Prioridades
No nosso dia a dia manuseamos diversos papéis, documentos, ferramentas, etc. ocorre que a frequência com que as manuseamos não é a mesma, assim, podemos dividir a frequência entre prioridade 1, prioridade 2, e prioridade 3. A prioridade 1 deve estar sempre à mão para ganharmos tempo, a prioridade 2 pode ir para um armário próximo, e a prioridade 3 para uma área comum, um arquivo morto, um almoxarifado, etc.
A primeira classificação é sempre mais complexa, pois as pessoas argumentam: “Isso eu vou precisar em algum momento, é importante”, portanto, o agente responsável pelas mudanças do 5s deve ser hábil o suficiente para retornar até essa estação de trabalho após algumas semanas e colocar o tema em pauta com o “proprietário” da estação, avaliar o que realmente ele utilizou neste período, e o que pode ser remanejado para outras prioridades.
Os materiais, ferramentas, equipamentos, papéis, etc. que deverão ter outro destino devem receber uma etiquetagem, cada empresa saberá como definir as destinações que lhe convém, exemplo; destruição, doação, remanejamento, venda, permuta, etc.
Com relação ao item venda, às vezes nos surpreendemos com o interesse de alguns colaboradores em adquirir um determinado produto que foi descartado, exemplo, um micro que já não atende a um determinado colaborador que necessita de um equipamento mais atualizado, e mais rápido, mas se encaixaria como uma luva para trabalhos escolares para o filho de um colaborador.
As empresas com mais musculatura costumam ter uma Intranet, assim, itens que estejam à disposição são mais facilmente divulgados.
Intuição.
Muitos empresários, mormente os pequenos lerão esse texto e não darão a devida importância, dirão: Confio na minha intuição. Sim, a intuição é algo fundamental para a administração, mas quando será que ela funciona?
Primeiro se faz necessário ressaltar o passado, é preciso conhecer o passado, o histórico, a história. É verdade, as coisas mudam com tal velocidade que a história muitas vezes não agrega valor, todavia, não é bem assim, mesmo que não consigamos aplicar técnicas desenvolvidas no passado, conhecer o histórico e a história irá no mínimo prevenir-nos de cometer os mesmos erros.
A intuição ganha protagonismo quando o ambiente é previsível, assim, aliado a experiência do empresário, ele terá intuições assertivas, fará julgamentos corretos. Há campos onde isso pesa mais, possui maior valor. Suponha um engenheiro construtor de pontes, toda a experiência acumulada em sua carreira possui um valor alto e mensurável. Ele terá solucionado diversos problemas ao implantar projetos, e driblando-os assertivamente com base em “cases” passados. Agora, pensemos num profissional de marketing, ou num empresário do setor da indústria 4.0. As ferramentas tiveram tantas quebras evolutivas e aquilo que foi válido no passado, não agrega nenhum valor nos dias atuais.
Esse é o jogo, é preciso saber onde você se encontra. Alguns empresários podem decidir: Ok, estou num mercado seguro e não vou me aventurar. Essa decisão pode levá-lo ao fracasso. Veja o mercado de criptomoedas, e empresário pode menosprezá-lo, mas se ele se sobressair poderá ser tarde demais, assim vale o ditado: Um olho no peixe, outro no gato.
Estamos em abril de 2018, as eleições brasileiras se aproximam, quantos analistas políticos com décadas de experiência temos no Brasil? O que vale a experiência deles para prever os resultados das urnas em 2018? O ambiente que se encontram possuem tantas variáveis novas que a experiência passada não agrega valor, ou para sermos mais rigorosos agrega muito pouco valor. Suponhamos numa ginástica rápida que a lei de fórum privilegiado sobra mudanças, quem irá parar de pé?
O pior que pode acontecer é o fulano ser um bem-sucedido empresário no segmento de mercado “x” e extrapolar toda sua intuição para o segmento de mercado “y”, as chances de cometer erros são enormes. É como se ao terminar uma partida de futebol onde o Neymar foi simplesmente brilhante, perguntássemos a ele: Qual sua proposição para solucionar o déficit da Previdência Privada no Brasil? Esses empresários por terem tido sucesso num segmento cometem erros grosseiros em outros, a literatura está repleta desses deslizes. E pior, esses empresários muitas vezes não querem entender que erraram e ultrapassam com frequência o limite do razoável nos campos que desconhecem.
Aqui devemos recomendar o livro de Daniel Kahneman onde ele discorre sobre a intuição que conduz à emoção, causa sombra à razão e despreza os conselheiros racionais que estão ao lado do investidor.
Conclusões:
- Na maioria das vezes quando agimos por intuição em campos que não temos competência, prejuízos serão constatados.
- Quando a arrogância do empresário vencer esse diálogo, ele irá sentir seu despreparo no bolso. Não será preciso que ninguém lhe comunique os erros cometidos. (Continua na próxima semana)
Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, página 03, clicando aqui.