Está demonstrado através de exemplos televisivos que o relacionamento social com base no dinheiro é destrutivo. A Lava-Jato está aí para nos ensinar que não há vínculo entre as pessoas, a não ser o vínculo financeiro. Outros comprometimentos ficam evidentes estão deteriorados e no momento “pega ladrão” cada um parti para salvar a própria pele.
Embora o Brasil tenha esses trâmites desde a época do império e os fatos não sejam novidade para nenhum brasileiro o diferencial é que nesta oportunidade eles vieram à tona numa proporção nunca antes vista nesse país.
O que se observa é que os atores que aí estão também são velhos conhecidos de décadas que se revezam no poder de acordo com conveniências e conchavos de bastidores. É difícil criticar esse status quo depois de séculos, pois convivemos com ele e muitas vezes fomos omissos em ações das mais insignificantes. Exemplo, dar propina para guardador de carros na rua. Esse procedimento cultural acabou por exaurir-se em si próprio, se auto consumiu, ou seja, não é sustentável e um basta está sendo dado, não porque nos tornamos mais educados, ou mais honestos, e sim porque o sistema faliu e novas formas são necessárias de serem encontradas pela sociedade para sobreviver e buscar um novo ciclo. Ou seja, todos nós, sem exceção devemos fazer um “mea culpa” no processo Lava Jato.
O capital social das PME´s devem ser revisto nessa nova era que se abre, ou seja, novos questionamentos devem ser colocados na mesa para a perenidade da PME, num exemplo, a motivação via pagamento de prêmios em dinheiro não trás os benefícios esperados para a empresa, ao contrário corrói as conexões do pessoal dentro do ambiente de trabalho. E aqui podemos dividir o pessoal em dois grupos, os ambiciosos e os gananciosos.
Esse novo modelo implica em fluência de ações entre as pessoas, em transparência, em lealdade, e é uma mudança de médio e longo prazo. Por que? Porque muitos líderes foram forjados dentro do modelo antigo, são gerações de pessoas que aprenderam como dançar segundo a música e essa reeducação muitas vezes nem será possível, ou seja, um novo deverá substituir o status quo, isso se o novo modelo tiver sucesso. Acompanhamos, por exemplo, que essa renovação não foi bem-sucedida na Itália após a operação Mãos Limpas. Portanto, tudo é muito embrionário.
Essa restauração de princípios nas PME´s não poderá ser isolada e de fórum íntimo de algumas pessoas, deverá ser coletiva e todo esse novo comportamento construirá a nova roupagem do capital social. As pessoas ao serem transparentes serão conhecidas umas das outras, e o eventual domínio se dará por capacidade administrativa e não por sonegação de informação privilegiada.
