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Da porteira para fora (76p) – Jornal Tribuna Liberal de 11/11/2018 – OBZ e OBH 1.

Novo Governo – Novos Tempos – Novas Emoções, mas é preciso ser Feliz.

Diálogo com o CEO:

Naquela tarde após reunião entre os gerentes o Dr Zero Cost adentrou à sala do CEO. Ele estava de costas, não se mexeu e disse:

– Diga lá.

– Bem, é assim, reuni os representantes de todos os departamentos para discutir o “budget” do próximo ano, e a conclusão é que iremos vender 50% do valor conquistado em 2018.

Ele sem se mexer e continuando uma tarefa que parecia ser mais interessante, retrucou:

– Ok, entendido, pode marcar uma reunião e me mostrar os números.

Fiquei perplexo com a reação mansa, por fim, ele arrematou:

– Antes dessa reunião avise os 300 funcionários da fábrica que seremos forçados a diminuir o time para 150 colaboradores e, só marque nossa reunião depois de ter soltado esse comunicado interno.

Diálogo com os gerentes:

Convoquei os representantes de todas as áreas e sacramentei:

– Não sei o que iremos fazer, mas temos que manter 100% do “budget” para 2019, e pior: cumpri-lo. Turminha o mundo mudou e, ou mudamos nós ou o mercado irá nos expulsar.

Falhas.

Empresas que operam há décadas no mercado podem esconder falhas administrativas grosseiras encobertas por margens confortáveis. Embora, as crises que o Brasil vem atravessando não deixam muito espaço para gordas margens, a eficiência e a eficácia da gestão são cada vez mais exigidas. Além desse agravante temos os países de primeiro mundo migrando para tecnologias que de longe superam a vantagem competitiva dos custos salariais baixos dos emergentes. O salto tecnológico que está ocorrendo irá quebrar muitas das indústrias locais e abrir espaço para aqueles que conseguem enxergar e investir nas mudanças.

Para fazer frente ao mercado lá de fora, é preciso olhar para dentro da nossa porteira, e mirar em quatro grandes pilares;

1.Investimentos (onde iremos investir? Esses investimentos trarão retorno? Os clientes terão a percepção que investimos em algo que agrega valor para ele?);

2.Processos internos (rever todo e qualquer processo, ser “chato” – ir no detalhe. O caixa? Temos recursos para que a nossa empresa seja sustentável?

3. Qual é o plano B, se nossa estratégia não der certo? Por quanto tempo aguentamos a turbulência?

4. O time (escolhemos bem o time? as pessoas estão motivadas? São pessoas que progridem a cada dia e trazem ideias novas, ou são repetitivas? Sabem onde e como chegaremos lá? Conhecem o propósito da organização? Estão antenadas com a evolução do mundo, ou estão ali pelo salário e para cumprir horário?).

OBZ e OBH

Com tantas crises que o Brasil já atravessou e tudo indica que teremos outras à frente, uma vez que a gestão pública carece de pessoal capacitado e bem-intencionado, é difícil encontrar nas terras Tupiniquins administrador que não tenha vivido e convivido com as siglas OBZ (Orçamento Base Zero) e OBH (Orçamento Base Histórica).

 

O pai do OBZ, ou como é conhecido mundo afora, ZBB – Zero-Based budgeting foi invenção de o sr. Peter Pyhrr quando gerente da Texas Instruments nos anos 1960 tendo o mérito de levantar financeiramente a empresa e posteriormente foi contratado pelo governador da Georgia o futuro presidente dos EUA, o sr. Jimmy Carter para implantar o ZBB no estado da Georgia.  Portanto, o sr. Peter Pyhrr é o pai do ZBB.

A ideia central desta metodologia é aprovar tudo aquilo que será inserido no “budget”, ou em outras palavras o “budget” será iniciado do marco zero, tudo é discutido, principalmente o porquê é necessário aquela despesa ou investimento. O ZBB não está desconectado do restante das contas e diretrizes da empresa, mas coloca tudo em verificação, simplesmente tudo. Portanto, será difícil encontrar um administrador que não tenha experimentado pelo menos uma vez essa técnica.

Existem diversas vantagens nessa metodologia, exemplo, ajuste da mira e assertividade nos gastos, eficiência, redução de despesas, melhor coordenação e melhor comunicação entre as áreas.  Mas, tudo que traz melhorias carrega consigo desvantagens como: maior burocracia, corrupção já que é necessário a aprovação de valores e aí mora o perigo, quem aprova? Por que aprova? Quando aprova? As áreas devem justificar seus gastos, assim, existem áreas onde os gastos são mais fáceis de serem justificados e, outras mais subjetivas acarretando um trabalho extra para a comprovação. A organização pode se tornar mais lenta e dependente de aprovações que nunca chegam.  No entanto, vale a pena, o saldo é positivo.

Bem, essa ferramenta é antiga, aqui no Brasil ela dormiu em berço esplêndido até o sr. Jorge Paulo Lemann, sr. Marcel Herrmann Telles e sr. Carlos Alberto Sucupira ressuscitá-la. (Continua na próxima semana).

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