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Da porteira para fora (23p) – Jornal Tribuna Liberal – 05/11/2017 – Vamos Dominar o Mundo 1.

Portugal?

Uma palhinha sobre Portugal: Portugal dominou o mundo juntamente com a Espanha, tínhamos e nos lembramos dos tempos de escola: O Tratado de Tordesilhas, uma linha reta vertical dividindo o Globo, e já poderiam prever que dividir territórios através de linhas retas, sem respeitar rios e picos, não daria certo. Um erro!

Representação do Tratado de Tordesilhas

Mas, Portugal, à época, dominava a arte da navegação, a tecnologia, e foi se defasando tecnicamente com o tempo, ficaram para trás (o mesmo ocorre hoje no Brasil com a indústria 4.0). Descobriram o Brasil, e o ouro do Brasil, gastaram com perfumarias, e boa parte entregaram para os ingleses, esses fizeram bom proveito do ouro brasileiro, investiram na industrialização, nós ficamos pobres e Portugal até hoje, apesar de se localizar na Europa, é um peixe fora d´água. Em outras palavras, aprendemos na escola que a Inglaterra foi o berço da revolução industrial, mas jamais nos falaram que fomos nós que a financiamos.

Hoje, alguns autores concluem que estamos vivendo uma segunda revolução industrial, onde o homem é substituído pela máquina e com inúmeras vantagens, uma delas: o desempenho. E a máxima da lei de Moore, sr. Gordon E. Moore, quando escreveu em letras indeléveis, o número de transistores dos chips aumentou em 100%, pelo mesmo custo, a cada 18 meses. E com base nesta profecia este parâmetro pode ser extrapolado para uma base enorme setores. Agora, coloque-se nesta situação, onde o conhecimento humano dobra de tamanho a cada 18 meses, o que ocorrerá conosco se não fizermos constantemente atualizações, leituras, treinamentos, etc.? Como será a nossa velhice? Que tipo de pessoas seremos quando estivermos aposentados? Esta profecia é citada por muitos e desde 1965 vem se mostrando correta. E muitos acreditam que não pare antes de 2021, com certeza o mundo está acelerando em muitas direções, alguns acompanham outros não! De que lado você deseja ficar?

Dominar o mundo para crescer?

Dominar o mundo significava no entre guerras ter mais terras (período entre a I e  a II Guerra), produzir mais, vender mais, em resumo ter um mercado maior. Conquistar, então, deveria ser um verbo frequentemente conjugado.

O nacionalismo sem limites apregoado pela maioria dos países e por seus líderes sejam eles, monarcas, comunistas ou fascistas. Se todos desejam ser os donos do mundo, o resultado não poderia ter sido diferente, um final previsível. Iremos desembocar na II Guerra Mundial, mas no entre guerras tivemos:

– o Sr. Stalin já seguia nesta linha do nacionalismo na URSS. Ou seja, dominando os países vizinhos, criando um cinturão comunista ao seu redor, entendendo essas populações como escravas e dependentes e sob as ordens do Kremlin.

– o Partido Nacional Socialista de Hitler se mostra em 1930, os desempregados na Alemanha veem em Hitler uma esperança, esses desempregados são frutos das restrições orçamentárias que foi imposta à Alemanha devido as dívidas e reparos por terem perdido a I Guerra Mundial – Pois é, não se chuta cachorro morto. Um erro!

– os japoneses conquistaram a Manchúria (terra rica em minerais) em 1931 para libertar o povo étnico manchu das garras da China, mas a maioria do povo da Manchúria era chinês formada por chineses Han.

– os japoneses conquistaram Jehol, um território chinês que fazia fronteira com a Manchúria em 1933.

– os japoneses em 1936 criaram um estado fantoche na Mongólia interior, chamado de Mengjiang que também era predominantemente povoado por chineses Han.

– os japoneses invadiram a China em 1937.

Pode parecer que os japoneses eram os maus, e assim pode ser interpretado, principalmente por chineses que mais sofreram suas investidas. Mas, vale mencionar que a II Guerra Mundial terminou em 1948, portanto, já percorremos praticamente 80 anos desde lá, os japoneses perdedores da II Guerra Mundial foram obrigados a não mais constituir exércitos, portanto, há mais de uma geração que não viu a guerra, nasceu num ambiente de paz, prosperidade, não guarda rancores e lembranças de atrocidades deste período. Será que mesmo assim, a cicatriz está lá cravada, por exemplo, na nação chinesa? Provavelmente sim, mas a fila anda, não podemos remoer o passado, é preciso caminhar em frente.

Ahh, sim, temos os japoneses que vivem em Okinawa num pequeno povoada denominado Ogimi, no Japão. Ali os habitantes longevos são famosos por ultrapassarem com facilidade a barreira dos 100 anos bem vividos. Dizem que um dos segredos desses japoneses é que eles sorriem com facilidade, “maemuki” expressão japonesa que significa olhar para frente, encarar os fatos com positividade, o sorriso desarma inimigos.

– os brasileiros tiveram o sr. Vargas no poder 1930, influência direta do Estado na economia e ditadura, incentivo à indústria local, nacionalismo.

– os italianos tomaram a Etiópia. O sr. Mussolini sobe ao poder 1921, foi um conflito ocorrido em 1935-1936, quando a Itália fascista de Benito Mussolini invadiu a Abissínia (atual Etiópia). As forças etíopes apresentaram mais resistência do que os italianos tinham previsto, o que levou os italianos a utilizar armas químicas, inclusive contra as populações civis. A guerra fez mais de meio milhão de mortos entre os africanos, face a cerca de 5.000 baixas do lado italiano. A vitória foi oficialmente comunicada por Mussolini ao povo italiano na tarde de 5 de maio de 1936, depois de uma mensagem do marechal Pietro Badoglio.  Em 7 de maio, a Itália anexou oficialmente a Abissínia, e em 9 de maio, do balcão do Palácio Veneza, Mussolini anunciou o fim da guerra e proclamou o nascimento do Império, reservando para Vítor Emanuel III o cargo de Imperador da Etiópia e de Primeiro Marechal do Império. Eritreia, Abissínia e Somália Italiana foram reunidas sob um único governador e a nova possessão imperial foi denominada África Oriental Italiana.

Ou seja, o período que antecede a II Guerra Mundial não foi dos mais pacíficos, e com o mote de conquistar para crescer vale mencionar a teoria de Keynes, John Maynard Keynes foi um economista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e prática da macroeconomia, bem como as políticas econômicas instituídas por muitos governos. Foi um dos economistas mais influentes do século XX e o fundador da macroeconomia moderna. Keynes pregava a interferência do Estado na economia, e até nossos dias ora suas teorias se encaminham para as bibliotecas, ora são retiradas de lá e implantadas com nacionalismo.

Países que ficam atrasados em relação aos demais não percebem num primeiro momento o que está ocorrendo, e quando acordam há um fosso a ser suplantado. Aqui, o Dr Zero Cost deseja fazer menção ao livro “Obrigado pelo Atraso” de Thomas L. Friedman, (autor de O mundo é Plano). Vamos passar um dos conceitos, tudo evolui quase que concomitantemente, em estradas separadas, mas chega um momento que as descobertas se juntam num outro dispositivo, e criam um salto quantitativo, mudando de plataforma. Assim, os main frames, migraram para os micros de mesa, e esses para os smart phones. A chegada a essa nova plataforma exige que a humanidade parta dali para crescer, para evoluir. Então, o que acontece se o nosso país não está ali? Deixo a resposta para vocês.

(Continua na próxima semana).

(Leia o artigo anterior)


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