O funcionalismo no Brasil sempre foi guiado pelo cajado do paternalismo. A indústria brasileira deu seus primeiros passos à época de Getúlio Vargas e o Estado foi fundamental para que a indústria de base se desenvolvesse.
Muitas empresas cresceram à sombra dessa iniciativa de governo central e, embora as regalias dos funcionários públicos ou pertencentes a autarquias fossem e são incomparáveis ao funcionalismo do setor privado os funcionários da economia privada também tiveram suas benesses conquistadas através dos sindicalistas.
Esse cenário público x privado, mesmo sendo sob certos aspectos antagônicos tem mudado drasticamente nos últimos anos. Motivo: *Recessão ou Crescimento Baixo. É óbvio que em crises duradouras o funcionalismo privado não consegue gerar valor suficiente para sustentar a pesadíssima máquina de governos, seja em nível federal, estadual ou municipal. E, na outra ponta o mundo mudou, o que vale é resultado sustentável. A incompetência é penalizada nas vacas magras.
Aqueles com direitos adquiridos irão brigar até a morte, os funcionários privados irão perder as poucas regalias que possuem e, os empresários sofrerão a pressão da globalização conduzindo as empresas obsoletas à bancarrota. A falta de uma política robusta vem derretendo a indústria nacional.
O Brasil em 2019 (sem o Covid-19) cresceu 1,1%. Motivo: vírus político. O Brasil em 2020 (com vírus político + o Covid-19) crescerá “x”? Em abril de 2020 quando os números de março puderem ser avaliados concluiremos tristemente que o Brasil entrou em período de *recessão. Essa previsão não deveria ser surpresa para ninguém, pois, as maiores economias sofreram um tranco.
Quando o motorista passa por cima de um buraco sofre um impacto, já aqueles que estão sentados no banco traseiro encaram um tsunami. Países ricos vergam, mas não quebram, os pobres ficam ao Deus-dará, à sorte, ao abandono.
O Covid-19 não é o primeiro e não será o último a causar grandes danos para a economia mundial, o ponto é: Quando aprenderemos com as catástrofes para podermos nos preparar para as próximas que virão? Pessimismo? Não, a urbanização, o convívio próximo de animais selvagens, as mudanças climáticas favorecendo novas doenças, a alimentação artificial e, as mutações virulentas ocorrerão com maior frequência. No atual caso específico iniciado em novembro 2019 em Wuhan na China já sinalizava para nós do lado ocidental que a coisa era séria. Particularmente o que fizemos nós do Brasil varonil? Em fevereiro comemoramos a nossa maior festa popular: O Carnaval e recebemos 400.000 turistas. Já em março de 2020 esvaziamos as prateleiras de papel higiênico nos supermercados.
O cenário técnico é crítico e como se não bastasse os políticos deflagram uma guerra ideológica para provar quem está certo, o que não retira o país desse enrosco que se meteu. O mundo lá fora também possui seus problemas, no entanto, os países desenvolvidos sabem muito bem o valor da tecnologia e da biotecnologia, assim, embora disputas políticas ocorram eles não baixam a guarda sobre temas tão importantes.
Por aqui, em terra brasilis, a disputa ideológica rouba a cena e, poucos são capazes de levantar temas sobre o nosso destino tecnológico. A pergunta que nos colocamos é:
- Se as empresas irão dispensar seus fiéis colaboradores substituindo por processos mais eficazes e robôs,
- Se o governo não extinguirá privilégios conquistados pelos funcionários públicos.
- O que fazer? Inicie imediatamente a autoeficácia.
Bem, infelizmente seja lá qual for nosso esforço para atingir a autoeficácia não podemos garantir um futuro brilhante, todavia, vale o exercício.
De saída podemos nos basear em Seth Godin quando ele nos instiga a trabalhar em “atividades transportáveis”, ou seja, qual função estamos desempenhando nesse momento? Essa função será valorizada por outra empresa? Valorizada em outro segmento de mercado? Se, não, mude!
Outro ponto é construir a atividade que venhamos a nos apaixonar por ela. Sim, construí-la, não escrevemos procurá-la. ”DIY – Do It Yourself”. Sim, é difícil encontrar o pote de ouro no nascedouro do arco-íris sem colocar a mão na massa, sem explicitar nosso objetivo. No entanto, é possível construir esse caminho, dedicando atenção, horas de estudos e mapeando as experiências vividas, verificando onde acertamos e onde erramos.
Como as pessoas gostam de receitas, então, para que tenhamos autoeficácia, segue:
- Defina o que deseja.
- Trabalhe em atividades transportáveis.
- Fatie sua atividade, coloque atenção em cada fase, verifique como pode ser melhorada. Pratique a criatividade. Esse deve ser um passo dolorido, pois exigirá que nos libertemos de nossas amarras. Prepare-se para encarar o fracasso de frente, a inovação pressupõe a não existência prévia da solução, portanto, a solução, ou as soluções que desenvolveremos podem ser descartadas pelo mercado.
- Aproxime-se de gente inteligente que acredite em você.
- Incentive outras pessoas, ajude, não estamos sozinhos nesse planeta.
- Eduque seu cérebro para que ele pense diferente, desenvolva gatilhos, blinde seu cérebro contra pensamentos negativos.
- Dê um passo de cada vez e saiba se divertir. Uma vida morna, sem sal é aborrecente.
Por fim, não basta assistir um vídeo, uma aula e, entender que a mudança será simples. Não, será complexa. Um bom hábito não se instala no nosso cérebro em menos de 03 semanas. Como diz o ditado popular: “Se você quer ter algo que nunca teve, precisa estar disposto a fazer algo que nunca fez”.
*Recessão, em economia costuma-se dizer que um país entra em recessão, quando:
- O PIB se mostra em retração para a atividade econômica diminuindo a produção,
- Temos aumento do desemprego,
- Há queda da renda familiar,
- Há diminuição dos lucros,
- Há aumento das quebradeiras e concordatas,
- Há aumento da capacidade ociosa e,
- Há diminuição dos investimentos.
Então, se todos ficam em casa (Coronavírus), como não entrar em recessão?
*Recessão, a palavra a rigor só pode ser usada se a queda do PIB ocorrer por dois trimestres consecutivos.