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Da porteira para fora (32p) – Jornal Tribuna Liberal – 07/01/2018 –  Agradecimento!

A coluna do Dr Zero Cost buscou durante todo o ano de 2017 passar conceitos e dicas de como administrar bem uma empresa neste ambiente hostil que é o Brasil, e deixou aberto o blog do Dr Zero Cost para que contribuições com esse objetivo fossem ali colocadas e disseminadas entre as pequenas e médias empresas. Mesmo quando citamos fatos históricos nos referindo a países, o alvo sempre foi analisar os cenários de modo imparcial tentando aprender com os erros de terceiros.

Por deficiência na nossa escrita, a interpretação dos textos por nossos leitores nem sempre atingiram seu objetivo maior e algumas vezes caímos na discussão pueril, qual seja: Quem está certo ou quem está errado? Não é este o objetivo desta coluna. Esse fato ocorreu com forte incidência quando nos dispusemos a analisar a situação de Israel e os movimentos recentes dos americanos do Norte. A paixão se sobrepôs a razão e recebemos cerca de seis centenas de comentários tendenciosos, ora pró-Israel (a grande maioria), ora pró-palestinos.

Esse tema tinha (ou teve) como objetivo, colocar o problema para que os leitores pudessem expor soluções, já que toda situação adversa que se coloca para os países pode ser extrapolada em maior ou menor grau e vivenciada no dia a dia de nossas empresas. A diferença de empresas para governos, é que nas empresas geramos trabalho e lucro, e os governos se apossam de nossos lucros para gerar algum trabalho.

Sculpted reliefs depicting Ashurbanipal, the last great Assyrian king, hunting lions, gypsum hall relief from the North Palace of Nineveh (Irak), c. 645-635 BC, British Museum
Relevos esculpidos retratando Ashurbanipal, o último grande rei da Assíria – British Museum

Lá na Assíria existiu um rei, o rei Assurbanípal, nascido em 685 a.C. em Nínive, que aglutinou a Babilônia sob o seu cetro e, por um certo período, o Egito. Assurbanípal idealizou e implantou o sistema de produção asiático, que funcionava assim; os camponeses produzem, e toda produção pertence ao Rei e, segundo sua vontade, parte da produção era distribuída aos seus súditos conforme sua sábia parcimônia.  Os governos democráticos latinos parecem ter frequentado a escola com Assurbanípal. Hoje (2018) temos os impostos mais altos do planeta, e um povo dócil que apoia o Rei e sua estrutura.

O tema Israel carece de mais dados complementares e seguiremos com alguns textos para análise e comentários inteligentes de nossos leitores. A proposta de soluções deve contemplar o outro lado da mesa; não basta vender, é preciso que o cliente fique satisfeito.

O ano de 2017 nos trouxe muitos aprendizados e sabemos que, embora o passado em sua grande parte não possa ser extrapolado, já que os cenários são dinâmicos e as variáveis mudam, ele nos traz a possibilidade de análise de erros cometidos, ele é rico em sua diversidade, ele nos mostra o que deu certo e o que deu errado.

Os países e as empresas são comparáveis, o Brasil já esteve à frente em muitos segmentos de mercado e hoje caímos (despencamos), fruto de caminhos e decisões erradas. As empresas, muitas faliram ajudadas pela má administração central, outras sobreviveram, outras possuem a esperança de atingir um nível mundial.

O ponto central dos mercados mundiais atuais é que novas plataformas de desenvolvimento são atingidas a cada dia. Até ontem não sabíamos o que significava e-commerce; hoje, o varejo tradicional que não estudou e não se alinhou ao tema sofre duras perdas.

O mundo segue evoluindo, novos materiais são descobertos, tecnologias em todos os campos esticam o conhecimento e para alguns, como se fosse de repente, mergulhamos numa nova plataforma. Hoje, a plataforma mobile domina o planeta. Isso não significa que irá ter seu domínio continuo, sabemos que todo império nasce, cresce, comete erros, e desmorona. O mesmo deverá acontecer com o mobile, mas tendo os outros países atingido esse patamar (entende-se como patamar a convergência de todos os progressos feitos nos mais variados campos da ciência) nós, brasileiros, temos que partir deste ponto para poder acrescentar algo ao status quo e, com isso, ganharmos mercado. Em outras palavras: aumentar as vendas.

Aqui está o cerne da questão: momentos de lazer são importantes na vida do ser humano, momentos dedicados ao ócio criativo são fundamentais, mas para crescer é preciso agir. É preciso estudar o passado, é preciso entender em que ambiente estamos vivendo. É preciso ter consciência daquilo que foi executado por aqueles que seguem a nossa frente, como chegaram lá. Não é mais possível tomar atalhos (sorry), temos que passar por trajetos similares, e se alguém já desbravou esses caminhos, devemos passar por eles. Como? Subindo nos ombros desses pioneiros e enxergando mais longe; lembramos que o Brasil está inserido na periferia tecnológica dos povos da atualidade.

A simples consciência de onde nos encontramos já é um passo importante para o progresso, para novas conquistas, para traçarmos planos de ação que gerem frutos, para escolhermos bem nossos dirigentes.

O ano de 2017 foi bom para muitos de nós, para aqueles que descobriram onde estão, para aqueles que sobreviveram às mais diversas pilhagens de nossos governantes, para aqueles que decidiram levantar ainda mais cedo para cumprir suas honestas metas.

Seja lá o que formos executar em 2018, sabemos que somos um povo atrasado (muito atrasado), com ilhas de excelências em alguns campos; será preciso muito trabalho com inteligência para superar o fosso que existe entre nós e os países desenvolvidos.

Será preciso menos Faustão e mais educação, será preciso nos mantermos firmes no propósito de construir uma sociedade justa e competente. Será preciso escolher muito bem os nossos governantes nas eleições de 2018. E se pararmos de trabalhar para assistir aos jogos do Brasil na Copa a Rússia, será preciso compensar essas horas de trabalho eficazmente. Quanto mais o povo se dedica a feriados, mais o atraso local se agrava e nossa dependência aumenta daquilo que os técnicos lá de fora inventam – não há diferença entre o cérebro de um americano do Norte, ou de um Sul Coreano, ou de um brasileiro; a diferença está em como usamos essa massa cinzenta.

Sim, olhamos para o Brasil e podemos dizer: tenho pena de ti Brasil, o que foi feito com você por gerações de brasileiros déspotas e que na sua maioria continua aqui, mirando o próprio umbigo. Infelizmente não enxergam o mal que fizeram e continuam fazendo. Alguns serão separados pelas grades, e nos parece que seja um bom caminho para separar esse joio.

Agradecemos as provações, acreditamos que elas nos fortalecem, e o motivo é simples, temos um porque, um porque fazemos, e acreditamos que ele seja nobre: Elevar a pequena e média empresa ao patamar de classe mundial. Ou elevar a administração das PMEs ao estado da arte e mantê-la ali, firme, para que as gerações vindouras possam se orgulhar do trabalho deixado por nossa passagem por essa Terra Brasil. A aqueles que seguem na velha política de levar vantagem, fariam um bem ao Brasil e a humanidade se desaparecessem, se a natureza lhes for generosa com a saúde, abreviem essa passagem por meios próprios.

Por fim, agradecemos aos nossos pacientes leitores, e ficamos satisfeitos se algo proposto nesta coluna puder ser implantado em suas empresas, gerando diminuição de custos e competitividade.

(Continua na próxima semana)

(Leia o artigo anterior)


Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, clicando aqui.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

2 Comentários

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  • Caro Dr. Zero Coast,
    Antes de mais nada, meus cumprimentos por tão nobre iniciativa de jogar luz num País e numa sociedade com tantas trevas.
    Sobre o artigo em si, sem pretender me antecipar ao que virá na sequência, tomo a liberdade de fazer comentários.
    A nossa historiografia é pródiga em exemplos, e tudo aquilo que às vezes nos soa como novo, na verdade é a repetição de fato conhecido, mas, infelizmente, o discernimento de alguns poucos é sempre ofuscado pela indiferença ou desinteresse da maioria.
    A nossa conversa é um bom exemplo do acima exposto. Entretanto, não é este o motivo do comentário e sim seu teor e direcionamento.
    Claro que entendo a sua condição de consultor e gestor empresarial e seu consequente olhar para a economia e para a inteligência como propulsores do desenvolvimento, como era de esperar de um articulista da Tribuna Liberal.
    Reconheço a plenitude e coerência da sua narrativa, porém, vou me reportar às incompletudes, ou aquilo que considero essencial para a tão propalada sustentabilidade das ideias e das realizações.
    Todas as condições de desenvolvimento expostas fixam-se em fundamentos da economia, do uso proveitoso da inteligência e da razão, tratando o desenvolvimento tecnológico, sabia e cautelosamente, cite-se de passagem, como simples ferramenta e não suporte no processo de formação de um País pujante, vigoroso. Até aí, nada a opor.
    Ao que parece, civilidade parece ser a meta a ser atingida o que, na minha visão, somente seria possível, mediante o reconhecimento, identificação e valorização das pessoas; isto sim, a matéria-prima para as desejadas transformações.
    Nenhuma civilização se constrói sem bases e valores culturais, religiosos e morais, permeados pela inteligência, sensibilidade.
    De forma similar, o que as destrói não são a economia, inteligência ou atraso tecnológico, mas a ausência das ditas bases e valores.
    Algumas coisas são definitivas e outras efêmeras, suscetíveis ao tempo; algumas são leis, outras são regras.
    Grande abraço, meu amigo e reiteradas congratulações.

    • Obrigado Vital pelos comentários. Sim, a tríade para o sucesso passa por recursos financeiros, a ideia que irá agregar algum valor à clientela, e o time.
      Vamos nos concentrar no time, depois de algumas andanças feitas com os próprios pés, conclui no meu microcosmos que poucas são as pessoas interessadas em fazer a diferença, em aprender algo novo, em buscar uma meta todos os dias. Hoje, os canais que se oferecem ao público em geral são infindáveis, exemplo, se pode fazer um curso em Harvard sem custo, sentado no sofá de casa, e se você optar pelo diploma, deverá fazer um teste e pagar algo como 100 dólares.
      A grande maioria dos jovens e mesmo de pequenos e médios empresários não se preocupam com aquilo que irão entregar para que os ganhos e faturamento aumentem, há uma repetição dos trabalhos executados e uma expectativa por ganhos sempre maiores, essa conta não fecha.
      O mundo que está aí exige resultados, produtos e serviços cada vez mais competitivos. Não há como dar esse salto quântico sem estudar, tentar, errar, e tentar novamente. A equação é complexa, pois os nossos dirigentes não deixam rastros para bons exemplos, e cada um espera que o outro faça algo, e ao final, nada é feito.
      Grande Abraço

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