Continuamos buscando explicar os conflitos que orbitam a milenar terra de Israel, aprendendo com os erros alheios, e aproveitando para algumas reflexões tupiniquins.
As moedas daqueles primórdios.
Há cerca de 3000 a.C., ali na Mesopotâmia (nome dado para a área entre os rios Tigre – Eufrates) os antigos já começavam a usar os lingotes padronizados em ouro ou prata para executarem negócios. Esses lingotes (conhecidos como shekels ou talentos) eram onerosos, portanto, o pobre não possuía acesso. Óbvio! Daí para pequenas transações, a invenção da moeda foi um pulinho. Ou seja, a moeda foi inventada para atender ao pobre.
Os Tabletes (não esses de hoje que estão na mão da meninada) em argila, com escritas cuneiformes, registravam as transações, digamos, a contabilidade da época. Hoje (2017) vivemos uma era similar com essa revolução passada e os cartórios deverão ser os primeiros a desaparecerem como os conhecemos; a tecnologia do blockchain irá acabar com o reconhecimento de firma presencial – aliás, esse reconhecimento de firma é uma afronta à inteligência de um homem no século XXI. Num exemplo banal, transacionam-se treze milhões de veículos usados no Brasil por ano e todos os proprietários devem ir ao cartório para reconhecer firma, muitas vezes pagando o estacionamento mais próximo para estacionar seu veículo ou utilizando-se da zona azul, perdendo o horário de almoço, pagando as custas do cartório para comprovar que você é você, ou se preferir, que eu sou eu, etc. Ou seja, os cartórios deveriam deixar ali no saguão de entrada além do bebedouro de água e o emissor de senhas uma porção farta de capim para nós visitantes, afinal repetiremos a dose em 2018, mais treze milhões de indivíduos cumpridores de seus deveres irão aos mesmos cartórios. Uma alegria? Sim, para os cartórios e para os proprietários de estacionamentos na redondeza!
Os escritórios contábeis que desde aquela época 3.000 a.C. se perpetuaram em suas funções de registros, serão os próximos a verem sua profissão aniquilada como a conhecemos. A Receita Federal dispõe das notas fiscais emitidas, há câmeras por todo lado, nossos smartphones registram nossa posição geográfica, nossas contas bancárias estão na mão deles, enfim, eles possuem informações suficientes para decidir se um pobre mortal deve ou não pagar IR – imposto de renda. É lógico que no Brasil irá demorar mais tempo para nos livramos dos formulários, afinal, somos o país do futuro. Aqui as coisas acontecem no futuro, e preferencialmente na semana que vem.
Veja o despachante, como o próprio nome diz, é aquele que despacha, ou seja, valor agregado igual a zero, mas essencial no Brasil. Dia desses num almoço um amigo alemão e outro amigo despachante sentados à mesa travaram o seguinte diálogo, o despachante perguntou ao alemão:
– E se eu for despachante na Alemanha, serei bem-sucedido?
E o amigo alemão respondeu.
– Não sei, o que sei é que esse tipo de “serviço” é enquadrado pela lei entre dois a três anos em regime fechado.
Israel, de onde vem?
Sim, Israel. Nessas caminhadas entre a Babilônia e o Egito, Abraão recebeu a benção do rei Melquisedeque em Salem e foi ali que também recebeu a intervenção divina quando estava prestes a sacrificar Isaque (seu filho com Sara) por ordem de Deus no monte Moriá. Hoje (2017) acredita-se que Salem seja o local onde situa-se a atual Jerusalém, e o Monte Moriá a colina onde foi erguido o Templo. Assim, para os seguidores do patriarca esse local (Salem = Jerusalém) é de uma importância histórica monumental. Mais adiante na história, Jerusalém se tornará ainda mais focal, com a vinda de Cristo no ano zero para os católicos, e a vinda de Maomé 571 d.C. – 632 d.C.
A construção do Templo em reverência a Deus, é um episódio interessante, decidiu-se arrecadar mais impostos para esta obra durante o reinado do Rei Salomão, e após a construção e a morte de Salomão os impostos não foram extinguidos. Que tal?
Mas de onde vem Israel? Se ao norte de um lado temos a Babilônia e Assíria, e ao sul o Egito, essa ligação era movimentada, pois, embora a conexão fosse por terras áridas e pobres, conectava duas grandes potências, portanto, por ali passava muita gente, e era o trajeto de Abraão em suas andanças. Voltemos aos dois filhos de Abraão.
* Os judeus são filhos de Isaque, e os árabes são filhos de Ismael. Tanto, Isaque como Ismael são filhos de Abraão. Isaque foi o filho esperado, e, portanto, herdaria e herdou o que foi prometido a Abraão por Deus, aqui está o início de todas as desavenças entre judeus e árabes! Em Genesis 16:11-12 um anjo teria profetizado a Agar (mãe de Ismael, a escrava egípcia) que Ismael viveria em hostilidade contra todos os seus irmãos. E é o que temos visto na TV, no entanto, queremos afirmar que judeus e árabes já viveram em paz por séculos, e as hostilidades mais fortes tem início em 1948 com a independência de Israel.
* A herança, estamos em 2000 a.c.: Deus prometeu a Abrão muitas nações. “… serás pai de numerosas nações. Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí. Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti” (Gênesis 17:4-6). Vale dizer que o Dr Zero Cost entende Abraão como uma categoria de pessoa, um homem limpo, e não pertencente a uma descendência carnal. Aqueles que praticam suas ações são dignos de sua linhagem. Assim, como Cristo foi um homem limpo, os judeus da época o consideravam da linhagem de Abraão, somente não o reconhecem como o verdadeiro messias.
* Abraão teve vários diálogos com Deus e em um deles estabelece a aliança através da circuncisão. Abraão a esta altura seria praticamente um homem centenário, e deste ato provem o costume entre os judeus.
* Abraão irá falecer aos cento e setenta e cinco anos, antes, porém vale mencionar que os conflitos entre Hagar e Sara continuaram e romperam a paz na família (Duas esposas, e um filho com cada uma delas, que tal? Será que o dia a dia de Abraão era fácil? Sem TV, e todo pessoal junto numa mesma barraca!), até que Abraão dispensa o filho Ismael e Hagar, estes foram colocados sob a proteção de Deus segundo a Bíblia no deserto de Parã. Essa passagem bíblica é muito interessante, você dispensa mulher e filho e os indica à direção do deserto, mas sem antes, decretar: estejam sob a proteção de Deus.
* Sara virá a falecer muito antes de Abraão que terá uma nova esposa, Quetura. Aos descendentes desta nova família, são reservadas terras distantes, os midianitas, afinal seguindo o rito do primeiro filho Isaque, coube somente a ele a herança primordial. Assim, tanto a descendência de Ismael como de Midiã se colocam longe dos olhos de Isaque, então, essa descendência se considera árabe, a nação árabe (midianitas + ismaelitas). Estamos diante da separação das etnias que segue até 2017 e por milênios. Filhos de um mesmo homem, uns seguem a linhagem árabe, outros seguem a linhagem judia, e geneticamente devem ser idênticas.
* Abraão, sepultado na Cova de Macpela, deixou toda sua herança para Isaque (Isaac). Observe a encrenca! Sendo Quetura uma segunda esposa legítima!
* Bem, a vida continua, Isaque casa com Rebeca e terão entre outros um filho de nome Jacó. O Dr Zero Cost menciona Jacó porque está em linha com nosso objetivo, Jacó significa aquele que morde o calcanhar, um trapaceiro. Ou seja, adjetivos pouco recomendados, e até hoje escutamos piadas onde o personagem principal é Jacó. Numa das passagens bíblicas, temos: “E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será teu nome. E chamou-lhe Israel“. (Gen 35:7,10). Essa mudança de nome dada por Deus foi devido ao fato de Jacó ter lutado como um príncipe contra uma criatura divina. Aqui nasce Israel, ou pelo menos o nome Israel, e obviamente conectado diretamente à linhagem de Isaque, o verdadeiro herdeiro. O Dr Zero Cost observa que este fato dos herdeiros, ou dos verdadeiros herdeiros, geraram e geram convicções milenares que se arrastam por gerações. Como mudar isso?
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