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Da porteira para fora (14p) – Jornal Tribuna Liberal – 03/09/2017 – A Gripe Espanhola

Você é político? Vale a pena participar da política?

Estamos por ali, 1918, vamos analisar alguns fatos importantes!

E a gripe espanhola por aqui?

“Gripe Hespanhola” de 1918

A pandemia desenvolveu-se em três ondas epidêmicas:

-1ª a mais benigna, termina em agosto de 1918;

-2ª inicia-se no outono e termina entre os meses de dezembro de 1918 e janeiro de 1919, tendo sido de extraordinária gravidade, afetando uma grande parte da população e com uma taxa de letalidade de 6% a 8%. Não possuímos dados corretos sobre o número de vítimas, pois o registro de pessoas mortas na Índia e na China são muito questionáveis e precários. Todavia, não se discute que essa estatística ultrapasse os 30 milhões de pessoas.

-3ª começa em fevereiro de 1919 e termina em maio do mesmo ano.

No Brasil a doença chegou em setembro de 1918. No dia 24 daquele mês a Missão Médica enviada pelo país para ajudar no esforço de guerra francês foi atingida pela gripe no Porto Dacar, Senegal, que à época era colônia francesa. No mesmo mês chegou ao País o paquete Demerara, vindo da Europa, e que é apontado por alguns autores como o primeiro navio portador do vírus para dentro do Brasil. Em poucos dias a epidemia irrompeu em diversas cidades: Recife, Salvador e Rio de Janeiro, chegando em novembro de 1918 à Amazônia. Foram registradas em torno de 35.000 mortes relacionadas à epidemia. A doença foi tão severa que vitimou até o Presidente da República, Rodrigues Alves, em 1919.

Você conhece o Jardim Anália Franco?

Anália Franco

É um bairro nobre paulistano pertencente ao distrito de Vila Formosa. Localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo que surgiu no final da década de 60. Pois é, a sra. Anália Franco foi vitima desta peste em 1919, uma personalidade, gente que fez, fundou dezenas de escolas, asilos para crianças, instituição de auxílio à mulher, ou seja, provou que dá para fazer, é uma questão de colocar a mão na massa e parar de reclamar. – Ela escreveu: “Não há vida feliz, individual ou coletiva sem ideal…Anália Franco” – Essa máxima também vale para a PME, ou seja, para o mundo da PME responda à pergunta: Por que minha empresa existe? (Não responda o que ela faz, ou como ela faz, isso pressupõe-se que seja fácil).

A Sra Anália Franco foi normalista, e iniciou sua carreira como professora primária, num dos inúmeros episódios “Graças à ajuda de uma dessas fazendeiras, num bairro de uma cidade no norte do estado de São Paulo obteve uma casa para instalar uma escola primária. Tendo a fazendeira lhe imposto a condição de segregação entre crianças brancas e afrodescendentes para a cessão gratuita do imóvel, a sra. Anália recusou-a terminantemente, passando a pagar um aluguel”. Esta senhora merece que sua vida seja contada em filme, e que os proprietários das PMEs carreguem em suas carteiras uma foto dela, será inspirador.

Sim, nesta época do outro lado do mundo, o Czar russo e seus erros? Vamos lá!

O Czar (rei na URSS) Nicolau II, mesmo antes da I Guerra Mundial, não vinha bem na sua administração, cometeu diversos erros, um deles conhecido como “Domingo Sangrento” em 1905, quando a guarda palaciana dispara contra a população que reivindicava melhores condições sociais e desejava entregar uma simples carta a ele informando que os camponeses passavam fome e acreditavam que o Czar não soubesse. Mudam-se os atores, mas a história é repetitiva em diversos episódios em diversas partes do mundo, os governantes, presidentes, e diretores ignoram a realidade humana, e muitas vezes até as regras de mercado.

O Czar Nicolau II havia cometido muitos erros na sua gestão, um deles a guerra contra o Japão entre 1904 e 1905 envolveu uma Rússia totalmente despreparada na briga pelo território à época controlado pelo Japão – a Manchúria, apanhou feio.  Depois entrou na I Guerra Mundial mais uma vez sem condições técnicas e financeiras, ou seja, teve que ceder aos revolucionários russos do proletariado, nessa onda a Letônia pegou uma carona e conseguiu sua independência. Viva a cidade da RMC – Nova Odessa.

Os reis, e mesmos os dirigentes de PMEs entram em batalhas com muita constância, o que a prinicípio pode ser algo salutar. No entanto, não é aconselhável cometer erros! Para não citar autores recentes vamos buscar Sun Tzu em Arte da Guerra, século IV a.C., “Em realidade, o que Sun Tzu nos ensina é que quase todas as batalhas já estão ganhas ou perdidas antes mesmo de haverem se iniciado. É precisamente o conhecimento das inúmeras variáveis envolvidas na guerra que faz os vencedores e os perdedores”.

Os erros cometidos por nossos dirigentes é mergulhar de cabeça nas batalhas, sem antes dar um passo atrás para avaliar suas chances de sucesso, e muitos executam planos de acordo com o que pensam, sem consultar e analisar o ambiente e tendências a sua volta. Muitos, historicamente, são violentos, seja comandando países democratas ou comunistas, seja, pilotando empresas. O sr. Sun Tzu era defensor do Taoísmo, ele escreveu: “Quando os homens recorrem à força excessiva, quando são violentos, eles logo envelhecem. Pois a violência se opõe ao Tao, e tudo o que se opõe ao Tao morre prematuramente”. Inclua aqui as empresas.

Mas, por que houve a I Guerra Mundial, em um parágrafo?

Primeira Guerra Mundial

Quando é assassinado Francisco Fernando Carlos Luís José Maria de Áustria, ele era um arquiduque da Áustria, chefe do ramo cadete de Áustria-Este e herdeiro presuntivo do trono do Império Austro-Húngaro, Assassinato: 28 de junho de 1914 em Sarajevo, Bósnia.

O império austro-húngaro nada satisfeito com o assassinato de seu arquiduque declara guerra contra a Sérvia. Mas, a Sérvia possuía aliança com a Rússia, então, a Rússia declara guerra contra o império Austro-húngaro e fechamos um circuito vicioso em cascata, cada país europeu vai se posicionando ou de um lado ou de outro até atingirmos o limite da imbecilidade mundial. A Rússia pagou um preço alto por este ato pouco pensado e principalmente seu governante o Czar Nicolau II.

Qual foi o desempenho russo na I Guerra? Medíocre.

Os russos entraram nessa barca furada, e seus soldados sofreram racionamento de alimentação e de munição nas frentes de batalha – a situação russa seria similar à do Brasil se hoje (2017) se declarássemos guerra contra os EUA. Embora, pudéssemos ter remotas chances de sucesso o Dr Zero Cost se lembra do inesquecível e brilhante comediante sr. Chico Anysio que certa feita ao passar por esse tema enunciou uma série de vantagens em caso de guerra contra os EUA, uma das vantagens seria o perdão da dívida, outra muito forte seria os nossos salários pagos em dólares, etc..etc…desde que perdêssemos, é lógico. Provocar a guerra também seria tema simples, o nosso único porta-aviões à época adentraria a baia de Manhattan e meteria um balaço na cabeça da Estátua da Liberdade. Imagine se eles os americanos do Norte não iriam ficar furiosos! Agora, se ganhássemos, imagine enviar o sr. Tiririca para administrar a NASA?

Como funciona o padrão ouro nesta época? E a conversão das moedas, estamos no entre guerras? Foi um período calmo, ou foi pior que a II Guerra?

(Continua na próxima semana).

(Leia o artigo anterior)


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