A China, esse tigre asiático que está papando todo mundo definiu um plano para 2049 e está aí para quem desejar estudar. O plano é reafirmado em discursos de seu líder maior o sr. Jinping e através de documentos que rodam a internet.
Sem dúvida eles desejam ser o líder global até 2049 ultrapassando os EUA em todos os campos. A economia chinesa possui papel importante nesse plano, no entanto, a complexidade dos produtos é tratada com o cuidado oriental. A política central é ajudar as empresas nacionais a darem os primeiros passos e depois deixá-las voar para dentro de mercados estrangeiros.
Os chineses sabem que é preciso reformar o Estado e aumentar suas forças em outros mercados, para tal irão flexibilizar investimentos estrangeiros e participar firmemente da propriedade intelectual. A China está se inserindo cada vez mais no mercado mundial de capitais e terá que lidar com problemas internos como das taxas de juros, câmbio, direitos humanos e meio ambiente. No entanto, é fundamental mencionar que quanto maior a complexidade econômica de um país, maior sua renda per capita.
Complexidade é o nome desse jogo, num exemplo, há quarenta anos um trabalhador brasileiro ganhava o equivalente a 29% de um americano médio, hoje, estamos em 20%, ou seja, o salário do brasileiro é 1/5 de um americano do Norte e eles não estão nenhum um pouco preocupados. Por quê? Porque eles sabem, no mundo atual é mandatório fabricar produtos sofisticados, difíceis de serem copiados.
Os países desenvolvidos estão produzindo produtos e serviços cada vez mais complexos, considerando o parâmetro “complexidade” em 2018 (segundo estudos de Harvard), o Japão ocupava o 1º lugar, os EUA 11º, a China 18º, o Brasil a posição 49º e o Vietnã 52º posição. A China e o Vietnã estavam muito atrás do Brasil na década de 90.
O fato de a China se tornar moderna não diminui a presença do Estado na economia e aqui nossos dirigentes não enxergam (ou não querem enxergar) a estratégia desses tigres. O Estado fornece musculatura para as empresas privadas competirem e depois exige que elas exportem para os “neoliberais” se deleitarem. Além disso o sr. Jinping não abre mão de criar uma classe média consumidora imbatível e de ter o maior e mais preparado exército do planeta. Enfim, o “sonho chinês” está traçado, e “nós”, qual é o nosso sonho? Precisamos ter um plano?
Bem, o nosso plano é:
- acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico do país;
- atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais e as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais mediante a melhoria das condições de vida;
- assegurar, pela política de investimentos, oportunidades de emprego produtivo à mão-de-obra que continuamente aflui ao mercado de trabalho;
- corrigir a tendência a déficits descontrolados do balanço de pagamentos, que ameaçam a continuidade do processo de desenvolvimento econômico, pelo estrangulamento periódico da capacidade para importar.
- Implantar uma política financeira compreendendo uma política de redução do déficit de caixa governamental de modo a aliviar progressivamente a pressão inflacionária dele resultante e a fortalecer, pelo disciplinamento do consumo e das transferências do setor público e pela melhoria da composição da despesa, a capacidade de poupança nacional;
- Implantar uma política tributária destinada a fortalecer a arrecadação e combater a inflação, corrigindo as distorções de incidência, estimulando a poupança, melhorando a orientação dos investimentos privados e atenuando as desigualdades econômicas regionais e setoriais;
- Implantar uma política monetária condizente com os objetivos da progressiva estabilização dos preços, evitando, todavia, a retração do nível da atividade produtiva e a redução da capacidade de poupança das empresas;
- Implantar uma política….
Ooooops, desculpem-me, descobri, agora, estou copiando o texto acima do PAEG -Programa de Ação Econômica do Governo, escrito em “1964” pelo sr. Roberto de Oliveira Campos sob o comando do Marechal Castelo Branco. Esse sonho foi de noites passadas. Qual será o sonho atual?