O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de dezembro foi de 0,44%, ficando 0,16 ponto percentual (p.p.) acima do resultado de novembro (0,28%). Essa foi a maior variação mensal de 2017. Em 2016, o IPCA do mês atingiu 0,30%. Assim, o IPCA acumulado em 2017 foi 2,95% e ficou 3,34 p.p. abaixo dos 6,29% registrados em 2016. Esse acumulado foi o menor desde 1998 (1,65%). Já o INPC de dezembro foi de 0,26% e fechou o ano em 2,07%, a menor taxa acumulada desde a implantação do Plano Real. Os dados completos do IPCA e do INPC podem ser acessados aqui.
PERÍODO | TAXA |
---|---|
Dezembro | 0,44% |
Novembro | 0,28% |
Dezembro 2016 | 0,30% |
Acumulado em 2017 | 2,95% |
Após recuar de 0,42% em outubro para 0,28% em novembro, o IPCA voltou a subir em dezembro e foi para 0,44%, sob influência, principalmente, da aceleração na taxa dos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,38% em novembro para 0,54% em dezembro) e Transportes (de 0,52% para 1,23%).
IPCA – Variação e Impacto por Grupos – Mensal | ||||
---|---|---|---|---|
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Novembro | Dezembro | Novembro | Dezembro | |
Índice Geral | 0,28 | 0,44 | 0,28 | 0,44 |
Alimentação e Bebidas | -0,38 | 0,54 | -0,09 | 0,13 |
Habitação | 1,27 | -0,40 | 0,20 | -0,06 |
Artigos de Residência | -0,45 | 0,03 | -0,02 | 0,00 |
Vestuário | 0,10 | 0,84 | 0,01 | 0,05 |
Transportes | 0,52 | 1,23 | 0,09 | 0,22 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,34 | 0,40 | 0,04 | 0,05 |
Despesas Pessoais | 0,42 | 0,42 | 0,05 | 0,04 |
Educação | 0,03 | 0,15 | 0,00 | 0,01 |
Comunicação | 0,15 | -0,11 | 0,00 | 0,00 |
No grupo dos alimentos, após sete meses consecutivos de variação negativa, a mudança de -0,38% em novembro para 0,54% em dezembro deveu-se à alimentação consumida em casa, que passou de -0,72% para 0,42%. Apesar de alguns produtos terem caído de preços, como o feijão-carioca (-6,73%) e o leite longa vida (-1,43%), outros, também importantes na mesa dos brasileiros, exerceram pressão contrária, como as carnes (1,67%), as frutas (1,33%), o frango inteiro (2,04%) e o pão francês (0,67%).
A alimentação consumida fora de casa também acelerou de novembro para dezembro, com os preços subindo, em média, 0,74%. Veja a seguir as principais altas e quedas no grupo dos alimentos.
IPCA – Alimentos – Principais altas | |||
---|---|---|---|
Item | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | |
Novembro | Dezembro | Ano | |
Frango inteiro | -1,29 | 2,04 | -8,67 |
Açúcar cristal | -2,78 | 1,95 | -22,32 |
Óleo de soja | 0,99 | 1,87 | -5,40 |
Macarrão | -1,44 | 1,71 | -2,90 |
Carnes | -0,11 | 1,67 | -2,50 |
Tomate | -4,64 | 1,58 | -4,23 |
Frutas | -2,09 | 1,33 | -16,52 |
Biscoito | 0,45 | 1,12 | 3,16 |
Refeição fora | 0,24 | 1,04 | 3,91 |
Pescado | 0,29 | 0,91 | 2,67 |
Pão francês | -0,55 | 0,67 | 1,24 |
IPCA – Alimentos – Principais quedas | |||
---|---|---|---|
Item | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | |
Novembro | Dezembro | Ano | |
Feijão-carioca | -8,40 | -6,73 | -46,06 |
Cenoura | 9,00 | -5,56 | 18,24 |
Feijão-mulatinho | -0,20 | -4,35 | -44,62 |
Cebola | 0,51 | -3,39 | -0,72 |
Alho | -1,04 | -2,67 | -22,50 |
Leite longa vida | 0,41 | -1,43 | -8,44 |
Sorvete | -1,58 | -1,18 | -4,45 |
Leite em pó | -1,87 | -1,13 | -9,56 |
Farinha de mandioca | -4,78 | -0,71 | -3,93 |
Carnes industrializadas | -0,99 | -0,61 | -0,53 |
Já os principais impactos individuais no índice do mês, ambos de 0,09 p.p., foram exercidos pelas passagens aéreas, com alta de 22,28%, e pela gasolina, cujo preço do litro ficou, em média, 2,26% mais caro. Juntos, com impacto de 0,18 p.p., estes dois itens representaram 41% do IPCA de dezembro.
Eles também foram os principais responsáveis para que o grupo Transportes (1,23%) apresentasse a maior alta no mês, considerando-se, ainda, o aumento de 4,37% do etanol, com impacto de 0,04 p.p. Na gasolina, observa-se que o aumento é reflexo dos reajustes concedidos durante o período de coleta do índice, que montam de 2,05%.
No grupo Vestuário (0,84%), os destaques ficaram com os itens roupa masculina (1,27%), roupa infantil(1,05%), roupa feminina (0,71%) e calçados (0,69%).
Considerando os demais grupos, destacam-se, no lado das altas: plano de saúde (1,06%), empregado doméstico (0,52%) e eletrodomésticos (0,36%).
Por outro lado, o principal impacto para baixo foi exercido pela energia elétrica (-0,12 p.p.), do grupo Habitação (-0,40%), já que as contas ficaram 3,09% mais baratas. Isto devido à volta, a partir de 1º de dezembro, da bandeira tarifária vermelha patamar 1, com custo adicional nas tarifas de R$ 0,03 por cada kwh consumido, em substituição à vermelha patamar 2, que implicava em um custo adicional de R$ 0,05 por cada kwh. Cabe destacar o reajuste de 29,60% em uma das concessionárias de energia de Porto Alegre, em vigor desde 21 de dezembro.
Ainda no grupo Habitação, porém no lado das altas, destacam-se os itens taxa de água e esgoto (1,19%) e gás de botijão (1,09%). O primeiro se deve aos reajustes de 7,89%, 5,25% e 8,43%, respectivamente, nas tarifas de São Paulo, em vigor desde 10 de novembro; Rio de Janeiro, a partir de 27 de novembro; e Belém, desde 12 de dezembro. A variação no gás de botijão reflete o reajuste médio de 8,90% no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13 kg, autorizado pela Petrobrás nas refinarias a partir de 05 de dezembro.
Sobre os índices regionais, o mais elevado foi o da região metropolitana de São Paulo (0,62%), onde os preços da refeição fora tiveram alta de 1,75%, com impacto de 0,10 p.p. As altas de 23,23% nas passagens aéreas, 5,26% no etanol e 2,39% na gasolina também pressionaram o resultado do mês na região. Belém(-0,18%) apresentou o índice mais baixo, em função da queda de 6,05% na energia elétrica.
IPCA – Variação por Regiões – Mensal e acumulado no ano | ||||
---|---|---|---|---|
Região | Peso Regional (%) | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | |
Novembro | Dezembro | Ano | ||
São Paulo | 30,67 | 0,58 | 0,62 | 3,63 |
Brasília | 2,80 | 0,46 | 0,59 | 3,76 |
Curitiba | 7,79 | -0,15 | 0,57 | 3,42 |
Rio de Janeiro | 12,06 | 0,26 | 0,54 | 3,03 |
Fortaleza | 3,49 | -0,16 | 0,54 | 2,27 |
Goiânia | 3,59 | 0,96 | 0,48 | 3,76 |
Recife | 5,05 | 0,26 | 0,43 | 3,31 |
Vitória | 1,78 | -0,03 | 0,39 | 2,55 |
Belo Horizonte | 10,86 | -0,08 | 0,33 | 2,03 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,55 | 0,28 | 2,52 |
Campo Grande | 1,51 | 0,50 | 0,15 | 2,11 |
Salvador | 7,35 | -0,26 | 0,10 | 2,14 |
Belém | 4,65 | 0,05 | -0,18 | 1,14 |
Brasil | 100,00 | 0,28 | 0,44 | 2,95 |
IPCA acumula variação de 2,95% em 2017
O IPCA encerrou o ano de 2017 com 2,95% de variação, 3,34 p.p. abaixo dos 6,29% registrados em 2016. Assim, esse acumulado é o menor desde 1998 (1,65%). Ao longo de 2017, as taxas se distribuíram da seguinte forma:
IPCA – Variações mensais, trimestrais e no ano | |||
---|---|---|---|
Mês | Variação (%) | ||
Mês | Trimestre | Ano | |
Janeiro | 0,38 | 0,38 | |
Fevereiro | 0,33 | 0,71 | |
Março | 0,25 | 0,96 | 0,96 |
Abril | 0,14 | 1,1 | |
Maio | 0,31 | 1,42 | |
Junho | -0,23 | 0,22 | 1,18 |
Julho | 0,24 | 1,43 | |
Agosto | 0,19 | 1,62 | |
Setembro | 0,16 | 0,59 | 1,78 |
Outubro | 0,42 | 2,21 | |
Novembro | 0,28 | 2,50 | |
Dezembro | 0,44 | 1,14 | 2,95 |
O índice de 2017 foi influenciado, especialmente, pelas despesas com produtos e serviços dos grupos Habitação (com alta de 6,26% e impacto de 0,95 p.p), Saúde e Cuidados Pessoais (com alta de 6,52% e impacto de 0,76 p.p.) e Transportes (com alta de 4,10% e impacto de 0,74 p.p.). Juntos, estes três grupos representaram 2,45 p.p., sendo responsáveis por 83% da taxa. Já o grupo Alimentação e Bebidas, com queda de 1,87% e -0,48 p.p. de impacto, conteve o índice. A tabela a seguir mostra os resultados de todos os grupos de produtos e serviços.
IPCA – Variações e impactos por grupos – 2016 e 2017 | ||||
---|---|---|---|---|
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
2016 | 2017 | 2016 | 2017 | |
Índice Geral | 6,29 | 2,95 | 6,29 | 2,95 |
Alimentação e Bebidas | 8,62 | -1,87 | 2,17 | -0,48 |
Habitação | 2,85 | 6,26 | 0,45 | 0,95 |
Artigos de Residência | 3,41 | -1,48 | 0,14 | -0,06 |
Vestuário | 3,55 | 2,88 | 0,22 | 0,17 |
Transportes | 4,22 | 4,10 | 0,78 | 0,74 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 11,04 | 6,52 | 1,23 | 0,76 |
Despesas Pessoais | 8,00 | 4,39 | 0,85 | 0,47 |
Educação | 8,86 | 7,11 | 0,40 | 0,33 |
Comunicação | 1,27 | 1,76 | 0,05 | 0,07 |
Em 2017, a produção agrícola ficou, aproximadamente, 30% acima da safra do ano anterior. Com isso, os preços do grupo Alimentação e Bebidas, que detém cerca de 1/4 das despesas das famílias, caíram 1,87%, e o grupo exerceu o principal impacto negativo no índice. Este é o menor resultado (-1,87%) e a única vez que o grupo apresentou deflação no ano desde a implantação do Plano Real.
A queda nos preços dos alimentos se deu, especialmente, por conta dos alimentos para consumo em casa. Com 15,67% de peso, estes alimentos caíram 4,85%, enquanto a alimentação consumida fora de casa, que pesa 8,88%, subiu 3,83%.
IPCA – Alimentação e bebidas, alimentação em casa e fora – Mês a mês | |||
---|---|---|---|
Mês | Variação mensal (%) | ||
Alimentação e Bebidas | Alimentação em casa | Alimentação fora | |
Janeiro | 0,35 | 0,17 | 0,69 |
Fevereiro | -0,45 | -0,75 | 0,11 |
Março | 0,34 | 0,31 | 0,41 |
Abril | 0,58 | 0,68 | 0,38 |
Maio | -0,35 | -0,56 | 0,06 |
Junho | -0,50 | -0,93 | 0,32 |
Julho | -0,47 | -0,81 | 0,15 |
Agosto | -1,07 | -1,84 | 0,35 |
Setembro | -0,41 | -0,74 | 0,18 |
Outubro | -0,05 | -0,17 | 0,16 |
Novembro | -0,38 | -0,72 | 0,21 |
Dezembro | 0,54 | 0,42 | 0,74 |
Acumulado | -1,87 | -4,85 | 3,83 |
Regionalmente, todas as áreas pesquisadas apresentaram deflação nos alimentos, com as taxas variando de -4,28% em Belém a -0,21% em Brasília.
IPCA – Alimentação e bebidas, alimentação em casa e fora – por região | |||
---|---|---|---|
Região | Variação acumulada ano (%) | ||
Alimentação e bebidas | Alimentação em casa | Alimentação fora | |
Belém | -4,28 | -6,43 | 3,33 |
Belo Horizonte | -4,05 | -6,93 | 2,32 |
Fortaleza | -3,34 | -5,23 | 2,33 |
Recife | -2,69 | -5,70 | 4,99 |
Goiânia | -2,66 | -6,33 | 4,81 |
Curitiba | -2,56 | -5,60 | 2,86 |
Campo Grande | -2,25 | -5,45 | 5,83 |
Vitória | -2,17 | -5,28 | 4,05 |
Salvador | -2,15 | -4,68 | 3,88 |
Porto Alegre | -1,46 | -4,38 | 4,90 |
Rio de Janeiro | -0,91 | -3,72 | 3,18 |
São Paulo | -0,47 | -3,54 | 4,18 |
Brasília | -0,21 | -4,38 | 5,51 |
Brasil | -1,87 | -4,85 | 3,83 |
Considerando os alimentos adquiridos para consumo em casa, vários tiveram queda significativa nos preços, com destaque para as frutas (-16,52%), maior impacto negativo no índice do ano (-0,19 p.p). A seguir, as principais quedas nos produtos alimentícios.
IPCA – Alimentos – Principais quedas no ano | |||
---|---|---|---|
Item | 2016 | 2017 | |
Variação (%) | Variação (%) | Impacto (p.p.) | |
Frutas | 22,67 | -16,52 | -0,19 |
Feijão-carioca | 46,39 | -46,06 | -0,14 |
Açúcar cristal | 25,30 | -22,32 | -0,09 |
Leite longa vida | 12,19 | -8,44 | -0,08 |
Carnes | 3,01 | -2,50 | -0,07 |
Arroz | 16,16 | -10,86 | -0,07 |
Frango inteiro | 7,31 | -8,67 | -0,04 |
Feijão-preto | 78,05 | -36,09 | -0,04 |
Alho | 19,33 | -22,50 | -0,03 |
Açúcar refinado | 23,62 | -18,21 | -0,03 |
Leite em pó | 26,13 | -9,56 | -0,03 |
Frango em pedaços | 4,15 | -5,13 | -0,02 |
Feijão-mulatinho | 101,59 | -44,62 | -0,02 |
Feijão-fradinho | 58,35 | -32,42 | -0,02 |
Óleo de soja | 13,51 | -5,40 | -0,02 |
Queijo | 12,72 | -2,61 | -0,01 |
Chocolate em barra e bombom | 19,20 | -6,51 | -0,01 |
Farinha de trigo | 3,28 | -11,53 | -0,01 |
Tomate | -27,82 | -4,23 | -0,01 |
Macarrão | 9,16 | -2,90 | -0,01 |
Farinha de mandioca | 46,58 | -3,93 | -0,01 |
Batata-inglesa | -29,03 | -3,91 | -0,01 |
Sorvete | 8,81 | -4,45 | -0,01 |
Ficando atrás apenas do grupo Educação (7,11%), onde os cursos regulares (8,37%) se destacaram, o grupo Habitação (6,26%) apresentou a segunda maior variação, sendo responsável, porém, pelo maior impacto de grupo (0,95 p.p). As principais influências vieram de itens importantes na despesa das famílias, como o gás de botijão (16,00% e 0,19 p.p.), a taxa de água e esgoto (10,52% e 0,17 p.p.) e a energia elétrica (10,35% e 0,35 p.p.).
Durante o ano de 2017, a Petrobrás autorizou reajuste, nas refinarias, de 84,31% no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13kg. As regiões pesquisadas variaram de 5,28% em Curitiba a 33,52% em Recife. Já a taxa de água e esgoto (10,52%) ficou entre 3,09% em Brasília e 22,96% em Belém. Nesta última, além do reajuste médio de 17,50% ocorrido em junho, a partir de 12 de dezembro passou a vigorar um complemento ao reajuste anterior, da ordem de 8,43%.
A energia elétrica (10,35%) variou entre -0,33% em Campo Grande e 30,54% em Goiânia. Na primeira, houve redução de -1,92% nas tarifas. Em Goiânia, por sua vez, houve aumento de 15,70%. Cabe ressaltar o desconto, de até 19,50%, aplicado sobre as contas de energia elétrica, em abril, por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de modo a compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER), voltado a remunerar a usina de Angra III. Além disso, ao longo do ano, entraram em vigor as bandeiras tarifárias, acarretando em cobrança adicional, conforme apresentado na tabela abaixo.
IPCA – Energia Elétrica Residencial – Bandeiras Tarifárias | ||
---|---|---|
Mês | Bandeira tarifária | Cobrança adicional |
Janeiro | Verde | – |
Fevereiro | Verde | – |
Março | Amarela | R$ 0,02 por kwh |
Abril | Vermelha 1 | R$ 0,03 por kwh |
Maio | Vermelha 1 | R$ 0,03 por kwh |
Junho | Verde | – |
Julho | Amarela | R$ 0,02 por kwh |
Agosto | Vermelha 1 | R$ 0,03 por kwh |
Setembro | Amarela | R$ 0,02 por kwh |
Outubro | Vermelha 2 | R$ 0,035 por kwh |
Novembro | Vermelha 2 | R$ 0,05 por kwh |
Dezembro | Vermelha 1 | R$ 0,03 por kwh |
Saúde e Cuidados Pessoais fechou o ano com variação de 6,52%. Neste grupo, a pressão veio dos planos de saúde (13,53%) e dos remédios (4,44%). Estes itens são despesas importantes no orçamento do consumidor, com peso de 3,88% e 3,47%, respectivamente. A Agência Nacional de Saúde – ANS concedeu, em 2017, reajuste de até 13,55% para os planos de saúde. Nos remédios, o reajuste máximo autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos – CMED foi de 4,76%.
Nos Transportes (4,10%), que detêm 18% do IPCA, peso superado apenas pelos alimentos, os destaques foram: gasolina (10,32%), ônibus intermunicipal (6,84%), emplacamento e licença (4,29%), ônibus urbano (4,04%), conserto de automóvel (2,66%).
A respeito da gasolina, está em vigor, desde 03 de julho de 2017, a política de preços da Petrobrás que permite que a área técnica de marketing e comercialização reajuste, na refinaria, os preços dos combustíveis, visando acompanhar a taxa de câmbio e as cotações internacionais de petróleo e derivados. Considerando-se a data de 03 de julho, até o dia 28 de dezembro (final da coleta do IPCA de dezembro), foram concedidos 115 reajustes nos preços da gasolina, acumulando um total de 25,49% de aumento. Ainda em julho, houve reajuste na alíquota do PIS/COFINS dos combustíveis. Na gasolina, a alíquota passou de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 por litro.
Além dos grupos anteriores, Despesas Pessoais (4,39%), onde sobressai o item empregado doméstico(6,47%); Vestuário (2,88%), com destaque para os calçados (4,01%), e Comunicação (1,76%), com variação de 6,04% no telefone celular, terminaram o ano com taxa positiva. Por outro lado, os Artigos de Residência (-1,48%) contribuíram na contenção da taxa do ano, destacando-se os itens Tv, som e informática (-6,50%) e eletrodomésticos (-2,65%).
Dentre os índices regionais, Goiânia e Brasília apresentaram a maior variação, ambas de 3,76%. Em Goiânia, o destaque foi a energia elétrica, que subiu 30,54%, e a gasolina, com alta de 15,28%. Já em Brasília, os destaques foram a gasolina e o ônibus urbano, cujas altas foram, respectivamente, 17,86% e 25,00%. O índice mais baixo foi o de Belém (1,14%), onde as quedas do feijão-carioca (-46,21%) e do açúcar cristal (-35,62%) ajudaram a conter a taxa. Os índices, por região pesquisada, são apresentados na tabela a seguir.
IPCA – Variações por região – 2016 e 2017 | |||
---|---|---|---|
Região | Peso Regional | Variação anual (%) | |
(%) | 2016 | 2017 | |
Goiânia | 3,59 | 5,25 | 3,76 |
Brasília | 2,80 | 5,62 | 3,76 |
São Paulo | 30,67 | 6,13 | 3,63 |
Curitiba | 7,79 | 4,43 | 3,42 |
Recife | 5,05 | 7,10 | 3,31 |
Rio de Janeiro | 12,06 | 6,33 | 3,03 |
Vitória | 1,78 | 5,11 | 2,55 |
Porto Alegre | 8,40 | 6,95 | 2,52 |
Fortaleza | 3,49 | 8,34 | 2,27 |
Salvador | 7,35 | 6,72 | 2,14 |
Campo Grande | 1,51 | 7,52 | 2,11 |
Belo Horizonte | 10,86 | 6,60 | 2,03 |
Belém | 4,65 | 6,77 | 1,14 |
Brasil | 100,00 | 6,29 | 2,95 |
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de novembro a 28 de dezembro de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de outubro a 29 de novembro de 2017 (base).
INPC sobe 0,26% em dezembro e fecha 2017 em 2,07%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,26% em dezembro e ficou 0,08 p.p acima da taxa de novembro (0,18%). Com este resultado, o acumulado em 2017 foi para 2,07%, bem menor do que os 6,58% registrados em 2016 e a menor taxa acumulada no ano desde a implantação do Plano Real. Em dezembro de 2016, o INPC registrou 0,14%.
Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,43% em dezembro, enquanto no mês anterior registraram queda de 0,54%. O agrupamento dos não alimentícios ficou com variação de 0,19%, abaixo da taxa de 0,49% de novembro.
Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi o de Fortaleza (0,48%), onde os alimentos registraram alta de 0,58%, acima do índice nacional (0,43%), com destaque para o frango inteiro (4,49%) e as frutas (4,38%). Belém (-0,29%) apresentou o menor índice, influenciado pela queda de 6,43% na energia elétrica. A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada.
INPC – Variação por Regiões – Mensal e acumulado no ano | ||||
---|---|---|---|---|
Região | Peso Regional (%) | Variação mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |
Novembro | Dezembro | Ano | ||
Fortaleza | 6,61 | -0,29 | 0,48 | 1,91 |
Goiânia | 4,15 | 0,98 | 0,47 | 3,14 |
Recife | 7,17 | 0,06 | 0,46 | 2,62 |
São Paulo | 24,24 | 0,53 | 0,43 | 2,68 |
Curitiba | 7,29 | -0,13 | 0,42 | 3,24 |
Rio de Janeiro | 9,51 | 0,20 | 0,30 | 1,26 |
Vitória | 1,83 | 0,02 | 0,18 | 1,85 |
Brasília | 1,88 | 0,55 | 0,16 | 3,09 |
Belo Horizonte | 10,60 | -0,08 | 0,13 | 1,13 |
Porto Alegre | 7,38 | 0,56 | 0,09 | 2,00 |
Salvador | 10,67 | -0,36 | 0,05 | 1,84 |
Campo Grande | 1,64 | 0,57 | 0,01 | 0,85 |
Belém | 7,03 | -0,02 | -0,29 | 0,74 |
Brasil | 100,00 | 0,18 | 0,26 | 2,07 |
No fechamento de 2017, o INPC acumulou 2,07% de variação, abaixo dos 6,58% de 2016 em 4,51 p.p. Esta é a menor taxa acumulada no ano desde a implantação do Plano Real. Os alimentos tiveram variação de -2,70%, enquanto os não alimentícios subiram 4,25%. Em 2016, os alimentos haviam apresentado alta de 9,15% e os não alimentícios, 5,44%. A seguir, tabela com os resultados por grupo de produtos e serviços.
INPC – Variações e impactos por grupos – 2016 e 2017 | ||||
---|---|---|---|---|
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
2016 | 2017 | 2016 | 2017 | |
Índice Geral | 6,58 | 2,07 | 6,58 | 2,07 |
Alimentação e Bebidas | 9,15 | -2,70 | 2,81 | -0,85 |
Habitação | 2,76 | 6,35 | 0,50 | 1,11 |
Artigos de Residência | 3,29 | -1,84 | 0,16 | -0,09 |
Vestuário | 3,67 | 2,73 | 0,27 | 0,19 |
Transportes | 6,02 | 4,64 | 0,93 | 0,72 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 10,63 | 4,76 | 1,01 | 0,47 |
Despesas Pessoais | 8,22 | 3,69 | 0,60 | 0,27 |
Educação | 8,94 | 7,01 | 0,26 | 0,21 |
Comunicação | 1,12 | 1,22 | 0,04 | 0,04 |
Quanto aos índices regionais, o maior foi de Curitiba (3,24%), tendo em vista a alta de 20,93% na energia elétrica e de 20,40% no ônibus urbano. Já o índice mais baixo foi o de Belém (0,74%), onde as quedas do feijão-carioca (-46,21%) e do açúcar cristal (-35,62%) ajudaram a conter a taxa. Os índices, por região pesquisada, são apresentados na tabela a seguir.
INPC – Variações por região – 2016 e 2017 | |||
---|---|---|---|
Região | Peso Regional (%) | Variação anual (%) | |
2016 | 2017 | ||
Curitiba | 7,29 | 4,21 | 3,24 |
Goiânia | 4,15 | 5,36 | 3,14 |
Brasília | 1,88 | 5,16 | 3,09 |
São Paulo | 24,24 | 6,48 | 2,68 |
Recife | 7,17 | 7,74 | 2,62 |
Porto Alegre | 7,38 | 6,90 | 2,00 |
Fortaleza | 6,61 | 8,61 | 1,91 |
Vitória | 1,83 | 5,54 | 1,85 |
Salvador | 10,67 | 7,40 | 1,84 |
Rio de Janeiro | 9,51 | 6,23 | 1,26 |
Belo Horizonte | 10,60 | 6,49 | 1,13 |
Campo Grande | 1,64 | 7,16 | 0,85 |
Belém | 7,03 | 6,87 | 0,74 |
Brasil | 100,00 | 6,58 | 2,07 |
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de novembro a 28 de dezembro de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de outubro a 29 de novembro de 2017 (base).
Fonte: Agência de Notícias IBGE
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