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Da porteira para fora (47p) – Jornal Tribuna Liberal de 22/04/2018 – SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente 10.

Seguimos com o SAC e algumas dicas.

Ideias

Uma sugestão para melhoria do ambiente de trabalho visando as condições mínimas para o progresso, é dispor de um banco de ideias onde cada colaborador se sinta à vontade para ir até lá e propor algo, independentemente de seu nível hierárquico. As ideias propostas podem ser ridículas e pouco aproveitáveis, mas podem servir de trampolim para inventos preciosos, alguém pode partir dali e incrementar algo brilhante.

Quanto mais ideias pudermos amealhar, maiores serão as chances de que uma seja bem-sucedida. Se as pessoas estiverem realmente interessadas no progresso da empresa darão suas contribuições. Hoje em dia com a tecnologia e a velocidade brutal das mudanças, ideias isoladas são difíceis de serem aproveitadas, mas ideias lapidadas por um conjunto de pessoas possuem chances muito maiores. Por tal, não acredite no gestor que se levanta pela manhã e diz: Tive uma ideia brilhante e vou implantá-la. Ele até pode ter tido uma ideia brilhante, mas irá precisar de cúmplices para implantá-la, as pessoas ao seu redor precisam se envolver, então, ele deverá compartilhar, ajustar, lapidar, aceitar mudanças que agreguem, enfim, não se deve promover o pai da ideia deixando os demais como simples cumpridores de tarefas.

Muitas vezes os críticos são críticos porque não conseguem propor algo melhor, esse risco está presente nos pessimistas e nos invejosos. Todos podemos ser competentes e propor algo, o problema é: Será que todos estão interessados? Será que aqueles que conseguiram se acomodar na estrutura preferem ficar onde estão? Será que estudar, pensar, e propor mudanças causa dor? Esse cenário existe e sempre irá existir, Einstein disse: “Os espíritos elevados sempre enfrentaram oposição das mentes medíocres”.

Vejam o FGTS o quanto foi criticado no lançamento pelo governo militar, hoje, os sindicatos saem às ruas para defendê-lo. É uma total incoerência, mas pelo menos houve o reconhecimento do erro cometido no passado.

O outro lado da moeda também é verdadeiro, o colaborador fornece ideias para a administração e esta não lhe dá os devidos crédito, essa corda será esticada até um limite onde ele deverá abandonar o local de trabalho e buscar outros ouvidos mais permeáveis. Muitas boas ideias não logram ser implantadas porque seus proprietários não dominam o linguajar da organização onde estão trabalhando. Dominar o linguajar da organização é fundamental para o crescimento pessoal e a venda de ideias, há meandros e detalhes em cada organização, em cada chefia que devem ser respeitados, em outras palavras, se a briga não vale a pena, contorne o tema.

 

Há uma frase de Jack Handey que ele diz: “Antes de criticar qualquer pessoa você deve calçar os sapatos dela e caminhar por um quilometro”. A ideia é: quando ela receber a crítica você estará distante e ela não poderá lhe alcançar, pois estará sem sapatos. Criar empresas onde os conceitos podem ser contestados é muito bom, e lucrativo, as empresas se renovam, não envelhecem, o difícil são as pessoas receberem bem as críticas. Aqui estamos entre a cruz e a espada, se você cria uma cultura forte ela tenderá a ser tornar uma seita, e se tornará burra, se a cultura não é forte poderá ter uma empresa anárquica.  Nessa linha tênue situa-se o sucesso perene.

Relato Pessoal

No início dos anos 1990 no auge das privatizações o Dr Zero Cost foi visitar um cliente num dos endereços mais caros de São Paulo, o m2 ali fazia ruborizar qualquer ser devidamente preparado. Tratava-se de um executivo recém nomeado para um importante cargo no Brasil, após sua empresa ter vencido um leilão público no Brasil. Ao final da nossa conversa o Dr Zero Cost lhe presenteou com uma linda e gorda pasta com todos os nossos catálogos técnicos. Ele olhou, desfolhou, esponjou, e ao final disse:

-É muito interessante, mas eu não posso aceitar.

-O dr Zero Cost disse: Como não? Preparamos especialmente para o senhor.

-Ele disse: Você sabe quanto custa o m2 nesta avenida? Se todos que vierem me visitar me derem uma pasta sobre detalhes técnicos referentes a alguns equipamentos que fabricam em pouco tempo terei um armário que irá ocupar bem mais que 1 m2. Não posso aceitar, e devolveu a pasta.

Demarcações

Um dos meus heróis, talvez o maior, no campo da administração é o sr. Peter Drucker. Ele cunhou o termo CC – Centro de Custo, e antes de morrer já havia se arrependido deste feito. Nas fábricas esse conceito se proliferou após a II Guerra Mundial, e até hoje as organizações se valem dele, basta entrar num local fabril e olhar para o piso. Ali estará demarcado o espaço pertencente àquela seção, e normalmente o chefe irá fazer de tudo para mantê-lo limpo e organizado de sorte que qualquer um que passe por ali com um simples olhar saberá se do ponto de vista visual o setor é ou não organizado.

Fabricas, indústrias, costumam mudar o layout, assim, é conveniente que o piso não sofra nenhum tipo de interferência, ou seja, não se deve instalar absolutamente nada nele, como tomadas de captação de energia, tubulações, etc. Esse tipo de facilidade deve ser aérea, pois, possui maior mobilidade e evita o tal do quebra-quebra toda vez que idealizamos e executamos uma mudança de “lay-out”. Com os escritórios ocorre o mesmo, uma sala que antes abrigara um diretor financeiro, se transforma em consultório dentário, por tal, o piso desses compartimentos deve ser elevado para propiciar mudanças rápidas e eficazes.

Kamishibai Board

Trata-se de uma ferramenta para melhorar o desempenho do 5s, pode ser encontrada no livro de Giles Johnston com o título Kamishibai Boards – A visual management tool improve 5s and create effective habits.

É muito simples, se para sua empresa é mais conveniente controlar as tarefas, missões, etc.. manualmente, então, é criado um painel, um quadro, ou o que for mais conveniente com um título em cada cartão, e uma carta com 2 lados um verde e um vermelho. Olha-se o painel repleto de cartões e se sabe quais funções estão verdes, e quais estão vermelhas, as verdes estão cumpridas, e as vermelhas incompletas.

O período que as cartas serão viradas deve ser definido segundo as rotinas que serão colocadas no cabeçalho do depositário. Suponha que a rotina seja varrer o pátio todas as manhãs, portanto, ao terminar a rotina o responsável por varrer o pátio irá até o quadro, e virará a carta para a posição verde, ou seja, tarefa cumprida. (continua na  próxima semana)

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Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, página 03, clicando aqui.

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