Continuamos escolhendo um projeto e deixando a receita válida para qualquer outro negócio, business etc..
Esse tema é fascinante porque as pessoas continuam perdendo dinheiro fazendo escolhas erradas, quando na verdade bastaria um pouco de matemática financeira para que tivessem sucesso.
Escrevemos na semana passada sobre algumas diferenças entre a HP 12C e as funções do Excel, no entanto, ainda não chegamos no ponto nevrálgico.
Pergunta-se:
Supondo 2 projetos, um proj. (A) TIR = 20% e outro proj. (B) TIR = 24%, qual projeto o dirigente deve escolher?
Vamos relembrar que a TIR é uma taxa de desconto aplicada a um determinado fluxo de caixa. Em outras palavras, trazemos a Valor Presente todos os valores do fluxo de caixa (positivos e/ou negativos, a uma determinada taxa que desejamos) e na data “zero” (zero = data de hoje) verificamos o valor da TIR.
Calcular a TIR “na mão” é muito trabalhoso, assim, a HP 12C e o Excel facilitam muito esses cálculos, não há como escapar. A outra maneira é “chutar”!
Mas, voltemos a pergunta, qual projeto o dirigente deve escolher, colocamos uma terceira alternativa?
(proj. A) TIR = 20% (proj. B) TIR = 24% (C) (Depende)
Se o dirigente responder ou respondeu (B), “sorry”, errou! Por quê?
Na prática o que ocorre? Ocorre que os fluxos de caixa de projetos possuem comportamento muito similares em termos de saídas e entradas, e a resposta (B) acaba coincidindo com a realidade, assim, na maioria das vezes o dirigente “chuta” e acerta. Sorte de principiante, sim, ela existe e ajuda os principiantes e incompetentes. O ponto é que tendo acertado a 1ª vez o dirigente repete o cálculo da TIR nas próximas oportunidades automaticamente e, obviamente, acabará errando em outro cenário qualquer. Como diz o pessimista todos os dias: hoje eu vou morrer! Não morre, mas um dia ele acerta.
O ponto nevrálgico aqui não são os cálculos da TIR que estão errados? Não. O dirigente fará os cálculos na HP 12C, poderá repeti-los no Excel e encontrará os mesmos resultados, portanto, não é uma questão de cálculo é uma questão de conceito.
A TIR é um cálculo complementar ao VPL – Valor Presente Líquido e, acabamos nos esquecendo desse importante detalhe. Em outras palavras, o dirigente deve fazer em primeiro lugar o cálculo do VPL e posteriormente o cálculo da TIR para confirmar o cenário.
Podemos fazer diretamente o cálculo da TIR e concluir se o projeto é bom e atende nossas expectativas? “Não”. Vamos repetir para que não comentamos mais esse erro. Sim, o dirigente deve fazer em 1º lugar o cálculo do VPL – Valor Presente Líquido e “DEPOIS” o cálculo da TIR.
E, mais. Um mesmo projeto poderá ter mais de uma TIR para o mesmo fluxo de caixa. E, mais. Um projeto poderá ter uma TIR superior a outro projeto e ser um desastre, por tal, respondemos (C) (Depende) na pergunta acima. Essa é a resposta correta.
O que fazem os dirigentes financeiros para não cometerem esse erro? Primeiro calculam o VPL, tomam um café, relaxam e depois calculam a TIR e, depois, fazem um gráfico VPL versus TIR para demonstrar na reunião de decisão o comportamento dessas duas variáveis considerando diminuição de entradas e aumentos de saídas.
Não há com que se preocupar, o tema é simples, qualquer estudante nos dias atuais pode fazer esse gráfico.
O gráfico é muito elucidativo e um dirigente financeiro com prática no Excel pode fazê-lo em minutos. O gráfico explicará muitos erros que acontecem na HP 12C. É interessante quando o dirigente está acostumado a utilizar a HP 12C e o visor apresenta “ERROR” ele é induzido a pensar que entrou com um dado errado, isso pode não ser verdade. Os dados podem estar certos e a HP 12C retornou “ERROR”. Por que? Pode ser que:
- O projeto não possui TIR.
- O mesmo projeto possui mais de uma TIR.
Antes de terminar esse parágrafo, ratificamos: Calcule o VPL para decidir se um projeto atende as expectativas em termos de retorno sobre o investimento e se ele é realmente atrativo, tome um café, relaxe, e “DEPOIS” calcule a TIR. Continua na próxima semana!
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