O líder erra quase sempre quando possui demasiado poder nas mãos e em tempos de fartura.
Vejamos um paralelo de liderança e poder, enquanto as multinacionais brasileiras encolhem por problemas relacionados a corrupção (excesso de poder), na América do Norte Trump (o dono do cargo do país mais poderoso do mundo) com seus decretos irá pedir que as suas multinacionais voltem para casa a fim de tornar a América Grande outra vez (excesso de poder).
Os erros dos líderes causam estragos, mas sempre há alguém que se beneficie. As ações de Trump podem ser vistas como catastróficas no que tange a eficiência, e desenvolvimento da sociedade atual, pois essas multis desenvolveram o estado da arte que temos hoje em mãos, mas também podem ser vistas como uma valorização das empresas domésticas de porte pequeno e médio hoje sufocadas pelas multis. Assim, as PME´s devem ocupar o espaço que será deixado pelas grandes na sua retirada.
Noutro exemplo, a China com um papel crescente nos conflitos mundiais e assumindo liderança entre os países desenvolvidos (embora não seja) irá exigir na ocupação desse novo papel de destaque o repúdio ao papel secundário de fabricante das grandes marcas mundiais. A roseira será chacoalhada e quando isso acontece, uns saem ganhadores e outros perdedores. Aqui, ter um estadista no governo brasileiro nos permitirá aproveitar as oportunidades nas caronas de contratos comerciais bilaterais e multilaterais.
Outro exemplo é o TPP, a desistência dos americanos do norte da Parceria Transpacífico, são janelas que se não aproveitadas, “la nave vá”. Desde a época do saudoso sr. Antônio Ermírio de Moraes que reclamava uma posição mais firme do Brasil nas exportações mundiais, restritas a 1% do comércio por décadas, pois bem, eis aqui uma das poucas chances para reverter o status quo. Será que erraremos novamente?
As PMEs não devem dar passos gigantes, e devem recuar quando necessário, mas devem sempre estar atentas às oportunidades mercadológicas. São janelas estreitas. Óbvio? Nem, tanto!
Mas qual é o comportamento do líder da PME, e como ele erra? O Brasil está em crise e nesse período é difícil o líder da PME errar. Por quê? Por que ele já errou, o líder muitas vezes não enxerga os cenários e suas limitações quando os ventos são bons e as vacas estão gordas, pouco ouvem, e agem ungidos pelo poder dos deuses como um reizinho terráqueo (doença do CEO), e é nesse período que o líder erra, é na bonança. Na crise ele se recolhe e pede caldo de galinha para todos, mas o erro está feito.