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Da porteira para fora (265) – Jornal Tribuna Liberal de 26/06/2022–  Definições Corporativas 1!

Qualquer dicionário da língua portuguesa pode fornecer uma razoável definição sobre qualquer palavra que pesquisemos ali. Então, competir com dicionários não é nossa intenção.

O mundo corporativo é peculiar, possui nuances e se buscarmos definições nos dicionários e tentarmos aplicá-las nas organizações muito provavelmente daremos com os burros  n’água, ou como definiria um dicionário de Portugal daremos com os burrinhos n´água, o que  no final do dia é a mesma coisa.”Flopamos”! Ou, fomos malsucedidos no dicionário da geração Y.

Vamos pinçar algumas definições por ordem alfabética como todo bom dicionário;

Coesão; SUBSTANTIVO;1. figurado unidade lógica, coerência de um pensamento, de uma obra, o autor demonstrou com clareza a coesão de suas ideias; 2. física força de atração entre átomos e moléculas que constituem um corpo, e que resiste a que este se quebre; 3. Figurado associação íntima, solidariedade entre os integrantes de um grupo.

E, lá no ninho da coruja é bom ter coesão entre os participantes do time? Não. Vamos tentar adivinhar o que faz o time do sr. Vladimir Vladimirovitch Putin, será que ele tem um time coeso? Acreditamos que sim. Será que esse time cumpre suas ordens? Acreditamos que sim. E, se ele errar? Quem é o culpado? O time ou o sr. Putin? Um time deve ter coesão, mas não 100% do tempo, é preciso  que alguém discorde do gestor apresentando fundamentos. Se todos têm medo do gestor, então, que se eleja um advogado do diabo que irá contestá-lo para que ele contra argumente e conquiste sua plateia. É bom revezar essa posição de advogado do diabo para que ele não ganhe a fama de ser “do contra”. Gestores inteligentes discutem ideias e implantam as melhores.

Delegar;  verbo transitivo direto e bitransitivo, Incumbir; fazer uma transmissão de; conceder poderes ou obrigações a uma outra pessoa: delegou responsabilidades; delegou as tarefas ao funcionário. Verbo bitransitivo; Atribuir poder a alguém para que esta pessoa o(a) represente; enviar um representante: o diretor delegou um professor para a palestra.

Agora, lá no mundo real o gestor contrata um vendedor. Obviamente na descrição do cargo desse vendedor estará escrito (ou deveria): O vendedor deve vender. Aí, o gestor sinaliza as metas e diz:- Eu delego para você essa missão para atingir essas metas. Como, assim?

Que raio de delegação é essa? O vendedor foi contratado para vender, então, ele terá metas para cumprir. Ponto. Não há nada de delegação nesse ato, simplesmente o gestor está mandando-o cumprir aquilo que ele se propôs a fazer.

Então, o gestor não delega? Sim, delega. Quando? O gestor possui em sua descrição de cargo (deveria) algumas responsabilidades, por exemplo, cuidar do melhor cliente da empresa. Então, o gestor chama o vendedor e delega para ele cuidar desse cliente no período que estará em férias. Ou seja, ele passou algo que estava sob sua responsabilidade para o subordinado. Aí, ele delegou. O subordinado por sua vez deveria encarar essa missão como uma oportunidade e não como um fardo, afinal, o gestor está lhe dando a oportunidade de crescer, de aprender algo novo.

O ato de delegar implica em uma série de vantagens, exemplos: a. Libera tempo do gestor ou gerente. B. Diante de um tempo mais razoável para tomar decisões, o gestor poderá melhorar sua performance nesse quesito. C. O colaborador, se encarar a missão como um desafio poderá crescer. D. O colaborador se sentirá prestigiado e poderá desenvolver seu trabalho com mais gana. E. Tendo o colaborador assumido uma missão mais desafiadora ele se aproximará do gestor, fortalecendo o relacionamento entre eles.

Existem, segundo os estudiosos, 6 passos para, digamos, a boa delegação. 1. O gestor precisa deixar muito claro qual é a nova atribuição ou missão do colaborador. 2 Deve-se discutir a autonomia de voo que foi delegada, até onde o colaborador poderá ir e até onde deve retornar e consultar o gestor. 3. O gestor deve dialogar e não impor suas ideias, deve deixar que o colaborador se manifeste e participe. O gestor deve explorar como o colaborador se sente com a nova missão. 4. O restante do time deve ser comunicado pelo gestor, caso contrário a radio peão informará em primeira mão:- “Tá sabendo das novidades?” 5. O gestor deve saber exatamente a diferença entre “feedback” e “feed forward” e, principalmente ‘quando’ cada uma delas deve ser aplicada. 6. O gestor deve se manter firme, ou seja, evitar a delegação reversa. Alguns gestores, levantam pela manhã e decidem mudar o que fizeram no dia anterior. Ou, elegem outras prioridades. Esse comportamento é péssimo para quem acaba de assumir uma nova missão, além de brochante.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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