No Brasil por uma série de equívocos cometidos pelos governantes há transferência de despesas para a debilitada economia privada. Assim, o pequeno e médio empresário e o trabalhador trabalham grande parte de seu tempo para pagar esses erros, e como eles são enormes o prazo para o pagamento é longo, portanto, serão anos de uma luta diária. Qualquer um que prever o contrário estará mentindo.
Sabemos que o governo já possui de saída 83,4% de sua receita comprometida com gastos obrigatórios, onde a previdência social engole 42,7%. Ou seja, a margem de manobra é mínima. Esse cálculo não considera os juros pagos pela dívida interna. Graças ao bom senso, foi aprovada a PEC que limita os gastos públicos, no final de dezembro de 2016. Ajuda, mas não resolve.
Sem entrar no economês, o governo possui uma dividia enorme, e para arrecadar recursos para pagar essa dívida eleva a taxa de juros SELIC atraindo capital de investidores tanto internos como externos. No longo prazo o que se conclui, se nada for feito para reverter esse processo, é que vale mais a pena colocar o dinheiro no banco do que produzir. Portanto, quem possui capital migra para o banco e o trabalhador perde o emprego, simples assim.
Hoje, discutimos todos os dias o “case” da previdência, ou seja, não será possível pagar os aposentados muito brevemente, mas a questão de fundo é diminuir os gastos com os juros da dívida, e devemos baixar os juros para o mesmo patamar da inflação, forçando o dinheiro a circular no mercado através de meios produtivos. É isso, ou o governo acabará dando um calote na dívida, o que em termos de Brasil não é nada difícil.
O trabalhador preocupado em baixar suas despesas, vê no aluguel um grande vilão. Uma saída é a compra da casa própria via financiamento da Caixa Econômica Federal, já que ela vem financiando grande parte (70%) dos imóveis para a baixa renda nos últimos anos. Até aqui, ok. Mas, como pagar prestações sem trabalho, e parcelas de longo prazo (30 anos)? E neste caso o contrato reza a perda do imóvel por inadimplência. E se é algo que os bancos sabem fazer muito bem no Brasil é tomar de volta o bem, está tudo escrito ali no contrato em letras miúdas.
Esses imóveis retomados possuem como destino os leilões, atividade que cresce no Brasil, e por razões óbvias. Aqui abre-se um novo mercado para aqueles que possuem recursos em “cash”, o que via de regra não é o caso do trabalhador. O banco financiador notifica o mutuário após o atraso da 1ª parcela e já range os dentes mostrando e demonstrando que em 90 dias o comprador com família, cachorro e papagaio vai ter que se retirar do imóvel. E para aonde irá? Problema do trabalhador. Mas, esse porcentual de inadimplência é mínimo, será?
Histórico de Imóveis recuperados pelos bancos:
2012…….. 6.793 unidades
2013…….. 7.171 unidades
2014…….. 8.541 unidades
2015……. 13.137 unidades
De 2014 para 2015 nota-se um aumento de 53,8%. Pouco?!?!?
Neste cenário a compra de um lote residencial para o imóvel de baixa renda pode e deve ser analisada com carinho pelo trabalhador, já que os valores envolvidos na transação comercial são menores. A sugestão do Dr. ZeroCost é que o trabalhador faça um projeto de seus sonhos no terreno a ser adquirido, e construa o que for possível para que a mudança e saída do aluguel seja feita o mais rápido possível. Aí, com o passar do tempo e torcendo para que nossos governantes sejam mais competentes o trabalhador vai ajustando seu imóvel conforme seu projeto original e a sua disponibilidade de recursos.
Enfim, essa solução da compra do lote residencial e construção do imóvel aos pouco não é ideal, mas é melhor do que abandonar o imóvel comprado via CEF e ter que voltar para o aluguel ou viver de favor em casa de parentes.
Voltaremos ao tema com maiores informações!