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Da porteira para fora (181) – Jornal Tribuna Liberal de 15/11/2020 – Se, Então, Eleição.

As eleições para presidente dos EUA em 03/11/2020 trará muitas reflexões, livros e teses serão escritas nos próximos anos e décadas.

Um divisor de águas se formou (independentemente do candidato vencedor), gerações serão influenciadas e novas acomodações geopolíticas serão estabelecidas; fissuras no atual modelo democrático foram expostas na maior democracia do planeta (problemão). Ajustes serão necessários e muita negociação correrá por baixo da ponte na terra do Tio Sam, sem dúvida veremos o sr. Biden se reunindo com o dono do senado, o sr. Mitch McConnell, o nó estará aqui, vale a pena acompanhar o que pensam e decidirão esses dois senhores, daqui sairão as diretrizes para os EUA, o resto do mundo (e nóis).

O fato de o Brasil ter perdido o bonde da história nos anos oitenta nos trouxe até 2020 com um papel medíocre no contexto mundial, hoje vítima de populismo e sem planos de médio e longo prazo, o Brasil não é, e não será prioridade neste governo americano independentemente de o sr. Biden ser uma simpática pessoa. Sim, o Brasil poderá constar de uma lista de prioridades, mas com certeza qualquer coisa pra lá da décima primeira casa. De qualquer maneira o governo de o sr. Biden deve ser menos midiático e mais pé no chão, o que para nós (Br) deverá ou deveria ser positivo a depender dos rumos internos de nossos governantes, o Brasil depende muito mais de resolver seus problemas internos do que de uma onda positiva mundial.

Vamos deixar esse tema para os experts e pegar o viés que nos interessa, a liderança da pequena e média empresa na terra de nosso ilustre visitante o sr. Vaz de Caminha.

Um tema que coloquei atenção, nesse período, foi nos cenários criados pelas redes de TV com especial menção à CNN americana. Os analistas computavam os votos, plotavam as cores (vermelho – Trump e azul – Biden) para cada município (county), criavam possíveis tendências com base na razão dos votos apurados por hora e a partir daí simulavam a todo instante cenários futuros, como numa corrida ou como eles mesmos falam como num “rally” e emitiam constantes alertas “Key Race Alert”.

O que eles faziam e fizeram com maestria foi utilizar o conceito matemático da tabela verdade, Se……, Então…. Ou seja, temos esse cenário, se acontecer isso com base nisso, então teremos esse resultado. Observemos a aplicabilidade em nossos negócios diários, a criação de diversos cenários para mitigação de riscos.

A expressão Se…, Então.. se referia lá nos tempos do colégio a uma proposição condicional. Se a 1ª proposição fosse verdadeira ou falsa poderíamos ter uma conclusão. Lembrando, se “p” for a 1ª proposição e “q” a 2ª proposição, então tínhamos a flecha, o símbolo de “implica”

“——>”

Ou seja, se “p” é verdadeira e “q” é verdadeira, isso implica concluir que as proposições são verdadeiras. Eles (o pessoal das TV´s americanas) conheciam “p” que eram os votos reais computados até aquele momento, portanto VERDADEIRO (excluímos aqui os comentários agressivos contra a democracia de o sr. Trump que classificou “p” de FALSO).

Então, os analistas conheciam “p” e não  conheciam “q”, assim brincavam com o mapa dos EUA simulando cores (mural mágico), ora vermelho ora azul para os distritos em apuração “q” e obtinham o resultado de quantos delegados votariam a favor de Trump ou Baden, lembrando que o número mágico por lá é de 270, ou seja, quem consegue 270 votos de um total de 568 delegados se torna o novo presidente dos EUA.

Se uma empresa não se reinventou nos últimos 3 anos e isso é verdade “p”, e essa empresa acredita que irá se reinventar depois do Covid 19 “q”, “q” é falsa ou verdadeira? Se essa proposição “q” é falsa, as proposições implicarão num resultado falso F, ou seja, a probabilidade dessa empresa não se reinventar é de quase 100%.

O interessante do “rally” mostrado pela CNN americana é que tínhamos os votos já fechados “p”, e os analistas com base em “p” verdadeiro, simulavam um suposto “q” verdadeiro e concluíam o nome do novo presidente que se revezava conforme a previsão “q” que eles faziam. Portanto, os americanos ficavam ali grudados na TV para verificar qual dos cenários estava se concretizando e as tendências de sucesso do candidato A ou B, ou o que seria o mais provável.

Esse é um trabalho para nossos dirigentes empresarias atuais, não basta ter um plano, é preciso simular cenários, se temos “p”, quais as possibilidades de “q”? E, com base nessas possibilidades de “q” qual resultado colheremos?

Num exemplo para o Brasil, qual a política industrial implantada no Brasil nos últimos anos? Com base nessa política o que colheremos? Alguém por aqui sabe descrever a política industrial do Brasil? Será que ela não é importante?

É um exercício para os fortes e muito provável para os futuros sobreviventes.

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