De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o estoque de emprego formal no Brasil apresentou expansão em Março de 2018. O acréscimo foi de +56.151 postos de trabalho, equivalente à variação de +0,15% em relação ao estoque do mês anterior. Esse resultado decorreu de 1.340.153 admissões e de 1.284.002 desligamentos. No acumulado do ano, houve crescimento de +204.064 empregos, representando expansão de +0,54%. Nos últimos doze meses, verificou-se acréscimo de +223.367 postos de trabalho, correspondente ao crescimento de +0,59%.
SETOR DE ATIVIDADE
Em termos setoriais, houve crescimento em seis dos oito setores econômicos. Os dados registram expansão no nível de emprego nos setores de Serviços (+57.384 postos), Indústria de Transformação (+10.450 postos), Construção Civil (+7.728 postos), Administração Pública (+3.660 postos), Extrativa Mineral (+360 postos) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (+274 postos). Apresentaram saldos negativos os setores da Agropecuária (-17.827 postos) e do Comércio (-5.878 postos).
O setor de Serviços foi o principal destaque de Março/2018. Foram registradas 574.623 admissões e 517.239 desligamentos, ocasionando saldo de +57.384 postos, correspondendo ao crescimento de +0,34% sobre o mês anterior.
Cinco subsetores apresentaram saldo positivo de emprego, à exceção do subsetor de Instituições de crédito, seguros e capitalização:
- Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários, serviço técnico (saldo de +816 postos, +0,41%);
- Ensino (+590 postos, +1,08%);
- Transportes e comunicações (+972 postos, +0,52%);
- Serviços médicos, odontológicos e veterinários (694 postos, +0,42%);
- Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação (+339 postos, +0,02%); e
- Instituições de crédito, seguros e capitalização (-027 postos, -0,16%).
A Indústria de Transformação apresentou o segundo maior saldo positivo no mês de Março/2018. Registrou saldo de +10.450 empregos, decorrente de 233.238 admissões e 222.788 desligamentos, sinalizando expansão de +0,14% sobre o mês anterior.
Nove subsetores apresentaram saldo positivo de emprego e três descreveram saldo negativo, a saber:
- Indústria da Borracha, Fumo, Couros (+441 postos, +1,71%);
- Indústria Química de Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria (+077 postos, +0,46%);
- Indústria de Calçados (saldo de +295 postos, +0,77%);
- Indústria de Materiais de Transporte (+269 postos, +0,49%);
- Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos (+778 postos, +0,21%);
- Indústria Metalúrgica (+936 postos, +0,15%);
- Indústria da Madeira e do Mobiliário (+888 postos, +0,21%);
- Indústria Mecânica (+859 postos, +0,16%);
- Indústria do Material Elétrico e de Comunicações (+542 postos, +0,23%);
- Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica (-158 postos, -0,05%);
- Indústria de Produtos Minerais Não Metálicos (-265 postos, -0,07%); e
- Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool Etílico (-8.212 postos, -0,44%).
O setor da Construção Civil registrou o terceiro saldo positivo mais expressivo do mês de Março/2018. Foram registradas 113.353 admissões e 105.625 desligamentos, implicando saldo de +7.728 postos de trabalho, equivalente à expansão de +0,38% em relação ao mês anterior. As principais classes de atividade que descreveram saldo positivo foram:
- Construção de Rodovias e Ferrovias (+241 postos), especialmente em São Paulo (+863 postos), Minas Gerais (+664 postos) e Bahia (+355 postos);
- Construção de Edifícios (+835 postos), especialmente em Minas Gerais (+1.213 postos), Bahia (+510 postos) e Santa Catarina (+296 postos);
- Instalações Elétricas (+407 postos), especialmente em São Paulo (+848 postos), Rio Grande do Sul (+327 postos) e Rio Grande do Norte (+302 postos); e
- Serviços Especializados para Construção não Especificados Anteriormente (+209 postos), especialmente no Espírito Santo (+393 postos), Rio Grande do Sul (+390 postos) e Bahia (+257 postos).
A Agropecuária foi o destaque negativo no mês de Março/2018. Houve 78.727 admissões e 96.554 desligamentos, implicando saldo de -17.827 empregos e retração de -1,13% sobre o mês anterior. As principais classes de atividade influenciaram o saldo negativo foram:
- Cultivo de Frutas de Lavoura Permanente (exceto Laranja e Uva) (-7.392 postos), especialmente no Rio Grande do Sul (-4.123 postos) e em Santa Catarina (-3.489 postos);
- Cultivo de Laranja (-7.135 postos), especialmente em São Paulo (-6.029 postos) e Minas Gerais (-944 postos);
- Atividades de Apoio à Agricultura (-3.539 postos), especialmente em São Paulo (-5.285 postos) e Pernambuco (-419 postos); e
- Cultivo de Soja (-2.967 postos), especialmente em Mato Grosso (-3.449 postos) e Mato Grosso do Sul (-195 postos).
O setor do Comércio apresentou o segundo saldo negativo mais expressivo do mês de Março/2018. Verificou-se queda do emprego celetista, com saldo de -5.878 postos de trabalho, decorrente de 322.446 admissões e 328.324desligamentos, implicando retração de -0,07% sobre o mês anterior. Esse resultado foi impulsionado pelo subsetor do Comércio Varejista (com saldo negativo de -10.915 postos formais, -0,15%), visto que o subsetor do Comércio Atacadista descreveu saldo positivo (+5.037 empregos, +0,32%).
TERRITÓRIO
No recorte geográfico, verificou-se em Março/2018 que três regiões apresentaram saldo de emprego positivo e duas regiões, negativo, a saber:
- Sudeste (+635 postos, +0,24%);
- Sul (+091 postos, +0,30%);
- Centro-Oeste (+264 postos, +0,07%);
- Norte (-231 postos, -0,01%); e
- Nordeste (-13.608 postos, -0,22%).
Dezesseis Unidades Federativas registraram variação positiva no saldo de emprego e onze, variação negativa.
Os maiores saldos de emprego ocorreram em:
- São Paulo: saldo de +459 empregos, expansão de +0,26%;
- Minas Gerais: saldo de +14.149 vínculos empregatícios (+0,36%);
- Rio Grande do Sul: saldo de +12.667 empregos (+0,50%);
- Paraná: saldo de +6.514 empregos (+0,25%);
- Goiás: saldo de +312 vínculos empregatícios (+0,44%); e
- Bahia: saldo de +4.151 vínculos empregatícios (+0,25%).
Os menores saldos de emprego ocorreram em:
- Pernambuco: saldo de -9.689 vínculos empregatícios, retração de -0,79%;
- Alagoas: saldo de -6.999 empregos (-2,08%);
- Mato Grosso: saldo de -3.018 vínculos empregatícios (-0,45%);
- Sergipe: saldo de -2.477 empregos (-0,88%);
- Pará: saldo de -787 empregos (-0,11%); e
- Mato Grosso do Sul: saldo de -646 vínculos empregatícios (-0,13%).
O estoque de emprego para o conjunto das nove Regiões Metropolitanas registrou crescimento de 0,20%, decorrente de 504.396 admissões e 474.581 desligamentos, com saldo positivo de +29.815 empregos. Sete Regiões Metropolitanas registraram saldo positivo de emprego, a saber: São Paulo (+18.896 postos, +0,30%), Porto Alegre (+5.150 postos, +0,46%), Belo Horizonte (+4.012 postos, +0,29%), Curitiba (+2.404 postos, +0,25%), Salvador (+969 postos, +0,12%), Fortaleza (+129 postos, +0,02%) e Belém (+22 postos, +0,01%). Duas Regiões Metropolitanas descreveram saldo negativo: Recife (-1.707 postos, -0,21%) e Rio de Janeiro (-60 postos, 0,00%).
O conjunto das cidades do interior pertencentes aos estados que detêm as nove Regiões Metropolitanas descreveu expansão de 0,20%, decorrente de 514.405 admissões e 486.271 desligamentos, implicando saldo positivo de emprego de +28.134 postos. Houve expansão do emprego celetista no interior de sete Unidades Federativas desse conjunto: São Paulo (+11.563 postos, +0,21%), Minas Gerais (+10.137 postos, +0,40%), Rio Grande do Sul (+7.517 postos, +0,52%), Paraná (+4.110 postos, +0,25%), Bahia (+3.182 postos, +0,37%), Rio de Janeiro (+307 postos, +0,04%) e Ceará (+109 postos, +0,04%). Registrou-se saldo negativo no interior de duas Unidades Federativas desse conjunto: Pernambuco (-7.982 postos, -1,91%) e Pará (-809 postos, -0,22%).
SALÁRIO
Para o conjunto do território nacional, o salário médio de admissão em Março/2018 foi de R$1.496,58 e o salário médio de desligamento foi de R$1.650,88. Em termos reais (mediante deflacionamento pelo INPC), houve aumento de R$15,78 (+1,07%) no salário de admissão e crescimento de R$4,51 (+0,27%) no salário de desligamento, em comparação ao mês anterior. Em relação a Março/2017, registrou-se ganho real de R$33,06 (+2,26%) para o salário médio de admissão e perda real de R$-17,30 (-1,04%) para o salário de desligamento.
MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA
A Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entrou em vigor em 11 de novembro de 2017 e já pode ser identificada nas estatísticas do mercado de trabalho, ainda que de forma incipiente. Cabe destacar os seguintes resultados:
Desligamento mediante acordo entre empregador e empregado
Em Março de 2018, houve 13.522 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, envolvendo 9.775 estabelecimentos, em um universo de 9.383 empresas. Um total de 20 empregados realizou mais de um desligamento mediante acordo com o empregador.
Da perspectiva territorial, São Paulo registrou a maior quantidade de desligamentos (4.204), seguido por Paraná (1.537), Rio de Janeiro (1.255), Minas Gerais (1.083), Rio Grande do Sul (1.006) e Santa Catarina (995).
Do ponto de vista setorial, os desligamentos por acordo distribuíram-se por Serviços (6.648 desligamentos), Comércio (3.251 desligamentos), Indústria de transformação (2.207 desligamentos), Construção Civil (735), Agropecuária (565), Administração Pública (49), Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (41) e Extrativa mineral (26).
As dez principais ocupações envolvidas foram Vigilante (797 desligamentos), Vendedor de Comércio Varejista (709), Auxiliar de Escritório, em Geral (487), Faxineiro (485), Assistente Administrativo (382), Alimentador de Linha de Produção (357), Motorista de Caminhão – Rotas Regionais e Internacionais (339), Operador de Caixa (318), Porteiro de Edifícios (209) e Recepcionista, em Geral (204).
Da perspectiva de gênero, 8.328 desligamentos por acordo foram realizados com homens (61,6%) e 5.194 com mulheres (38,4%).
Do ponto de vista etário, os desligamentos mediante acordo dividiram-se entre empregados com 30 a 39 anos (4.341 desligamentos, 32,1%), 25 a 29 anos (2.638 desligamentos, 19,5%), 18 a 24 anos (2.486 desligamentos, 18,4%), 40 a 49 anos (2.452 desligamentos, 18,1%), 50 a 64 anos (1.406 desligamentos, 10,4%), 65 anos ou mais (168 desligamentos, 1,2%) e até 17 anos (31 desligamentos, 0,2%).
Da perspectiva da escolaridade, os desligamentos mediante acordo dividiram-se entre empregados com Ensino Médio (Completo/Incompleto) (8.315 desligamentos, 61,5%), empregados com até Ensino Fundamental Completo (2.630 desligamentos, 19,4%) e empregados com Ensino Superior (Completo/Incompleto) (2.577 desligamentos, 19,1%).
Trabalho Intermitente
Em Março de 2018, houve 4.002 admissões e 803 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 3.199 empregos, envolvendo 1.066 estabelecimentos, em um universo de 1.011 empresas. Um total de 33empregados celebrou mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente.
Da perspectiva territorial, as UFs com maior saldo de emprego na modalidade de trabalho intermitente foram São Paulo (767 postos), Minas Gerais (446), Rio de Janeiro (361), Espírito Santo (316), Goiás (235) e Ceará (171).
Do ponto de vista setorial, o saldo de emprego na modalidade de trabalho intermitente distribuiu-se por Serviços (1.506 postos), Indústria de Transformação (617), Construção Civil (538), Comércio (310), Agropecuária (221) e SIUP (7). Os setores Administração Pública e Extrativista Mineral não registraram admissões ou desligamentos na modalidade de trabalho intermitente.
As dez principais ocupações segundo saldo de emprego foram Servente de Obras (202 postos), Trabalhador Volante da Agricultura (167), Alimentação de Linha de Produção (154), Faxineiro (141), Armazenista (133), Soldador (105), Montador de Máquinas (89), Garçom (79), Operador de Caixa (77) e Mecânico de Manutenção de Máquinas (65).
Da perspectiva de gênero, o saldo de empregos dos trabalhadores intermitentes distribuiu-se entre 2.326 postos ocupados por homens (72,7%) e 873 postos ocupados por mulheres (27,3%).
Do ponto de vista etário, o saldo de emprego dos trabalhadores intermitentes dividiu-se entre empregados com 30 a 39 anos (1.636 postos, 51,1%), até 29 anos (1.272 postos, 39,8%) e 50 anos ou mais (291 postos, 9,1%).
Da perspectiva da escolaridade, o saldo de emprego dos trabalhadores intermitentes dividiu-se entre empregados com Ensino Médio (Completo/Incompleto) (2.296 postos, 71,8%), empregados com até Ensino Fundamental Completo (636 postos, 19,9%) e empregados com Ensino Superior (Completo/Incompleto) (267 postos, 8,3%).
Trabalho em Regime de Tempo Parcial
Foram registradas 6.851 admissões em regime de tempo parcial e 3.658 desligamentos, gerando saldo de 3.193empregos, envolvendo 3.976 estabelecimentos, em um universo de 3.685 empresas. Um total de 44 empregadoscelebrou mais de um contrato em regime de tempo parcial, sendo 41 empregados com jornada até 24 horas e 3 empregados com jornada acima de 24 horas.
Da perspectiva territorial, as UFs com maior saldo de emprego em regime de tempo parcial foram São Paulo (831 postos), Ceará (442), Santa Catarina (383), Minas Gerais (235), Goiás (200) e Rio Grande do Norte (154).
Do ponto de vista setorial, o saldo de emprego em regime de tempo parcial distribuiu-se por Serviços (2.253 postos), Comércio (647), Indústria da Transformação (200), Construção Civil (52), Administração Pública (30), Agropecuária (8), SIUP (3) e Extrativa Mineral (0).
As dez principais ocupações segundo saldo de emprego em regime de tempo parcial foram Digitador (282 postos), Professor de Ensino Superior na Área de Didática (225), Professor de Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental (1ª. a 4ª. série) (184), Auxiliar de Escritório, em Geral (162), Vendedor de Comércio Varejista (126), Faxineiro (112), Repositor de Mercadorias (111), Operador de Caixa (108), Recepcionista, em Geral (74) e Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (64).
Da perspectiva de gênero, o saldo de emprego em regime de tempo parcial distribuiu-se entre 1.937 postos ocupados por mulheres (60,7%) e 1.256 postos ocupados por homens (39,3%).
Do ponto de vista etário, o saldo de emprego em regime de tempo parcial dividiu-se entre empregados até 29 anos (1.762 postos, 55,2%), 30 a 49 anos (1.225 postos, 38,4%) e 50 anos ou mais (206 postos, 6,5%).
Da perspectiva da escolaridade, o saldo de emprego em regime de tempo parcial dividiu-se entre empregados com Ensino Médio (Completo/Incompleto) (1.801 postos, 56,4%), empregados com Ensino Superior (Completo/Incompleto) (1.331 postos, 41,7%) e empregados com até Ensino Fundamental Completo (61 postos, 1,9%).
Publicado: Sexta, 20 de Abril de 2018, 16h01 | Última atualização em Sexta, 20 de Abril de 2018, 16h01