Eu estava sentado no meu canto preferido do sofá, sozinho. De repente, olhei de soslaio para o outro canto em diagonal do mesmo sofá e lá estava ele, fumando seu cachimbo, por capricho transparecia ter encontrado um local para sua atividade de lazer, a sala ampla a fumaça não era um incomodo, sim, o sr. Albert Einstein, me olhou fixo, deu uma baforada e consentiu-me escutar sua voz.
:- Alguma pergunta?
Passaram 2 longos minutos e, então, perguntei.
:- O sr. acredita na equação E = mc2? E, ele respondeu.
:- Claro, fui quem a deduziu.
Então, perguntei, sabendo que ele acreditava em Deus.
:- O sr. continua tendo fé no criador?
Ele.
:- Sim, mas, talvez, não a fé que você esteja pensando. A fé se tornou o ponto inicial de muitas religiões, conceitos, abstrações e essências. E, nessa fé eu não acredito.
:-Por que, senhor?
:- Se você acredita que chegou à essência, não fará mais perguntas, sua mente estará sólida e ancorada.
:- Então, o sr. não acredita na equação E = mc2?
:- Sim, acredito, mas não acredito que seja a essência. Você sabe, eu sou um admirador do Isaac Newton, as equações dele para a física são parcialmente válidas até hoje, mas não são a essência. Assim, como a minha não o é.
:-Mas, a sua funciona muito bem para os grandes corpos e qual outro ser humano poderia intuir que é possível dilatar o tempo e contrair o espaço?
Responde Einstein.
:-Qualquer um desde que tenha uma mente inquieta e não se contente com a fé cega. Infelizmente, alguém pode ter trabalhado sua mente para que você acredite em algo fixo ou você pode ser fruto de um meio onde todos proclamam a mesma crença.
:-Então, eu não devo acreditar na Teoria da Relatividade?
:-Você deve contestá-la e contestando caminhará um pouco mais além. Se você não explorar aquilo que lhe falam ou tentam lhe impor, o mundo será cada vez mais mecanicistas e cada vez menos orgânico.
:-Eu duvido que eu pudesse deduzir a Teoria da Relatividade, passados mais de 100 anos desde 1905 quando o senhor comunicou sua conclusão, eu ainda não a entendo.
:- Nós os humanos não estamos aqui para gerar conclusões e sim explorações. Se você não se dispor a explorar, sim, não irá entender.
:- Senhor Einstein, antes que o senhor desapareça do meu sofá como surdiu num passe de mágica, qual a sua mensagem para mim que acredito, continuarei aqui sentado?
Então, Einstein disse.
:-Duvide e sempre esteja aberto a mudar a sua “conclusão” ou a “conclusão” de outrem.
:-Então, não devo confiar na equação E = mc2?
Einstein pronunciou sua última frase antes de desaparecer.
:-Confie naquilo que venha acompanhado de qualidade inteligível. E, a partir daí aprofunde.
Sai dali e caminhei trêmulo até o espelho mais próximo, fitei-me fixamente e conclui.
:-Ainda vivo e quanta falta de saber.