Sim, ter sua empresa comparada a um elefante não parece ser uma boa metáfora. Luz amarela. Ter sua empresa comparada a um elefante branco. Luz vermelha.
Embora na Tailândia e Myanmar seja uma honraria alguém possuir um elefante albino, sinal de paz e prosperidade, receber de presente um elefante branco pode ser constrangedor. Sempre há uma saída honrosa: De quem é o presente se o “sortudo” não o recebe?
Sendo o elefante branco considerado símbolo da pureza e podendo ser associado ao nascimento de Sidarta Gautama – Buda, uma vez que sua mãe teria sonhado com um elefante branco, o significado metafórico pode ser filosófico, simpático, motivador e até romântico, no entanto, o que fazer com um elefante branco?
Deve-se documentar que naquela época receber um elefante branco já era um transtorno, uma vez que eram considerados sagrados e, portanto, eram proibidos de trabalhar. Ou seja, consumiam os 125 quilos de folhagens por dia além de defecarem uns 80 quilos diários e, ficamos por aí. Atualmente, mesmo os circos são enquadrados no politicamente correto e ter animais enjaulados para alguns executarem números acrobáticos irá incitar os ambientalistas às passeatas e gente verde se acorrentando em árvores para protestar contra os maus tratos.
A defesa de elefantes brancos e marrons cai muito bem para ambientalista de plantão. Agora, se eles gostam tanto deles, deveriam adotá-los. Uma campanha mundial do tipo; “Adote um elefante e tenha uma vida abundante!” Os não ambientalistas retrucariam; “Adote um elefante e tenha uma vida angustiante!” Se, hoje, não sabemos onde colocar aquela bicicleta velha e a esteira que virou cabide para roupas sujas, imagine um elefante! Vários! Muitos! Centenas! Milhares!
O que nossas empresas devem fazer para não se tornarem um elefante branco? Bem, precisamos saber o que eles fazem ou possuem de tão especial:
- As presas dos elefantes pesam algo acima de 100 quilos.
- Nossas empresas precisam ser leves, “lean”, gargalos devem ser eliminados.
- Os elefantes são conectados uns aos outros e demonstram sofrer quando alguém parte.
- Nossas empresas devem se conectar com outras empresas e pessoas que agreguem valor, gente despreparada, corrupta, e malformada só prejudicam, são um peso extra a ser transportado.
- Elefantes ouvem muito bem, dizem que podem ouvir um camundongo movendo-se.
- Nossas empresas devem ouvir o mercado com ressalvas, vamos lembrar do pragmático Steve Jobs “As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas”, ou de Henry Ford “se eu perguntasse aos consumidores o que queriam, eles teriam dito: um cavalo mais rápido”
- Um elefante consome 125 quilos de folhagens, capim e para azeitar essa digestão bebem cerca de 200 litros de água por dia.
- Custos altos conduzem nossas empresas ao precipício, poderíamos citar a trinca: Lemann, Telles e Sicupira. Não podemos afirmar que essa dieta deve ser copiada, então, diriam os multimilionários: se espelhem em coisas mais inteligentes, “copiar o que funciona bem é mais prático”. Sicupira diria “Custo é como unha. Tem que cortar sempre.”
- A SABESP estipula que para cada ser humano em uma residência devemos projetar instalações que contemplem 200 litros de água por individuo, aqui estão incluídos os 2 a 3 litros que bebemos por dia.
- Elefantes são elefantes e continuarão como elefantes. O elefante somente elefanteia!
- Lemann diria que gosta de trabalhar com gente que objetiva crescer, ou “PSD – poor, smart, deep desire to get rich (pobres, inteligentes, com muita vontade de ficar rico). Os filhos de Lemann, Telles e Sicupira são proibidos de trabalhar em suas empresas, vá e percorra o seu caminho.
- Criar coisas novas, desafiadoras, um dia diferente do outro, esse é o objetivo das empresas e em última instância deveria ser o nosso também. A Bayer escreveria: Inovação é um recurso renovável.
- Os elefantes quando cruzam suas trombas estão manifestando carinho mútuo.
- Empresas não manifestam carinho, principalmente as “.com”, estão ali para fazer lucro e serem sustentáveis.
- A gestação de uma elefanta é de quase 2 anos.
- As Startups estão aí para nos mostrar que agilidade faz a diferença nos tempos atuais, característica apontada pelo guru Peter Drucker no livro The Practice of Managment.
- Startups prejudicam e muitas vezes quebram as empresas paquidérmicas. Antes, porém, é preciso que elas criem o MVP _ Minimum Viable Product, um protótipo e na sequência interajam com os potenciais clientes para lapidar a ideia inicial.
- As empresas atualmente precisam ser ágeis, inovadoras e devem resolver um problema que o cliente possua ou não saiba que o possua. Drucker já preconizava, o foco de nossas soluções empresariais é criar clientes.
- É preciso gestar ideias em tempos cada vez mais curtos.
- Elefantes defecam, durante sua vida média de 100 anos, toneladas de excremento, esses excrementos contêm sementes das árvores que eles consomem e com isso em suas longas caminhadas destroem árvores e deixam as sementes em seu rastro.
- Se alguém se interessar pelo plantio de árvores nativas que não seja através de estrumes de elefantes podemos citar a EMBRAPA, o Brasil embora não possua elefantes em suas florestas ou cerrados é uma potência de vocação florestal, e com o manejo consciente pode explorar esse recurso gerando emprego e renda, fixando o homem no meio rural. Além de suprir a população dos centros urbanos de forma ordenada e ambientalmente correta fornecendo madeira certificada, óleos, frutos, etc… e mitigando as mudanças climáticas abruptas.
- Alguns estudos tem demonstrado a viabilidade econômica do reflorestamento com espécies nativas comparados com o agronegócio e a sivicultura de pinus e eucalipto.
- Os elefantes podem passar horas contemplando as ossadas de seus ancestrais e os cemitérios de elefantes são mitos populares.
- Em 1954, Drucker já defendia a inovação, é preciso pensar e agir. Pensar em todas as fases do negócio e encontrar modelos de inovação para nos distanciarmos da concorrência.
- A contemplação é o oposto da inovação. A inovação permeia desde o design, os processos de fabricação, a abordagem do cliente, e o produto ou serviço em si, uma rosca sem fim sempre validada pelo senhor todo poderoso: O Mercado.
Antes que um verde proteste: Sigamos em frente / esqueça os infantes e crie uns elefantes / em minha autodefesa junto aos verdes de roda presa / por favor, mantenha-os em suas empresas / Ahhh prepare-se para as surpresas.
(leia a mesma matéria na mídia impressa)