A coluna do Dr Zero Cost buscou durante todo o ano de 2017 passar conceitos e dicas de como administrar bem uma empresa neste ambiente hostil que é o Brasil, e deixou aberto o blog do Dr Zero Cost para que contribuições com esse objetivo fossem ali colocadas e disseminadas entre as pequenas e médias empresas. Mesmo quando citamos fatos históricos nos referindo a países, o alvo sempre foi analisar os cenários de modo imparcial tentando aprender com os erros de terceiros.
Por deficiência na nossa escrita, a interpretação dos textos por nossos leitores nem sempre atingiram seu objetivo maior e algumas vezes caímos na discussão pueril, qual seja: Quem está certo ou quem está errado? Não é este o objetivo desta coluna. Esse fato ocorreu com forte incidência quando nos dispusemos a analisar a situação de Israel e os movimentos recentes dos americanos do Norte. A paixão se sobrepôs a razão e recebemos cerca de seis centenas de comentários tendenciosos, ora pró-Israel (a grande maioria), ora pró-palestinos.
Esse tema tinha (ou teve) como objetivo, colocar o problema para que os leitores pudessem expor soluções, já que toda situação adversa que se coloca para os países pode ser extrapolada em maior ou menor grau e vivenciada no dia a dia de nossas empresas. A diferença de empresas para governos, é que nas empresas geramos trabalho e lucro, e os governos se apossam de nossos lucros para gerar algum trabalho.
Lá na Assíria existiu um rei, o rei Assurbanípal, nascido em 685 a.C. em Nínive, que aglutinou a Babilônia sob o seu cetro e, por um certo período, o Egito. Assurbanípal idealizou e implantou o sistema de produção asiático, que funcionava assim; os camponeses produzem, e toda produção pertence ao Rei e, segundo sua vontade, parte da produção era distribuída aos seus súditos conforme sua sábia parcimônia. Os governos democráticos latinos parecem ter frequentado a escola com Assurbanípal. Hoje (2018) temos os impostos mais altos do planeta, e um povo dócil que apoia o Rei e sua estrutura.
O tema Israel carece de mais dados complementares e seguiremos com alguns textos para análise e comentários inteligentes de nossos leitores. A proposta de soluções deve contemplar o outro lado da mesa; não basta vender, é preciso que o cliente fique satisfeito.
O ano de 2017 nos trouxe muitos aprendizados e sabemos que, embora o passado em sua grande parte não possa ser extrapolado, já que os cenários são dinâmicos e as variáveis mudam, ele nos traz a possibilidade de análise de erros cometidos, ele é rico em sua diversidade, ele nos mostra o que deu certo e o que deu errado.
Os países e as empresas são comparáveis, o Brasil já esteve à frente em muitos segmentos de mercado e hoje caímos (despencamos), fruto de caminhos e decisões erradas. As empresas, muitas faliram ajudadas pela má administração central, outras sobreviveram, outras possuem a esperança de atingir um nível mundial.
O ponto central dos mercados mundiais atuais é que novas plataformas de desenvolvimento são atingidas a cada dia. Até ontem não sabíamos o que significava e-commerce; hoje, o varejo tradicional que não estudou e não se alinhou ao tema sofre duras perdas.
O mundo segue evoluindo, novos materiais são descobertos, tecnologias em todos os campos esticam o conhecimento e para alguns, como se fosse de repente, mergulhamos numa nova plataforma. Hoje, a plataforma mobile domina o planeta. Isso não significa que irá ter seu domínio continuo, sabemos que todo império nasce, cresce, comete erros, e desmorona. O mesmo deverá acontecer com o mobile, mas tendo os outros países atingido esse patamar (entende-se como patamar a convergência de todos os progressos feitos nos mais variados campos da ciência) nós, brasileiros, temos que partir deste ponto para poder acrescentar algo ao status quo e, com isso, ganharmos mercado. Em outras palavras: aumentar as vendas.
Aqui está o cerne da questão: momentos de lazer são importantes na vida do ser humano, momentos dedicados ao ócio criativo são fundamentais, mas para crescer é preciso agir. É preciso estudar o passado, é preciso entender em que ambiente estamos vivendo. É preciso ter consciência daquilo que foi executado por aqueles que seguem a nossa frente, como chegaram lá. Não é mais possível tomar atalhos (sorry), temos que passar por trajetos similares, e se alguém já desbravou esses caminhos, devemos passar por eles. Como? Subindo nos ombros desses pioneiros e enxergando mais longe; lembramos que o Brasil está inserido na periferia tecnológica dos povos da atualidade.
A simples consciência de onde nos encontramos já é um passo importante para o progresso, para novas conquistas, para traçarmos planos de ação que gerem frutos, para escolhermos bem nossos dirigentes.
O ano de 2017 foi bom para muitos de nós, para aqueles que descobriram onde estão, para aqueles que sobreviveram às mais diversas pilhagens de nossos governantes, para aqueles que decidiram levantar ainda mais cedo para cumprir suas honestas metas.
Seja lá o que formos executar em 2018, sabemos que somos um povo atrasado (muito atrasado), com ilhas de excelências em alguns campos; será preciso muito trabalho com inteligência para superar o fosso que existe entre nós e os países desenvolvidos.
Será preciso menos Faustão e mais educação, será preciso nos mantermos firmes no propósito de construir uma sociedade justa e competente. Será preciso escolher muito bem os nossos governantes nas eleições de 2018. E se pararmos de trabalhar para assistir aos jogos do Brasil na Copa a Rússia, será preciso compensar essas horas de trabalho eficazmente. Quanto mais o povo se dedica a feriados, mais o atraso local se agrava e nossa dependência aumenta daquilo que os técnicos lá de fora inventam – não há diferença entre o cérebro de um americano do Norte, ou de um Sul Coreano, ou de um brasileiro; a diferença está em como usamos essa massa cinzenta.
Sim, olhamos para o Brasil e podemos dizer: tenho pena de ti Brasil, o que foi feito com você por gerações de brasileiros déspotas e que na sua maioria continua aqui, mirando o próprio umbigo. Infelizmente não enxergam o mal que fizeram e continuam fazendo. Alguns serão separados pelas grades, e nos parece que seja um bom caminho para separar esse joio.
Agradecemos as provações, acreditamos que elas nos fortalecem, e o motivo é simples, temos um porque, um porque fazemos, e acreditamos que ele seja nobre: Elevar a pequena e média empresa ao patamar de classe mundial. Ou elevar a administração das PMEs ao estado da arte e mantê-la ali, firme, para que as gerações vindouras possam se orgulhar do trabalho deixado por nossa passagem por essa Terra Brasil. A aqueles que seguem na velha política de levar vantagem, fariam um bem ao Brasil e a humanidade se desaparecessem, se a natureza lhes for generosa com a saúde, abreviem essa passagem por meios próprios.
Por fim, agradecemos aos nossos pacientes leitores, e ficamos satisfeitos se algo proposto nesta coluna puder ser implantado em suas empresas, gerando diminuição de custos e competitividade.
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