas inovadoras. De qualquer maneira se não houver recursos para um time dedicado, sugerimos juntar gente boa, gente que lê, gente que agregue valor, gente que tenha novas ideias, gente que possa enxergar o processo sob diversos ângulos.
Muita gente (principalmente no Brasil) ficou defasada e se essas pessoas integrarem o time inovador corremos o risco de inventar a roda. Também não basta ser capaz é preciso que o novo tripulante conheça os mares que iremos navegar, gente que pense fora e dentro da caixa, gente original, pessoas que estejam conectadas, pessoas ambiciosas com gana de crescer.
O passado é importante na tomada de decisões?
Sim, mas cada vez mais o passado deve ser desconstruído, pois a relação entre o futuro e o passado é cada vez mais desprezível. Ou seja, o passado é cada vez menos importante. Prospectar novas ideias é muito mais valioso do que “retrospectar”.
Qual a importância dos dados para se tocar um negócio?
Se o negócio for pequeno, mesmo assim será necessário ter alguns dados tabulados. Veja que o governo já exige diversos dados, quer aprovemos ou não. Então, por que não aproveitar esses dados? Por que não aproveitar esses dados que já estão disponíveis para o governo para nos ajudar na administração do negócio?
Outro ponto é que os dados hoje em dia são divididos em estruturados e não estruturados. Os estruturados são os números, os cálculos matemáticos etc. e os não estruturados são as fotos, os filmes etc. isso tudo compõem um arcabouço de informações que irá auxiliar os proprietários, os CEO´s, os presidentes na tomada de decisões.
Dificilmente uma empresa sobreviverá ao tsunami que nos espera se não tiver uma estratégia baseada numa lógica, ou orientada por dados estruturados e não estruturados.
O que é uma nova ideia?
Uma nova ideia é uma rede de conexão entre os nossos neurônios que desembocam numa solução ainda não pensada até aquele momento, para inovar é preciso ter uma nova ideia, essa é a parte mais fácil, executá-la e fazer com que ela dê retorno financeiro é a parte mais difícil.
Deixamos documentado aqui que geralmente as boas ideias nascem da interação entre pessoas e preferencialmente de diferentes formações. Então, as boas ideias surgem de reuniões produtivas, de encontros com gente capacitada. É verdade que as pessoas devem entrar preparadas para essas reuniões, devem levar seus dados, suas informações, suas conclusões e, trocá-las nesses encontros, mesmo que as ideias sejam as mais estapafúrdias. Caso elas não se preparem com antecedência o encontro resume-se ao alto consumo de café e água com gás.
Ideias não surgem do nada, ou como muitos dizem, eu estava no banho e resolvi o problema, não é assim, isso é ilusório, é preciso suar a camisa e “de repente” a solução virá. Ninguém se encontra sentado embaixo de uma árvore e sem nenhum esforço escreve a 9ª Sinfonia de Beethoven. (Continua na próxima semana).
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