Voltando aos bancos escolares, suponhamos dois alunos (o aluno A e o aluno B) e um exame, o aluno A executou 6 horas de estudos ininterruptos, varou a noite estudando antes do exame e tira nota 7. O aluno B estudou ao longo das últimas duas semanas, no total despendeu exatamente 6 horas de estudo, e tira nota 6. Sem dúvida a performance de A foi melhor do que a de B.
Qual aluno você contrataria para sua empresa? A ou B?
Será que A sabe mais do que B? Se aguardarmos seis meses e se aplicarmos o mesmo teste, sabendo que o aluno A não se dedicou ao tema nesse período e o aluno B igualmente não se dedicou ao tema nesse período, quem terá a maior nota? Como A tirou uma nota maior do que B no primeiro exame, podemos garantir que A ainda terá uma nota superior? Será que A aprendeu mais do que B? Não é o que dizem os especialistas, as chances de B tirar uma nota muito superior à de A no segundo exame são enormes, porque B fixou no seu cérebro alguns conceitos, ele usou a memória de recuperação de dados e junção de informações para responder ao teste no primeiro exame, enquanto A usou no exame a memória de curto prazo. Há aqui uma diferença entre os conceitos: desempenho versus aprendizagem.
Se pensarmos nas nossas empresas o que importa no “botton line” não são as metas dos departamentos e sim as metas da empresa. Portanto, se a meta da empresa não foi atingida, ninguém fará jus ao bônus.
A empresa como o aluno A não deveria se preparar para fazer uma boa prova, ou uma boa venda, ela deveria se preparar para se perpetuar, para que seus colaboradores recuperem em sua memória a todo instante o propósito. Esse propósito, o “porque fazemos” deve estar impregnado na cultura da empresa sem a necessidade de consulta ao manual da qualidade disponível em algum “drive”. Esse exercício diário arrastado ao longo dos anos conduzirá a empresa ao crescente aprimoramento de seus produtos e serviços na busca por sua visão de longo prazo. Precisamos de empresas que possuam em seus quadros alunos B.
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