Cenários.
Analistas políticos e, principalmente analistas políticos atuantes dentro do governo constroem constantemente análises e cenários políticos sobre o que provavelmente irá ocorrer no mundo político.
Vale a pena ler algumas dessas colunas, digamos, de dois e, três anos atrás para averiguarmos os doutos e suas análises. Exemplo, a eleição de o sr. Donald Trump. Quem foram os poucos que apostavam nela e por que? As propostas que ele fez à época e está tentando cumpri-las até hoje, o muro na fronteira com o México é uma delas, no entanto, todos se espantam com essa pirotécnica. Conclusão: os analistas, erraram, e erraram feio! Ou mesmo a eleição para presidente no Brasil, o que diziam esses analistas nos primórdios da campanha sobre o sr. Bolsonaro?
A criação de cenários não se presta para adivinhar o futuro e sim tomar providências no presente caso ocorra aquele cenário desenhado e que demonstre chances concretas que poderá ocorrer, em cenários trabalhamos com possibilidades próximas a realidade.
A criação de cenários é uma espécie de seguro contra imprevistos. Temos que nos preparar para o futuro para evitar perdas financeiras. No caso brasileiro está claro que ainda não sabemos conjugar o verbo planejar cenários, basta abrir qualquer noticiário e se deparar com o amadorismo.
No livro, Safari de Estratégia, os autores Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel sugerem quatro grandes blocos para a criação de cenários, ou seja, analisar as dinâmicas sociais, as questões econômicas, as questões políticas e as questões tecnológicas. Uma outra maneira seria analisar o PESTEL, já abordado nessa coluna.
(PESTEL é um acrônimo de análise Política (political), Econômica (economical), Social (social), Tecnológica (tecnological), Ambiental (enviromental) e legal (law), consiste num enquadramento de fatores macros que possibilitam a análise da gestão estratégica de empresas. Ahh, mas minha empresa não faz esse tipo de análise, ok, pode ser que ela tenha sorte e consiga surfar uma boa onda, mas pode ser que ela não faça esse tipo de análise e quebre, então, recomendamos fazer o exercício.)
Os cenários e as inovações radicais.
Alguns cenários podem ser incrementais o que torna a decisão do CEO facilitada, no entanto, se a empresa decide partir para algo radical, a decisão além de perigosa do ponto de vista financeiro, não consegue apoiar-se em parâmetros confiáveis, pois na maioria das vezes eles não existem.
A Eupresa.
A Eupresa se refere a pequenas empresas que possuem ínfima possibilidade de crescimento. Tudo ali é executado pelo proprietário, os cenários estão na cabeça dele, os demais participantes do grupo de trabalho são meras peças que ele substitui dependendo de sua vontade e estado de espirito momentâneo. São empresas que podem ter sucesso financeiro, todavia não se profissionalizam e, dificilmente crescem. Uma boa análise se a gestão tem sido do tipo “Eupresa” é fazer o levantamento do faturamento e lucros apurados em 2013 e compará-los com 2018, digamos, um período de 5 anos. Se esses números forem estáveis ou mesmo declinantes estaremos provavelmente diante de uma “Eupresa”.
Até aqui criamos a estratégia em consoante com o “budget”, e aí?
Aí que podemos ser bem-sucedidos ou não!
Poxa, depois de tanto trabalho, tudo pode ir ladeira abaixo? Sim.
Uma ação é colocar o plano no papel, a outra é mostrar para o mercado. E, o mercado corresponder comprando nosso produto ou serviço.
Há como evitar o desastre? Podemos mitigar os riscos. Como? Suponha que desenvolvemos o “budget” e criamos a estratégia, se ela for bem-sucedida, maravilha, é só tomar o Champanhe.
Agora, se der errado, ou melhor se a estratégia desenhada no papel der errado ainda assim podemos ser bem-sucedidos. Como? Interagindo com o time, ajustando os detalhes, visitando os clientes, aprendendo durante o processo. Um caminho a ser perseguido são as redes socais, quando possível devemos interagir com os clientes, no entanto, o ideal é participar de “grupos de clientes”, ali eles serão mais sinceros e deixarão dicas sobre suas expectativas.
Se tudo der errado, fracassaremos, nova tentativa pode estar no horizonte, no entanto, para tal será necessário capital novo e nem sempre estará disponível.
Para 2019 temos fatos previsíveis, por exemplo, a necessidade de ajuste da Previdência Social para o Brasil encontrar o caminho do superávit nas contas públicas, mas, o que ocorrerá se novas greves pipocarem pelo país?
Embora, o “budget” e o planejamento estejam executados e aprovados para encarar 2019, é fundamental a participação do time em reuniões regulares para que o planejamento estratégico possa ser ajustado e possamos corrigir desvios. Portanto, não abra mão de reuniões regulares. Sugestão: MMM – Monday Morning Meeting.
As mudanças mercadológicas ocorrerão com muita rapidez, a tecnologia não irá esperar pelo Brasil, os preços decorrentes da globalização continuarão em queda livre, a concorrência é e será cada vez mais forte. A reação rápida e estruturada de nossas empresas se fará através de CEOs humildes, capazes e eficazes. (terminamos com essa série – 14, a construção do orçamento 2019).
(leia o mesmo artigo na mídia impressa)
(Leia o próximo artigo sobre lealdade)