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Da porteira para fora (34p) – Jornal Tribuna Liberal – 21/01/2018 – Vamos Dominar o Mundo 9.

David, é possível ser pequeno e vencer num mercado gigante?

Antes de Cristo vir ao mundo, por volta do ano 1000 a.C. temos que mencionar o Rei David, Rei das 12 tribos de Israel, um rei popular e tocador de arpa. Foi ele quem transferiu a capital do reino de Hebrom para Jerusalém, trouxe para ali a Arca da Aliança. Arca era o local que guardava as Tábuas dos Dez Mandamentos, e também era um canal de comunicação entre Deus e seu povo escolhido. Ficou ali até seu desaparecimento (alguns dizem que foi durante a invasão de Jerusalém por Nabucodonosor II – rei da Babilônia).

Aprender a tocar um instrumento musical poderá não lhe tornar um Mozart, ou um Niccolò Paganini, mas com certeza irá dirigir seu cérebro para uma nova linguagem, abrirá sua visão de mundo e, de quebra, irá lhe auxiliar na solução de seus problemas diários em outros campos.

Todos conhecem a história de David que se torna universal ao derrotar o filisteu Golias (sujeito que zombou do Deus todo poderoso de David) e com essa vitória o simples David pôde desposar uma das filhas do rei Saul. Com a morte do filho do rei Saul, David passou a governar as 12 tribos de Israel.

Davi e Golias na batalha entre os Filisteus e o povo de Israel.

Aquele que nascia na Filisteia era filisteu; trata-se de uma faixa de terra que saía do Egito, tendo ao leste o Reino de Judá, a oeste o mar Mediterrâneo e, ao norte, fazia divisa com o Reino de Israel. Essa faixa continha a cidade de Gaza (O Reino de Judá continha, entre outras, as cidades de Jerusalém e Hebrom).

David lutou contra o filisteu Golias e venceu, sim, mas não lutou de peito aberto, não foi para o confronto direto, usou suas artimanhas. Sun Tzu diria: “Todos elogiam a vitória nas batalhas, porém o verdadeiramente desejável é poder ver o mundo do sutil e ter em conta o mundo do oculto, até o ponto de ser capaz de alcançar a vitória onde antes não havia nenhuma forma previsível dela”.  Ou, se preferirem, em outra passagem o mestre ensina: “…as vitórias que conquistam (aqui o mestre se refere aos grandes guerreiros) em batalhas não são devidas à sua sorte. Suas vitórias não são casualidades, mas são antes, fruto de sua estratégia e planejamento, de modo que, quando atacam, seus adversários já estão fadados à derrota”.


Sun Tzu é de 500 a.C.; pois é, estamos em 2018 d.C e, para vencer em cada um de nossos segmentos de mercado, precisamos de estratégias inteligentes, nos espelharmos no combate do Rei David, entender que deixamos (pelos menos os países desenvolvidos) a Era New World para a Era Now World, e tudo se transforma rapidamente em Real Time.

A placa nesta estrada indica: “Surfe essa onda, ou envolva-se num acidente ali à frente”.

Onde está o poder dos reis? E o seu?

Observamos que reis possuem qualidades que não são próprias de nós, simples plebeus. Eles normalmente sonham com algo enigmático, que decifrados por profetas e magos, são mensagens sobre o que deve ser feito, ou o que irá ocorrer no futuro. Muitas vezes não sonham, travam diálogos diretos com os deuses e as deusas. Esse fato nos diferencia fundamentalmente deles, ou seja, separa os dominantes dos dominados. Nos tempos democráticos elegemos nossos reis, gente diferenciada, capaz, que irá conduzir a plebe para a Terra Prometida, para o conforto e para a vida farta com qualidade. Os plebeus evoluíram de escravos para trabalhadores, o que, em tese, estaria tudo bem se os reis (que não evoluíram) cumprissem seu papel mas, tanto na antiguidade como hoje em dia, principalmente abaixo da linha do Equador, o alvo deles é o próprio umbigo. Em outubro de 2018 teremos por aqui uma pequena oportunidade!

Tanto os reis como os plebeus são dependentes uns dos outros. Não conseguimos ir ao banheiro sem depender de alguém, dependemos do fabricante de papel, dependemos da concessionária de abastecimento de água, etc… O mundo caminha para o digital e, aqui, a dependência é ainda maior. Usamos diariamente um mobile e não fazemos ideia de como isso funciona. Então, reis, rainhas e plebeus devem pensar em tempos modernos na cadeia produtiva que estão inseridos. Se somos um fornecedor de equipamentos para festas, é bom pensar em como essa festa será memorável para o festeiro, é preciso remarmos juntos, é preciso criarmos alianças, é preciso termos empatia muito mais do que simpatia, é preciso nos colocarmos no lugar do comprador e verificar se ele ficará satisfeito com a solução proposta e vendida, ou continuaremos esse país terceiro mundista, rastaquera. Atrás de cada nova tecnologia, nova invenção, novo conforto, encontraremos o ser humano e suas vontades, e aqui está a razão de existir de nossas empresas. Portanto, se há um lugar comum para começar, comece com a pergunta: Por que minha empresa existe?

A Estrela de David e a nossa.

O rei David possuía um símbolo, a Estrela de David. Se nós brasileiros, leigos nos temas orientais, colocarmos atenção nesta estrela, veremos que ela possui dois triângulos sobrepostos, a ponta de um dos triângulos voltada para baixo e a do outro triangulo voltada para cima. Trata-se de um símbolo que era colocado nos escudos, uma espécie de amuleto para trazer proteção ao corpo do guerreiro. Hoje, esse símbolo judaico migrou para a bandeira de Israel, aceito em 28 de outubro de 1948. Ou seja, o amuleto ornamental foi erguido ao status de símbolo de um Estado, o Estado de Israel. Veja, aqui temos uma aresta: Se temos árabes em Israel não judeus, porque eles deveriam aceitar um símbolo judeu em sua bandeira? As faixas azuis da bandeira atual remetem ao xale das orações judaicas – Talit, ou seja, uma caracterização da religião judaica numa bandeira.

Estrela de Santo Daime

Por aqui na Terra Brasilis também temos a nossa estrela de David, esse formato utilizado como símbolo começou no século XX através do Mestre Irineu (falecido em 1971), lá no Acre, seringueiro e lavrador. O Mestre Irineu tomou a bebida sagrada conhecida como ayahuasca pelos índios da Amazônia e teve visões a ele reveladas por entidades divinas, a missão do Santo Daime.  O daimista ao ingerir essa bebida se purifica, ou pelo menos inicia o processo de purificação e o autoconhecimento, numa melhora contínua até atingir o perdão pleno.

É assim, os homens aglutinam-se em torno daquele que possui o poder e, se o poder for divino, melhor ainda. O poder divino conferido a cada homem escolhido entre milhões, é o pulo do gato para a teocracia. Vejam a divindade que cercava um governante no Egito dos faraós, ou se preferirem não caminhar tão longe, vejam as manifestações no Irã na virada do ano de 2017 para 2018 e como foram controladas. O Guia Supremo do Irã é um religioso, autoridade máxima do islamismo local (um aiatolá) é desde 1989 o aiatolá Ali Khamenei com mandato vitalício, cujas funções básicas inclui: as Forças Armadas, o Judiciário, a Polícia Interna e, obviamente, a religião. Que tal?  Além disso há o Conselho dos Guardiães, composto por 12 pessoas que respondem para ele. Lembrando que ali a pena de morte e outros “pequenos” castigos são permitidos.

Ilustração – Condenada à morte por apedrejamento, por adultério

By the way, o aiatolá Khamenei prometeu, em dezembro de 2017, “decepcionar” os EUA, já que esse país é o “inimigo principal” de Teerã, “em todas as arenas”. Vai encarar? Ou prefere deixar para o sr. Trump?

(Continua na próxima semana)

(Leia o artigo anterior)


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