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Da porteira para fora (26p) – Jornal Tribuna Liberal – 26/11/2017 – Vamos Dominar o Mundo 4.

Quando o Dr Zero Cost iniciou esta nova série “Vamos Dominar o Mundo”, o cerne do tema estava e está centrado nos erros e conquistas executadas pelos povos ao logo da história e, mirando neste rico passado, buscar soluções para um Brasil que agoniza (2017), além de dicas e insights para as nossas pequenas e médias empresas.

Ao chegar neste domingo no tópico 4, foi simples concluir que se trata de um tema vasto, mas algo novo desabrochou!  Sim, vamos estressar o tema das conquistas, no entanto, observamos que o tema é recorrente, mudam-se os atores, mudam-se os cenários, mas a essência do enredo permanece constante. Explico:

A Casa é sua.

Suponhamos a seguinte situação típica de uma família brasileira. Um casal com dois filhos já crescidos, digamos, 26 anos e 24 anos.

Como seria essa família nos dias atuais? Provavelmente católicos, apostólicos e romanos, e que não frequentam a igreja da comunidade local, mas a mulher escuta um pastor evangélico de uma dessas dezenas de religiões que brotaram no Brasil nos últimos quarenta anos. O filho mais velho está fazendo engenharia numa dessas faculdades de quarta linha, com o slogan: Pagou, Levou! E o mais novo está na sua segunda faculdade trancada, buscando um tema que realmente faça brilhar os seus olhos escuros.

Algo que seria muito claro dentro desta família é o time do coração, o pai palmeirense, a mãe sem preferências, o filho mais velho corintiano e o mais novo torcendo para o São Paulo em São Paulo e para o Flamengo em nível Brasil, e para o Atlético em Minas, influência de uma namorada recém conquistada.

Essa família não se reúne em volta da mesa como em gerações passadas devido aos compromissos de cada um, os horários não batem e mesmo quando a oportunidade aparece é escanteada por uma desculpa qualquer.

A televisão fica praticamente ligada o dia todo, cada um possui a sua, e as preferências são totalmente diversas, no entanto, há algo em comum, nenhum deles se interessa por programas relacionados a história mundial, e quando o tema é noticia o consumo é trivial, consome-se as manchetes. Não se aventure a perguntar as diferenças entre uma etnia sunita e uma etnia curda, para esta família todos são turcos. E, ponto, … Salim!

A família cresceu.

Suponhamos, agora, que por alguma razão dois judeus maduros comecem a viver nesta mesma residência, não vamos aqui escolher o motivo deste fato, se o leitor insistir no motivo: digamos que seja uma variante do Big Brother. São pessoas estranhas sob o mesmo teto. Alguém menos avisado poderá dizer: eles possuem costumes diferentes, mas não, eles possuem disciplina, possuem foco. Uma cultura de milênios, sabem exatamente a história de profetas como Abrahão, Moisés, Jesus Cristo e Maomé. E sua posição religiosa, certa ou errada, é coerentemente fundamentada.

Com o passar dos meses não há uma adaptação da família brasileira aos costumes judeus, ao contrário, eles por serem disciplinados começam a mudar a rotina da casa, até porque esse “lar” não possuía rotina, era cada um para si e Deuses para todos.

Os judeus constroem um plano, de médio e longo prazo, eles são capitalistas, querem crescer, e até se simpatizam com o novo lar, mas foco é o nome do jogo. Com o passar dos anos a casa possuirá uma nova rotina, parentes desses dois judeus os visitam com regularidade, o idioma árabe é escutado pelos corredores, os judeus até gostariam de aproveitar a capacidade dos dois rapazes, mas eles são muito instáveis, e acontece o inevitável.

A família se reúne, sem a presença dos dois judeus e conversam sobre o tema.

– Vamos lá: A Casa é Nossa, precisamos fazer alguma coisa. Diz o patriarca.

Historicamente trata-se do tema: “união pelo inimigo comum”, fato que se repete ao longo da história.

Cenário 1: Essa casa é a Alemanha de meados do século XIX.

Suponhamos que esta casa seja a Alemanha do século XIX um povo que não se pode denominar uma nação, um aglomerado de feudos, de reis e rotinas muito particulares. E aí um judeu sem pátria aparece por lá. Onde irá terminar essa história? No holocausto.

Absolutamente nada contra judeus, se não gostou do exemplo, pense nos muçulmanos na península ibérica. Os visigodos que habitavam ali à época iniciaram uma disputa pelo trono após a morte do rei em 710 d.C.  Este episódio histórico foi ainda mais tendencioso, uma das facções locais solicitou o apoio dos muçulmanos. Segundo a lei muçulmana se você segue a lei do Corão, outro muçulmano é obrigado a dar-lhe apoio, e se não segue o muçulmano é obrigado a convencer-lhe a adotar o Corão. A casa ibérica foi retomada pelos proprietários depois de sete séculos…em 1492, ou seja, erros demoram para serem corrigidos, quando são. Portanto, espere que a má administração de um governo brasileiro atual se ajuste em décadas, se tivermos competência.

O dicionário Houaiss registra cerca de 700 palavras árabes que permeiam nosso idioma português com leves ajustes, exemplo, azúcar. O domínio árabe somente terminou pela ganância de generais do califado (incorreram no mesmo erro), e temos a reconquista. O Dr Zero Cost recomenda visita à Granada para admiração dos lindíssimos vestígios árabes deixados na região neste período.

Cenário 2: Essa casa é o Brasil de 2017.

Uma sociedade civil não madura com rotinas dispares, objetivos dos menos nobres e diversos. Uma classe política corporativista e corrupta, e alguns aglomerados de instituições tendenciosas, lobistas que lutam pelos seus espaços. Qual será então a posição desta sociedade? Inconformismo? Revolta? Direito Jus Esperniantes? Ou, a espera por um novo Messias?

Qual a solução? Somos livres, uniformes e disciplina são para o exército! Ok, eles são organizados, mas longe de terem a capacidade para governar uma sociedade complexa como a brasileira.

Cenário 3: Essa casa é uma pequena ou média empresa brasileira em 2017.

Somos uma empresa moderna, um grupo de pessoas que se conectam muito pouco com o estado da arte lá fora, praticamente desconhecemos a indústria 4.0, e muito menos a internet das coisas, nem mesmo o inglês é falado no nosso ambiente de trabalho, e desconhecemos para onde rumam organizações como a Samsung, o Google, a Microsoft, a Amazon, etc…

E aí numa reunião típica de vendas; fala o gerente:

– Não me interessa o raio da indústria 4.0, precisamos vender.

Um dos presentes corrobora:

– É isso aí vamos atacar o mercado. O que esses gringos estão enxergando não nos interessa, aliás o importante é que o Neymar finalmente está jogando bem na seleção brasileira, UFA!!!

Todos riem. E retorna o gerente:

– Somos livres, a disciplina e o uniforme não são itens da pauta da nossa empresa, afinal, somos responsáveis e disso não há dúvidas, ou há?

E o próprio gerente responde:

– Lógico que não, somente não gostamos de agir em grupo, afinal a União faz azúcar e não a força como diziam os antigos. Os tempos são outros.

O Dr Zero Cost completaria essa reunião:

– Que venha 2018 e o próximo Odorico Paraguaçu; é nóis mano!

(Continua na próxima semana).

(Leia o artigo anterior)


Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, clicando aqui.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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