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Da porteira para fora (29p) – Jornal Tribuna Liberal – 17/12/2017 – Vamos Dominar o Mundo 7.

Seguimos esta série analisando as ações de Israel, todavia, não deixaremos de revisitar outras transformações históricas importantes. Na semana passada paramos em Jacó.

Jacó.

Jacó lutando com o anjo, por Doré, 1855 (Granger Collection, New York)

* Israel (ou Jacó) havia lutado contra um anjo e vencido; a ele foi dado o nome de Israel, ou seja, “ele luta com Deus” (Yisrael em hebraico) – sara que significa “ele luta”, e El que significa “Deus”. Assim temos o nascimento do patriarca dos hebreus, e suas 12 tribos, ou seja, os 12 filhos de Jacó, ou os 12 filhos de Israel, ou o povo de Israel.

* Jacó teve doze filhos, mas dois deles podemos denominar especiais, o de nome José (José do Egito) e Benjamim, frutos do casamento com Raquel. Sobre Benjamim temos poucos registros (sabe-se que Raquel faleceu no parto de Benjamim).

* E disse José do Egito a seus irmãos: “Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó”. Gênesis 50:24. Novamente com a fome imperando em Canaã, Jacó e a família migram para o Egito. Essa migração de Jacó para o Egito é permeada de uma linda história sobre José do Egito, filho de Jacó que foi desprezado e vendido pelos irmãos em idade tenra como escravo anos anteriores ao da migração, e no Egito de escravo, José, se torna personagem de primeiro escalão do Faraó. Neste ponto, o Dr Zero Cost recomenda as deliciosas leituras sobre a vida de José do Egito, um homem que perdoou o imperdoável, o que no mundo atual se torna impossível já que a grande maioria dos dirigentes miram somente o próprio umbigo.

* Jacó teve outras esposas, mas vamos ao ponto que nos interessa: Lia, Leia, ou Lea, com quem teve vários filhos e um deles de nome Levi; seguindo a linhagem de Levi teremos o nascimento de Moisés. É importante mencionar Moisés pois ele se tornará um líder religioso, um profeta, o homem que conduz o povo hebreu até próximo de Canaã no famoso episódio narrado no Livro do Êxodo (saída do Egito), e a quem é atribuída a autoria da Torá. Assim, Moisés é um dos profetas mais importantes do Judaísmo, do Cristianismo, e também do Islamismo. Observamos que Moisés (segundo historiadores), no período de 1501 a.C. e 1510 a.C., conduziu o povo de Israel em peregrinação pelo deserto até contemplar a terra santa de Canaã no alto do Monte Nebo, na Planície de Moabe. Ou seja, Cristo não havia vindo à Terra e somente seis séculos depois de Cristo é que Maomé dará origem ao Islã, mas Moisés já se tornara o maior profeta da região e do judaísmo.


Segundo as escrituras, foi Moisés quem implantou a Páscoa Judaica e foi ele quem recebeu no Monte Sinai as Tábuas da Lei de Deus com os Dez Mandamentos. Vale mencionar que os hebreus estavam se tornando muito numerosos no Egito e o Faraó, com medo de um domínio hebreu em suas terras, os torna escravos. Por tal, Moisés foge do Egito e aqui há passagens bíblicas maravilhosas, como a passagem pelo Mar Vermelho. Moisés estende sua vara sobre o Mar e ele se abre para a travessia dos israelenses e seus animais, enquanto os egípcios que os perseguiam foram submersos pelas águas do mar após a passagem segura da caravana de Moisés.

Após a saída (êxodo) do Egito conduzida por Moisés, alguns povos (ou etnias) foram expulsos pelos israelenses de sua comunidade ao chegarem em Canaã. Um deles, os Cananeus ou canaanitas, eram os habitantes do reino antigo de Canaã.

Para os judeus ortodoxos, Moisés é chamado de “Nosso Líder Moshe”, “Servo de Deus”, e “Pai de todos os Profetas”; para eles, Moisés não só recebeu a Torá, como os ensinamentos que deram origem ao judaísmo, o Zohar de Rashbi, entre outros. Enfim, é considerado o maior de todos os profetas.

2017

Hoje (2017) há duas correntes de arqueólogos; alguns tentam conectar fatos descobertos cientificamente com a Bíblia, outros abandonam os registros bíblicos e buscam evidências científicas históricas irrefutáveis. Talvez um dia teremos a verdade. Não podemos nos esquecer que esse passado remonta a milênios.

Moisés chegou à Terra Prometida e encontrou gente por lá, e hoje (2017) está localizada cidade de Jerusalém, ou seja, Jerusalém foi previamente uma cidade Cananéia. No Brasil, alguns dizem que Cananéia no litoral paulista é a nossa mais antiga cidade brasileira, mas não há registros sobre este fato, cabendo esse título a São Vicente. De qualquer maneira vem a pergunta: A quem pertence Jerusalém? Aos cananeus?

Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA, o Sr. Donald Trump, reconhece a cidade de Jerusalém como a capital de Israel, gerando um desconforto em todo o Oriente Médio. Alguns lugares santos muçulmanos de Jerusalém são controlados pelo governo da Jordânia. E Amã, a capital da Jordânia, é um local onde se conseguem equacionar alguns ruídos da região e os jordanianos se posicionaram totalmente desfavorável ao movimento dos americanos do norte.

A decisão dos americanos do norte caiu muito mal no Oriente Médio. É interessante observar que quando o Sr. Donald Trump era candidato a presidência dos EUA, ele fez diversas promessas, mas ninguém acreditava que ele as iria cumprir. Ocorre que ele se dedica a isso, cumprir as promessas de campanha, muito diferente daquilo que vemos por aqui.

De qualquer maneira, a autoridade máxima da Palestina, o presidente Sr. Mahmoud Abbas, entre outros, não gostou desta decisão e se movimenta politicamente para impedi-la; solicitou ajuda do Papa Francisco e outros líderes mundiais, como os presidentes da Rússia, França e o rei Abdullah da Jordânia.

O Egito é também contrário a essa medida e deseja que o status legal de Jerusalém fique como está, pilotado pela ONU. Alheio às efervescências, o Sr. Donald Trump segue na transferência da embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém. Lembrando que Israel ocupou esta cidade em 1967 e ela é reivindicada pelos palestinos. Os palestinos ainda entendem que Jerusalém oriental deve ser a capital de seu país, ou Estado, e os demais países não reconhecem o pleito de Israel sobre toda a Jerusalém.

Qual é o Status Legal de Jerusalém?

No final da II Guerra Mundial, temos a divisão da Alemanha e, entre outros, a divisão da Palestina em:

▷ Um Estado Judeu,
▷ um Estado Árabe e
▷ Jerusalém.

Jerusalém se tornou um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) administrado pelos Estados Unidos da América.

Aqueles que são sionistas, ou seja, defendem o direito e a autodeterminação de um povo judeu, foram favoráveis a essa divisão. O precursor dessa bandeira, muito antes desta divisão, foi o Sr. Eretz Israel. Os árabes não aceitaram essa decisão.  Em 1948 foi criado o Estado de Israel e a parte Oriental da cidade foi decretada sua capital; a parte Ocidental continuou sob domínio da Jordânia.

Em 1967, Israel se apossou da parte ocidental de Jerusalém na famosa Guerra Dos Seis Dias. Em 1980 temos uma lei que nos lembra episódios atuais da Coréia do Norte, a lei que determina ser Jerusalém capital “eterna e indivisível” de Israel. A ONU não reconhece esta ocupação de Jerusalém Ocidental e considera a lei de 1980 uma violação internacional.

Aparte dos países e seus posicionamentos oficiais, temos os grupos terroristas dentro desses países cujas posições não são coincidentes com a política do próprio país. Já estava complexo resolver esse imbróglio; agora temos mais uma variável, praticamente o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como a capital de Israel. Está fácil?

(Continua na próxima semana).

(Leia o artigo anterior)


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