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Da porteira para fora (242) – Jornal Tribuna Liberal de 16/01/2021– Motivação 13!

Como descrito nessa série de artigos, a motivação está no indivíduo. Sim, o gestor cria condições para que o indivíduo se motive, mas parte dele (indivíduo) a iniciativa de buscar melhorias todas as manhãs e ativar sua motivação intrínseca.

Obviamente esse ânimo para recomeçar todas as manhãs é influenciado por uma série de fatores; O gestor está fornecendo o exemplo correto? O indivíduo se identifica com o objetivo da empresa? A situação mercadológica permite que ambos remem na mesma direção? Essas variáveis são complexas e o diabo reside nos detalhes.

Um mercado fortemente comprador de nossos produtos e serviços irá azeitar essa engrenagem, no entanto, os ventos mudam e não se preparar para as mudanças é um erro grosseiro. Para se preparar é preciso olhar algumas jogadas à frente e estar sentado na mesma mesa daqueles que constroem o futuro no presente. Por tal, a importância de nossos dirigentes com visão holística e operando em suas respectivas órbitas.

Num exemplo, a Rússia e a China planejam construir suas respectivas estações espaciais. A Rússia e a China não assinaram o “Acordo Artemis” para explorar a Lua e colonizá-la. Por quê? Fontes alternativas de energia. Um país como a China que consome 3/4 de sua energia proveniente do carvão e cresce sua economia a uma taxa impressionante de 6% ao ano irá ter problemas com esse tema? Sim, a China (um país fechado) fala e escreve para quem quiser entender que irá explorar o hélio-3 lunar, um gás raro na Terra que pode ser utilizado para a produção de energia limpa em usinas de fusão nuclear. Lembrando, 40 gramas de hélio-3, facilmente encontrado na Lua, equivalem a 5000 toneladas de carvão em termos energético.

As viagens espaciais estão caindo de preço, se os chineses chegarem lá primeiro trarão o hélio-3 para a China? Aqueles que produzem energia para, por exemplo, motores a combustão sofrerão perdas? O que deveria estar fazendo àqueles brasileiros que nos dirigem? Quais temas eles deveriam colocar na pauta do dia?

Alguém poderá argumentar que foi assinado o Tratado do Espaço Exterior (1967) proibindo a exploração da Lua e obter lucro dessa exploração. Bem, a ONU já coordenou muitos outros acordos que não foram cumpridos, além disso já aprimorou esse Tratado da Lua em 1984, mas, China, Rússia e EUA não assinaram. Por que, será?

Outro exemplo: Qual a probabilidade de o Brasil ter um governo de esquerda ou centro esquerda nas eleições de 2022? Alta! Se esse novo governo vencer, qual a probabilidade de ocorrem  mudanças nas leis trabalhistas atuais? Alta! Em se concretizando essas probabilidades, qual a probabilidade de os custos operacionais das empresas serem aumentados? Alta! E, aí, o que os  CEO´s farão? Não farão nada? Será que deveriam usar esse prazo até outubro de 2022 para calcular um orçamento base zero?

O que faz (deveria fazer) um Gestor-Líder no século XXI?

1. O Gestor-Líder fornece o exemplo, trabalha com valores.

2. O Gestor-Líder deixa claro qual o objetivo de um país ou de uma empresa, não estamos nos referindo as vendas e sim, o que a empresa busca deixar de legado sustentável para a sociedade.

3. Os olhos do Gestor- Líder devem brilhar quando se refere a missão da empresa.

4. O Gestor-Líder olha constantemente para o processo que está rodando e o desafia, ele sabe que deve aprimorá-lo ou mesmo mudá-lo radicalmente. E, se não o fizer, outros farão. Quem? A concorrência. Quando? Basta repetir o processo indefinidamente e esperar pelo “Horsemen of Apocalypse”, acredite, eles virão para aqueles que não enxergam os sinais fracos que o futuro nos enviam. Aliás já estiveram por aqui em muitas oportunidades, veja o que a Amazon fez com centenas de empresas nos EUA e mesmo com as livrarias no Brasil, simplesmente foram incineradas. Ou seja, a história é contada pelos vencedores e nunca ficamos sabendo sobre aqueles que tombaram. Muitas vezes conseguimos navegar durante anos executando o mesmo produto ou serviço, mas isso se deve ao fato de não termos despertado o apetite de “Horsemen of Apocalypse”, ou seja, a nossa irrelevância pode ser uma vantagem competitiva em alguns casos.

5. O Gestor-Líder ajuda seus colaboradores a cumprirem metas, objetivos e deixa-as claras para cada indivíduo do time. Experimente perguntar para algumas pessoas da sua empresa: Qual o nosso objetivo? Se receber respostas destoantes, acenda uma luz amarela, “Há algo de podre no reino da Dinamarca.”

6. O Gestor- Líder comemora cada passo dado no caminho correto.

7. Daniel Goleman abriu nossas mentes para o QE – Quociente Emocional, e, hoje, sabemos que ele é válido tanto para o Gestor-Líder como para aqueles que compõem o time. Não será possível possuir todos as qualidades propostas pelo autor no mesmo nível de performance em uma única pessoa, mas desprezá-los é um erro que aparecerá nos pequenos ruídos que se espalham pela organização. São eles: autoconhecimento, gestão das emoções, automotivação, empatia e a arte de se relacionar.

8. O Gestor-Líder é um eterno inconformado com a mediocridade.

9. O Gestor-Líder e aqueles que interagem com os clientes possuem a obrigação de fazerem os clientes se sentirem especiais.

A receita dos homens bem-sucedidos está por aí, isso não significa que seja simples segui-la. Como disse Steve Jobs: “Gerenciamos a Apple como uma startup. Nós sempre permitimos que as ideias vençam as discussões e não as hierarquias. Caso contrário, os melhores colaboradores vão sair. A colaboração, a disciplina e a confiança são fundamentais”. Simples ou Complexo?

O líder eficaz deve criar objetivos e metas que sejam possíveis de serem alcançadas. As recompensas que são consequências dos objetivos e metas alcançadas devem estar alinhadas com os objetivos e metas propostas. E, metas compartilhadas entre componentes de um mesmo grupo de trabalho serão atingidas através da somatória de esforços para superá-las. É muito importante que o dirigente saiba distribuir metas compartilhadas.

Suponhamos uma empresa que venda álcool gel, com o advento da pandemia COVID o volume de vendas desse produto deve ter aumentado por inércia, ou seja, sem que o time comercial fizesse qualquer esforço extra. O que deve fazer o líder numa situação semelhante? Nesse caso cumprir o “budget” de vendas deve ter sido muito  facilitado. Então, a meta do “budget” a ser atingida deve ser acompanhada de submetas, exemplo de submetas para esse caso; 1. a qualidade dos clientes conquistados, 2. o nível de inadimplência, 3. a diminuição de custos para a conquista de um cliente-chave nesse mercado, 4. a quantidade de elogios recebidos pela empresa numa determinada rede social previamente definida, 5. a conquista de novos nichos de mercado, 6. a diminuição de prazo de entrega, 7. a diminuição de mercadorias devolvidas, 8. a diminuição de perdas,  9. a diminuição do custo operacional por colaborador, 10. a melhoria da produtividade nas vendas (exemplo, diminuição de propostas para o atingimento do “budget” etc).

 

O Gestor-Líder do século XXI é um camaleão, ora atua como apoiador, ora é participativo atuante no processo, ora ele é diretivo e explica aos subordinados a missão e o que é preciso fazer para atingi-la, ora ele exige que as metas e os objetivos sejam cumpridos e atuará como um antidemocrático. Sim, ele deverá vestir diversas armaduras durante a mesma jornada diária de trabalho.

 

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