O Fluxo de Caixa nos ajuda no cálculo da Liquidez?
Sim, antes de discutir o que é liquidez, vejamos os parâmetros que a compõem. Esses parâmetros são provenientes do Balanço Patrimonial da empresa, então, façamos a ginástica e vamos mirar um Balanço Patrimonial.
Vale dizer que não tencionamos aqui ensinar contabilidade, e sim, saber em poucos índices se a empresa que estamos analisando é ou não líquida, ou se possui ou não uma boa liquidez.
Balanço Patrimonial
É importante mencionar que embora muitas das PMEs deixam o Balanço Patrimonial para a contabilidade e muitas vezes nem se dão ao trabalho de analisá-lo, este documento pode ser uma excelente ferramenta gerencial desde que esteja atualizado. Outro aspecto são os conceitos que norteiam um Balanço Patrimonial, se o empresário os tiver cristalino, poderá usá-lo o que lhe facilitará a administração da empresa.
Um exemplo é, ou são os índices de Liquidez, minha empresa é líquida ou não? Tendo o conceito claro, podemos efetuar os cálculos e saber onde estamos, ou podemos, exigir que o financeiro nos deixe disponível esses índices de sorte que possamos acompanhar sua evolução.
Num exemplo esquemático o Balanço Patrimonial deve ter o seguinte jeitão:
Balanço Patrimonial | |||||||
ATIVO | PASSIVO + PL | ||||||
circulante (AC) | circulante (PC) | ||||||
direitos de curto prazo | obrigações de curto prazo | ||||||
não circulante (PNC) | |||||||
exigível a longo prazo | |||||||
resultado diferido | |||||||
não circulante (ANC) | Patrimônio Líquido | ||||||
Realizável a LP | capital social | ||||||
Investimentos | . (+) reservas de capital | ||||||
Imobilizado | . (+) reservas de lucros | ||||||
Intangível | . (+/-) ajustes de avaliação patrimonial | ||||||
. (+/-) ajustes acumulados | |||||||
. (- ) prejuízos acumulados | |||||||
. (- ) ações em tesouraria |
Índices de Liquidez
Liquidez Corrente;
A fórmula divide o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante e é o mais importante, pois, nos fornece a capacidade para fazer frente os compromissos.
Os ativos Circulantes de curto prazo são os nossos direitos, ou seja, aqueles valores que em tese devem vir para o nosso bolso, ou já estão, exemplo: caixa, banco, estoque, clientes e o passivo de curto prazo são nossas dívidas, exemplo, empréstimos, financiamentos, impostos, fornecedores
A. o fazer esse cálculo podemos inferir algumas conclusões mais ou menos óbvias, se nossos direitos divididos por nossos deveres é > 1 (maior que 1), estamos bem, temos uma zona de conforto para fazer frente aos deveres. Se for = 1 (igual a 1), estamos empatados, sem margem para deslizes. E se for < 1 (meno que 1) não temos disponibilidade para fazer frente a todos os compromissos de curto prazo(luz vermelha).
A ideia desse cálculo é verificar se a empresa consegue ou não honrar seus compromisso no curto prazo, ou seja, aqueles compromissos com prazos inferiores a 12 meses. Para obter precisão nesses valores é importante que o balanço da empresa seja feito periodicamente. Esse valores são buscados no Balanço Patrimonial, por tal, é fundamental que o balalnço seja confiável e atualizado.
Liquidez Seca;
A fórmula não contempla o Estoque e as Despesas do Exercício Seguinte, observamos que dependendo do segmento poderá ou não ser importante.
Se nossa empresa está no segmento industrial o estoque é importante, se estamos diante de uma empresa no segmento de serviços o cálculo da Liquidez Seca perde um pouco o significado.
liquidez seca = (ativo circulante – estoque- despesas do exercício seguinte) / passivo circulante
Liquidez Imediata, ou Liquidez Instantânea, ou Liquidez Absoluta;
Este índice trata de avaliar o quão confortável é posição da empresa caso imprevistos aconteçam. Neste cenário podemos avaliar quanto uma empresa poderá fazer frente a imprevistos, na eventualidade deles ocorrerem. Emergências acontecem, e se a empresa está preparada ela terá boas alternativas para equacionar os problemas que se apresentam. Portanto, neste caso eliminamos o estoque e as contas a receber, restando somente os valores disponíveis.
liquidez imediata = disponível / passivo circulante
Liquidez geral;
Nos índices anteriores nos fixamos no curto prazo, aqui nossa mira estará voltada para o médio e longo prazo. Portanto, farão parte de nosso cálculo todas as variáveis do ativo e do passivo > acima de 12 meses.
Observe que esse índice não exige tanta urgência em ser executado, sua análise deve estar vinculada aos outros três índices mencionados anteriormente.
liquidez geral = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / (passivo circulante + passivo não circulante)
Índices de Liquidez | Fórmulas | Data | Data |
D1 | D2 | ||
Liquidez Corrente | Ativo Circulante | 340/320 = 1,06 | |
Passivo Circulante | |||
Liquidez Seca | Ativo Circulante – Estoque – DES | 220/420 = 0,52 | |
Passivo Circulante | |||
Liquidez Imediata | Disponibilidade | 55/320 = 0,17 | |
Passivo Circulante | |||
Liquidez Geral | Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo | 395/480 = 0,82 | |
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante |
DES – Despesas do Exercício Seguinte; são as despesas antecipadas.
Na Liquidez Corrente obtivemos o índice de 1,06, em outras palavras para cada 1 rela de dívida temos 1,06 para pagar, ou seja, praticamente devemos o que temos – estamos empatados. Já na liquidez geral, nossa situação é pior. para cada 1 rela de dívida temos 82 centavos para fazer frente. Portanto, temos que melhorar nossa performance no longo prazo.
Com base nesses 4 índices o recomendado é que o responsável pelo financeiro da empresa faça essas 4 contas, a gerência cria as metas e esses índices são acompanhados, digamos, trimestralmente.
Podemos acrescentar colunas de sorte que vamos fazendo os cálculos de liquidez para saber se a nossa empresa está ou não evoluindo, ou seja, está ou não ficando com maior liquidez. Assim, comparamos se a administração é assertiva ou não.
O interessante para as empresas é analisar os 4 índices de liquidez em conjunto.
ATIVO | PASSIVO | ||
Passivo Exigível (passivo circulante + passivo não circulante) | |||
Ativo Circulante | Passivo Circulante | ||
Disponível | 40 | Empréstimo bancário | 50 |
Aplicações financeiras | 15 | Fornecedores e Cessão de Crédito | 100 |
Estoque de Mercadorias | 100 | Provisão para IR | 30 |
Duplicatas a Receber | 20 | dividendos a pagar | 60 |
(-) Provisão para devedores duvidosos | 5 | obrigações trabalhistas | 60 |
(-) Duplicatas descontadas | 10 | outros | 20 |
Imóveis a venda | 200 | ||
(-)Despesas do exercício seguinte | 20 | ||
Total AC | 340 | Total PC | 320 |
Ativo Não Circulante | Passivo Não Circulante | ||
Títulos a receber | 25 | Financiamentos Bancários | 100 |
impostos a recuperar | 30 | ||
Total | 55 | Receitas Diferidas (valores que serão recebidos futuramente) | 40 |
investimentos | 60 | Adiantamento de Clientes | 30 |
Total | 60 | Adiantamento de Aluguel | 30 |
Imobilizado | 170 | ||
(-)depreciação acumulada | 100 | ||
Total | 70 | ||
Intangível | 110 | ||
(-)amortização acumulada | 60 | ||
Total | 50 | ||
Total ANC | 235 | Total PNC | 200 |
Patrimônio líquido (passivo não exigível) | |||
Capital Social | 250 | ||
(-) capital a integralizar | 200 | ||
Reservas de lucro | 5 | ||
Lucros acumulados | —- | ||
Total PL | 55 | ||
Total do Ativo | 575 | Total do Passivo | 575 |
IR = Imposto de Renda
Uma característica básica de qualquer Balanço Patrimonial é o fato do Total do Ativo deve ser rigorosamente igual ao Total do Passivo.
O Dr Zero Cost acredita que a função do contador como a conhecemos hoje irá terminar, e o motivo é simples: estamos cada vez mais conectados, seja através de redes sociais, seja através de câmeras, seja através das notas ficais, em outras palavras, em a Receita Federal tendo acesso a todas essas informações não há sentido solicitar que formulários sejam preenchidos, e dados sejam, enviados. Tudo estará lá disponível para os devidos controles, o que aliás já ocorre em alguns países do primeiro mundo.
Quando calculamos os índices de Liquidez é muito importante que tenhamos os parâmetros de empresas do mesmo segmento de mercado para nos posicionarmos perante os concorrentes. Portanto, acompanhar publicações de mercado, ex: revistas especializadas trazem por segmento índices de liquidez, ou associações de classe que muitas vezes emitem relatórios sobre o segmento pode e deve ser uma ferramenta interessante para que o empresário se guie e se posicione.
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Definições;
Contabilmente o conceito de Liquidez nos fornece o quão fácil é converter determinados bens em moeda corrente, em outras palavras transformar ativos em moeda. Aí teremos ativos mais fácies e mais difíceis em serem convertidos. A variável perda de valor do bem entra nessa equação. Exemplo: suponha que a empresa necessite urgentemente fazer caixa para honrar seus compromissos e possua um determinado imóvel para venda, um galpão. Se ela estiver disposta a perder dinheiro vendendo esse galpão abaixo do valor de mercado aumentará a liquidez deste imóvel. Assim, temos ativos de alta liquidez ou baixa liquidez. Para saber quais os ativos a empresa possui basta olhar o balanço da empresa e avaliar o que é mais ou menos líquido naquele momento de necessidade de moeda.
O contas a receber é um ativo liquido, e os bancos estão sempre preparados para comprá-lo mediante taxas de descontos por vezes escorchantes. Estoques já é um item mais complicado de se livrar dele, e por tal, deve ter um monitoramento constante, mantendo-o em níveis aceitáveis.
As máquinas, computadores, prédio, etc… ou seja, os ativos permanentes são majoritariamente líquidos e tangíveis, mas nada fácil de serem convertidos em caixa. Outros ativos líquidos e intangíveis são por exemplo, a marca.
Monitorar a liquidez de uma empresa é fundamental, pois, menos surpresas desagradáveis ela terá pela frente. Podemos concluir que quanto mais tenhamos moeda, mais serremos líquido. Isso é verdade, mas tudo tem seu outro lado. Se possuímos moeda e estamos líquido, mas há no mercado uma valorização de preços da mercadoria, esse fato nos trará perda de compra. Por tal, administrar uma empresa, saber quando comprar, quando vender e surfar no mercado de maneira que nossa prancha não afunde, é para poucos profissionais. No passado essa administração era exercida pela prática, hoje, somente a prática não é suficiente.
1. “ativo circulante”, é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro no curto prazo.
De acordo com a Lei 6.404/76 (modificada pela Lei 11.941/2009), o Ativo no Balanço Patrimonial se constituirá dos seguintes grupos: Ativo Circulante (AC) e Ativo Não-Circulante (ANC).
O ativo circulante é aquele que irá se realizar até o final do exercício social seguinte ao do balanço que está sendo elaborado e é equivalente ao “capital em giro”. O Capital de giro ou Capital Circulante Líquido é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, conforme estava estabelecido na terminologia da DOAR (Demonstração das origens e aplicações de recursos) na Lei 6.404/76 até 2007. A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638/2007, que modificou a Lei 6.404/76.
Em resumo, o ativo circulante é o termo usado na contabilidade, para mostrar os valores e os direitos que a entidade possui no curto prazo, sendo assim detalhados no Balanço Patrimonial:
- Estoques
- Exemplos: matéria-prima, produtos em elaboração, produtos acabados e mercadorias para revenda.
- Dívidas de terceiros de curto prazo
- Exemplos: dívidas de clientes, títulos a receber de clientes, dívidas de cobrança duvidosa de clientes, dívidas do estado e outros entes públicos.
- Depósitos bancários e caixa
- Exemplos: depósitos bancários, dinheiro em caixa.
- Acréscimos e diferimentos
- Exemplos: acréscimos de proveitos, custos diferidos.
Os ativos que podem ser considerados como circulantes incluem:
- dinheiro em caixa,
- conta movimento em banco,
- aplicações financeiras,
- contas a receber,
- estoques,
- despesas antecipadas,
- numerário em caixa,
- depósito bancário,
- mercadorias, matérias-primas e títulos.
- “ativo não circulante”
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.
O Ativo Não Circulante é composto dos seguintes subgrupos:
- Ativo realizável a longo prazo
- Investimento
- Imobilizado
- Intangível
- “Passivo”
Em contabilidade o passivo corresponde ao saldo das obrigações devidas, enquanto no ativo se representam os bens e direitos que pertencem a uma determinada entidade. O passivo é a coluna da direita num Balanço Patrimonial. Um exemplo de ativo é uma conta a receber, e passivo seria uma conta a pagar.
O Passivo é um recurso controlado por uma entidade e um acontecimento passado e do qual se esperam que fluam benefícios econômicos no futuro, cuja liquidação se espera um ex-fluxo de recursos.
O Passivo monetário representa bens numerários que ainda vão ser repassados aos seus verdadeiros proprietários num momento futuro, e que está na entidade apoiando ou ajudando a gerar novos recursos financeiros para o devedor. O passivo não-monetário representa obrigações de lançamentos futuros no resultado do período daqueles ganhos já efetivados, porém não pertencentes ao atual exercício.
Na contabilidade brasileira, por força da legislação o passivo se divide em:
- Passivo propriamente dito e patrimônio líquido(passivo não exigível). O passivo exigível se subdivide em passivo circulante e passivo não circulante.
- Passivo financeiro e passivo permanente, conforme lei 4.320/64 (direito público, que regulamenta a contabilidade pública).
Para fins de análise contábil, as contas contábeis que compõe o passivo exigível curto e longo prazo (direito privado), podem ser inicialmente segregadas em obrigações em moeda nacional, e obrigações em moeda estrangeira. A partir desse início, pode se proceder as subdivisões, a serem compostas das principais obrigações. Como exemplo: salários, remunerações e encargos a pagar, empréstimos e financiamentos a pagar, fornecedores e prestadores de serviços a pagar, tributos a pagar e a recolher, adiantamentos a clientes, provisões etc.
O resultado de exercícios futuros em geral se dividia em receitas e custos diferidos. Hoje, por força de lei, o REF faz parte do passivo circulante em conta representativa da receita diferida (ver Lei 6404/76 art. 299-B).
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