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Da porteira para fora (270) – Jornal Tribuna Liberal de 31/07/2022– O batedor de pênalti!

Suponhamos o seguinte clássico Palmeiras x Corinthians, o estádio lotado, as torcidas cantam antes do início da batalha. O microfone do estádio anuncia a escalação dos dois times e logo em seguida o mesmo microfone do estádio anuncia a homenagem que será feita pela diretoria do Palmeiras ao goleiro do verdão que completou na última partida 300 jogos. E, lá estão todos no centro do gramado, onde o goleiro recebe uma placa.

Logo em seguida o microfone do estádio escolhe uma jovem palmeirense na plateia e informa que se ela se dirigir até o centro do gramado irá receber R$10.000,00 para participar do ato simbólico. A jovem não pensa duas vezes! Ao chegar ao centro do gramado, o microfone do estádio pergunta para ela se por mais R$10.000,00 reais ela bateria um pênalti contra o goleiro do Palmeiras, ela acena com um positivo, as torcidas batem palmas.

Ela caminha até a marca do pênalti com os sapatos de salto-alto em mãos. Mais do que simpática, ela é alta e forte. O goleiro do verdão já postado, o juiz no local recomendado. A torcida aguarda ansiosamente o som do apito, e o microfone anuncia: Se ela fizer o gol ganhará mais R$30.000,00, agora, se ela não fizer o gol o goleiro do Palmeiras receberá esses R$30.000,00 em comemoração aos 300 jogos pelo verdão e aos 460 minutos que está sem tomar um gol. O espetáculo ficou sério, os corinthianos gritam!!!Faz, Faz, Faz,…….

Em jogo, mais R$30.000,00 para ela que já tinha levado R$20.000,00 e a reputação do goleiro do Palmeiras. O juiz autoriza, ela toma distância, corre, dá uma paradinha e chuta. O goleiro do Palmeiras salta e a bola morre no fundo do barbante. É gooooolllllllllll.

O espetáculo oficial tem início. Aos 20 minutos do primeiro tempo, pênalti a favor do Palmeiras, o centroavante do verdão bate e converte, o placar marca Palmeiras 1 x Corinthians 0, fim do 1º tempo.

Aos 46 minutos do 2º tempo pênalti a favor do Corinthians, o centroavante do alvinegro bate e o goleiro do Palmeiras defende, as duas torcidas enlouquecem. As câmeras das TV´s que transmitem o jogo colocam a menina em 1º plano e os corinthianos gritam: Deixa ela bater!!

Fim de partida, Palmeiras 1 x Corinthians 0. Vamos analisar os 3 pênaltis. A menina da plateia não havia feito nenhum preparo anterior e marcou o gol, o palmeirense treinou muito e marcou, o corinthiano treinou muito e não marcou. Quem foi eficiente?

Vamos abrir um parêntesis; Existe uma expressão utilizada por programadores que se denomina “Go Horse”, ela é também usada em outras áreas, mas não é tão popular. Significa algo como: O fulano tem uma meta, vai lá e bate a meta. Ele não segue nenhum critério, nenhuma metodologia, nenhum padrão, simplesmente vai lá e bate a meta. Nesses casos ele não pode ser copiado.

Em programação quando um programador desenvolve um programa e cria um emaranhado de comandos, código de linhas desnecessárias, algo totalmente desorganizado dizemos que ele “Go Horse”.

Todavia, para o usuário do programa aparece uma bela tela, o usuário entra com os dados e recebe as informações desejadas. Nesse caso “go horse” muita memória de máquina está sendo consumida, mas esse fato só será detectado se um outro programador for analisar o código do programa que está rodando, e como essa possibilidade é remota, ninguém irá levantar essa lebre.

A menina bateu a meta, com os sapatos de salto-alto em mãos. Quando se bate a meta sem critérios, denominamos que fomos eficazes.

Os outros dois jogadores foram eficientes, se utilizaram de um método para bater o pênalti, provavelmente sabiam cada detalhe sobre os pontos fortes e fracos dos goleiros adversários, treinaram centenas de vezes, seguiram uma metodologia, o treinamento de ambos foi eficiente. No entanto, somente o palmeirense foi eficaz, ele bateu a meta.

Conclusão:

Batedor Eficiente Eficaz
A menina Não Sim
O Corinthiano Sim Não
O Palmeirense Sim Sim
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