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Em agosto, produção industrial varia -0,3%

Em agosto de 2018, a produção industrial nacional variou -0,3% frente a julho (série com ajuste sazonal), segunda taxa negativa seguida e acumulando nesse período redução de 0,4%. Vale destacar que esse comportamento de queda ocorreu após a atividade industrial recuar 10,9% em maio e crescer 12,7% em junho. No confronto com agosto de 2017 (série sem ajuste sazonal), a indústria cresceu 2,0%, terceiro resultado positivo consecutivo, mas o menos intenso dessa sequência.
Agosto 2018 /Julho 2018 -0,3%
Agosto 2018 / Agosto 2017 2,0%
Acumulado em 2018 2,5%
Acumulado em 12 meses 3,1%
Média Móvel Trimestral 3,8%

Os índices foram positivos para o acumulado do ano (2,5%) e para o acumulado nos últimos doze meses (3,1%), mas ao passar de 3,3% em julho para 3,1% em agosto de 2018 a indústria volta a mostrar ligeira perda de ritmo, após interromper em maio último (3,0%) a trajetória ascendente iniciada em junho de 2016 (-9,7%). A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) pode ser acessada ao lado desta página.

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil – Agosto de 2018
Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
Agosto 2018/
Julho 2018*
Agosto 2018/
Agosto 2017
Acumulado
Janeiro-Agosto
Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital 5,3 8,2 9,0 9,4
Bens Intermediários -2,1 1,2 1,5 2,2
Bens de Consumo 0,2 2,1 3,2 3,7
  Duráveis 1,2 9,7 13,8 15,0
  Semiduráveis e não Duráveis -0,6 0,1 0,6 1,0
Indústria Geral -0,3 2,0 2,5 3,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

14 dos 26 ramos industriais recuaram

O decréscimo de 0,3% da atividade industrial, na passagem de julho para agosto de 2018, mostrou taxas negativas em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência negativa foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 5,7%, interrompendo, dessa forma, o comportamento predominantemente positivo presente desde março de 2018, período em que acumulou ganho de 14,5%. Vale destacar que, no resultado desse mês, o setor foi impactado pela interrupção da produção em importante unidade produtiva. Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2,0%). Vale ressaltar que, com exceção da última atividade que interrompeu o crescimento na produção observado desde março último e acumulou nesse período expansão de 6,8%, as demais apontaram taxas negativas em julho: -0,5% e -2,0%, respectivamente. Por outro lado, entre os doze ramos que ampliaram a produção nesse mês, os desempenhos de maior relevância para a média global foram assinalados por veículos automotores, reboques e carrocerias (2,4%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,1%) e celulose, papel e produtos de papel (2,0%). Com esses resultados, o primeiro setor voltou a crescer após recuar 3,9% no mês anterior; o segundo acumulou expansão de 15,0% em dois meses seguidos de crescimento na produção; o terceiro eliminou parte da queda de 7,7% registrada em julho; e o último avançou pelo terceiro mês consecutivo e acumulou ganho de 22,0% nesse período.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens intermediários (-2,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) apontaram as taxas negativas em agosto de 2018, com o primeiro interrompendo dois meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 9,2%; e o segundo intensificando a perda de 0,4% observada em julho último. Por outro lado, o segmento de bens de capital, ao avançar 5,3%, assinalou o avanço mais acentuado em agosto de 2018 e reverteu parte do recuo de 5,4% verificado no mês anterior. O setor produtor de bens de consumo duráveis (1,2%) também mostrou resultado positivo nesse mês e eliminou a queda de 0,7% registrada em julho.

Média Móvel Trimestral cresce 3,8%

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou expansão de 3,8% no trimestre encerrado em agosto de 2018 frente ao nível do mês anterior, avanço mais intenso desde o início da série histórica, e manteve a trajetória ascendente iniciada em maio de 2018. Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os segmentos de bens de consumo duráveis (8,9%) e de bens de capital (7,2%) assinalaram os resultados positivos mais elevados em agosto de 2018, com ambos voltando a crescer após registrarem recuos em julho: -1,0% e -1,4%, respectivamente. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (4,2%) e de bens intermediários (2,2%) também assinalaram taxas positivas nesse mês e os avanços mais acentuados de suas séries históricas, permanecendo, assim, com as suas trajetórias ascendentes iniciadas em maio de 2018.

Indústria cresceu 2,0% em relação a agosto de 2017

Na comparação com agosto de 2017, o setor industrial assinalou expansão de 2,0% em agosto de 2018, com resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 26 ramos, 38 dos 79 grupos e 50,7% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que agosto de 2018 (23 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (23).

Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (15,0%) exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada, em grande parte, pela maior fabricação dos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, reboques e semirreboques, autopeças e carrocerias para ônibus e caminhões. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,4%), de celulose, papel e produtos de papel (11,6%), de máquinas e equipamentos (8,8%), de outros produtos químicos (3,3%), de indústrias extrativas (1,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (7,5%) e de produtos de metal (4,3%).

Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2017, entre os doze setores que apontaram redução na produção, o principal impacto no total da indústria foi registrado por produtos alimentícios (-4,6%), pressionado, em grande medida, pela menor fabricação de açúcar cristal e VHP, carnes e miudezas de aves congeladas, sucos concentrados de laranja e rações. Vale destacar, também, as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,7%) e de produtos têxteis (-5,3%), influenciados, principalmente, pelos itens televisores, telefones celulares, computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, tablets e semelhantes), rádios, monitores de vídeo, antenas, unidades centrais para supervisão e controle de automação industrial e aparelhos de comutação para telefonia, no primeiro; e tecidos de algodão crus ou alvejados e tintos ou estampados, fios de algodão retorcidos, tecidos não-tecido ou falsos tecidos, linhas ou fios de filamentos sintéticos, tecidos de filamentos sintéticos (crus ou alvejados), roupas de cama (colchas, cobertores e lençóis) de tecidos e fios de fibras sintéticas ou artificiais, no segundo.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (9,7%) e bens de capital (8,2%) assinalaram, em agosto de 2018, as expansões mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (1,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,1%) também registraram resultados positivos, mas que ficaram abaixo da média nacional (2,0%).

O segmento de bens de consumo duráveis mostrou avanço de 9,7%, em agosto de 2018 frente a igual período do ano anterior, terceira taxa positiva consecutiva, mas a menos elevada dessa sequência: junho (14,6%) e julho (16,9%). Nesse mês, o setor foi particularmente impulsionado pelo crescimento na fabricação de automóveis (18,1%). Vale citar também as expansões assinaladas por motocicletas (28,3%), eletrodomésticos da “linha branca” (0,3%) e outros eletrodomésticos (2,3%). Por outro lado, os principais impactos negativos foram verificados em eletrodomésticos da “linha marrom” (-11,9%) e móveis (-2,5%).

O setor produtor de bens de capital apontou expansão de 8,2% no índice mensal de agosto de 2018, terceiro resultado positivo seguido e mais acentuado do que o verificado em julho último (7,4%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, em grande medida, pelo avanço observado no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (13,2%), impulsionado, principalmente, pela maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e reboques e semirreboques. As demais taxas positivas foram registradas por bens de capital para fins industriais (5,4%), para construção (24,8%), agrícolas (7,8%) e para energia elétrica (0,6%). Por outro lado, o único impacto negativo foi assinalado pelo grupamento de bens de capital de uso misto (-4,0%).

Frente a igual mês do ano anterior, o segmento de bens intermediários, ao crescer 1,2% em agosto de 2018, apontou a terceira taxa positiva consecutiva, mas menos intensa do que as observadas em junho (2,1%) e julho (3,8%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,4%), de celulose, papel e produtos de papel (13,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,7%), de outros produtos químicos (3,3%), de indústrias extrativas (1,5%), de produtos de metal (5,0%), de metalurgia (1,3%), de produtos de borracha e de material plástico (1,1%) e de produtos de minerais não-metálicos (0,9%), enquanto as pressões negativas foram registradas por produtos alimentícios (-10,3%), produtos têxteis (-6,6%) e máquinas e equipamentos (-1,8%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (0,0%), após dois meses consecutivos de crescimento na produção; e de embalagens (4,7%), que marcou o terceiro avanço seguido nesse tipo de comparação, mas que foi o menos acentuado dessa sequência.

A produção de bens de consumo semi e não-duráveis mostrou variação de 0,1% no índice mensal de agosto de 2018, terceiro resultado positivo seguido, mas menos elevado do que os verificados em junho (2,6%) e julho (1,6%) últimos. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela expansão observada no grupamento de carburantes (2,5%), impulsionado, principalmente, pela maior produção de álcool etílico. Vale citar também os resultados positivos assinalados pelos grupamentos de não-duráveis (0,9%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,2%). Por outro lado, o subsetor de semiduráveis (-3,1%) apontou a única taxa negativa nessa categoria, pressionado, sobretudo, pela menor produção de camisas, blusas e semelhantes de uso feminino (de malha ou não), telefones celulares, camisas de malha de uso masculino, CDs, maiôs e biquínis, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes de uso masculino, calçados de plástico moldado e de couro (todos femininos), calças compridas de uso feminino, DVDs, calças, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes de malha de uso feminino, calçados de couro masculino, colchões, saias, vestidos, tênis de material sintético e conjuntos de uso masculino (de malha ou não).

Em 2018, Indústria acumula 2,5%

No índice acumulado para janeiro-agosto de 2018, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou expansão de 2,5%, com resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 52,0% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (18,4%) exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças.

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,9%), de metalurgia (5,1%), de máquinas e equipamentos (5,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (10,2%), de celulose, papel e produtos de papel (5,7%), de bebidas (3,3%) e de produtos de borracha e de material plástico (2,8%).

Por outro lado, entre as dez atividades que apontaram redução na produção, a de produtos alimentícios (-2,3%) assinalou a maior contribuição negativa no total da indústria, pressionada, em grande medida, pelos itens açúcar cristal e VHP, carnes e miudezas de aves congeladas, rações e sucos concentrados de frutas. Vale destacar também os resultados negativos vindos dos ramos de couro, artigos para viagem e calçados (-5,3%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,0%), influenciados, principalmente, pelos recuos na produção de tênis de material sintético e calçados de couro feminino, no primeiro; e de camisas, blusas e semelhantes de uso feminino (de malha ou não), camisas de uso masculino (de malha ou não), calças compridas de uso feminino, calças, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes de malha de uso feminino, sutiãs, camisetas de malha, maiôs e biquínis, bermudas, jardineiras, shorts e semelhantes de uso masculino, meias e meias-calças de fibra sintética ou artificial, roupas de dormir ou de banho de malha de uso feminino, conjuntos de uso masculino (de malha ou não), calcinhas, saias e cuecas, no segundo.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os oito meses de 2018 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (13,8%) e bens de capital (9,0%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (17,8%) e eletrodomésticos da “linha marrom” (15,0%), na primeira; e de bens de capital para equipamentos de transporte (17,1%), na segunda. Os setores produtores de bens intermediários (1,5%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,6%) também assinalaram taxas positivas no índice acumulado no ano, mas com avanços abaixo da magnitude observada na média nacional (2,5%).

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