Toda empresa se inicia com um tripé, recursos, uma Ideia e um time. Os recursos podem ser os mais variados, desde máquinas, local para trabalho, até financeiros dependendo da atividade que o empreendedor se propôs a executar. Os recursos não necessariamente são próprios e quando não são, geralmente se transfere o risco ao investidor. A ideia, embora, importantíssima nessa fase, de pouca valia terá ao longo do tempo, pois, sabemos que sofrerá inúmeras alterações. O time poderá ser unitário, ou seja, uma empresa de um único elemento. O time que irá implantar a ideia é a mola propulsora para alavancar a ideia e colocá-la em operação.
Iniciado os trabalhos pouco ou quase nada temos em mãos, é preciso materializar um produto ou serviço e, principalmente é preciso que o cliente esteja disposto a pagar por ele. Quando iniciamos um negócio é comum os envolvidos se debruçarem para responder “O Que” estão executando, esquecendo-se da questão mais importante, ou seja, “Por Quê” estão executando essa empreitada. Toda vez que deixamos muito claro o “Por Quê” outras respostas apresentam-se mais simples já que o “Por Quê” eliminará uma série de dúvidas que poderão ocorrer.
O “Por Quê” exigirá manter nossas decisões num determinado rumo, evitando desvios que aparentemente possam se mostrar mais atraentes. Ou seja, foco e, foco e, foco. Como alguns sábios já disseram o primeiro passo para uma boa caminhada é o segredo da caminhada, pois, se o primeiro passo é dado na direção correta, os demais passos corroborarão para o sucesso do percurso.
Nesse início há um cenário pouco considerado, o empresário domina cerca de 20% das variáveis que estão ao seu alcance, ou seja, 80% das variáveis independem da boa vontade, ou da capacidade do empresário, elas são fruto do ambiente, da política, dos movimentos do mercado.
Mercados podem crescer, podem ficar estáveis, ou simplesmente podem desaparecer. Aqui vemos o quanto o empreendedor é vulnerável e os poucos que sobrevivem são verdadeiros mártires com uma boa pitada de sorte.
A empresa comercial busca o lucro, mas quanto? Deverá ser superior ao obtido através de aplicações financeiras. Por quê? Porque se o empreendedor se dispuser a investir, arriscar para ganhar aquilo que uma aplicação financeira pode lhe render, a decisão mais acertada é ficar em casa, sem correr riscos, aplicando seu dinheirinho em bancos de primeira linha. Por tal, quanto menos os bancos pagam de juros mais incentiva o empreendedor a colocar seus recursos para girar a economia. A última reunião do Copom derrubou a taxa SELIC de 6,5% para 6,0% ao ano, trata-se da melhor taxa desde o início do regime de metas de inflação. Embora, as taxas de juros mundo afora estejam em declínio, portanto, não se trata de um privilégio brasileiro, ainda assim é uma boa notícia. Os rentistas, aqueles que vivem de renda através da aplicação de seu dinheiro não devem aprovar esse tipo de medida, pois, descontada a inflação o ganho para os próximos 12 meses deve ser entorno de 1,63% ao ano por aqui no Brasil. Portanto, para os rentistas seria melhor aplicar na Argentina (5,23%), México (3,84%), Indonésia (3,35%), Rússia (2,68%), Turquia (2,63%), etc. Para os brasileiros a solução parece indicar o mercado local e, tentar a sorte.
Mas se os juros reais estão baixos, por que os ganhos reais para quem produz não são atraentes? Porque a carga tributária é horrível, encarece os produtos e serviços e o consumo cai. Hoje, estamos em média com uma carga tributária de 35,07% em relação ao PIB.
Então, segue a questão primordial. Se, as empresas não decolam por que a carga tributária é alta, por que o governo não baixa a carga tributária? Se o governo baixar a carga tributária ele não pagará seus compromissos e ficamos nesse compasso de espera. Por um lado, o governo não faz nenhum movimento para diminuir a máquina pública ou se faz é pequeno, por outro os empresários não vendem e, portanto, fecham as portas engordando a fila dos desempregados. Qual a solução? A solução todos conhecem, mas os governantes não estão dispostos a implantar. Assim, o que seria mais fácil sem diminuir, por exemplo, a quantidade de partidos políticos? Temos duas soluções, a primeira é investir com a poupança de outros países, ou se preferirem, passar o conta pesada para eles, exemplo, a modernização da infraestrutura. A segunda solução seria a simplificação dessa loucura tributária que mesmo os honestos nunca sabem se estão dentro ou fora da lei. Portanto, para que o país não quebre, é por aí que deve seguir nosso barco em 2019/2020.
E como ficam os empresários, geradores de empregos, enquanto o governo discute sem data limite para fechar a questão? Bem, vamos assistindo casos televisivos passivamente. Exemplo, sr. Sadi Castiel, proprietário da cerâmica Escurial, ou ex-proprietário já que cometeu suicídio durante evento em julho de 2019 que discutiria a diminuição do preço do gás, insumo largamente utilizado nesse segmento. (continua na próxima semana)
(leia o mesmo artigo na mídia impressa)