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Da porteira para fora (108) – Jornal Tribuna Liberal de 23/06/2019 – Inovação 13.

Por que o Brasil é ruim no quesito inovação?

1. Burocracia

O Brasil sofre desse mesmo problema em diversas áreas e na inovação não é diferente.

Não há uma concentração do tema num único órgão coordenador. Temos diversas agências para fomento, em diversas áreas, que não se comunicam causando calor e desperdício de energia. Para medir esse mal desempenho basta verificar o quanto investimos  e o quanto geramos de patentes em comparação com outros países.

Países Investimento Geração de Patentes Inovadoras
Países Arrojados em inovação 100 milhões de dólares 19
Países de primeiro mundo 100 milhões de dólares 103
Brasil 100 milhões de dólares 1,1

 

Uma ação que poderia ser “facilmente” implementada (se não fosse o corporativismo) seria juntar esse povo todo embaixo de um único guarda-chuva.

2.Foco

Outro tema fundamental que causa sofrimento ao país e mesmo às empresas é a falta de foco, o governo não impõe um direcionamento. Queremos ser bons em tudo, quando declaradamente temos alguns campos que nos favorecem, exemplo, agricultura, aviação, petróleo, óleo, gás, reservas florestais, energia solar, energia hidroelétrica, etc.. E todo o ecossistema que esses segmentos estão operando.

Observamos que o governo não precisa entrar no segmento, não precisa operar, necessita simplesmente disciplinar, favorecer financiamentos e incentivar.

3.Clareza para investir.

Muito se fala em atrair o capital estrangeiro para as obras tão necessárias para a infraestrutura, novas máquinas, novos processos de gestão, novas tecnologias, etc.

Como podemos exigir ou pedir que o capital estrangeiro venha para cá, e invista em inovação, novas técnicas etc.? Ocorre que os programas são esparsos, distribuídos entre ministérios, secretarias etc. um sujeito que venha do exterior disposto a investir numa determinada concessão, representando um grande grupo, deverá fixar bases aqui somente para entender o que é que o Brasil está leiloando.

Suponha um comerciante que possua uma loja física de sapatos, o que ele faz? Ele constrói uma vitrine, separa os sapatos masculinos, os femininos, os dedicados às crianças etc. O cliente entra na loja e se porventura procura um sapato masculino irá olhar para o mostruário na gondola de sapatos masculinos e aquilo que o comerciante possui estará ali exposto, nenhum modelito novo que ele deseja vender estará escondido no estoque, simples assim. Esse mesmo cliente poderá estar interessado num sapato masculino e num par de tênis para o seu filho, ou seja, dois produtos distintos, no entanto, estão ali, no mesmo local, na loja.

Então, o governo deveria ter um portal tipo: o que desejamos leiloar em 2019! Preço mínimo, condições contratuais, especificações, fotos, licenças ambientais, investimentos previstos etc. se o candidato tiver interesse que faça o lance na data marcada. Mas, não é assim, é uma peregrinação, a informação que tal obra será colocada em leilão é um privilégio.

4.Rede

É preciso trabalhar em rede, ou seja, conectar todas as universidades a todas as indústrias inovadoras, saber quem está desenvolvendo o que, não inventar a roda. É preciso que os sistemas sejam interligados, abertos e inteligentes.

E, seguimos assim, novo governo, novas esperanças. Passado os 60 dias da nova administração (seja ela qual for) aparecem as frustrações, as postergações, as fissuras políticas, as decepções do povo e, o agravamento do atraso em relação as nações desenvolvidas. (Continua na próxima semana).

(leia o artigo anterior)

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