Ok, desejamos fazer uma mudança na empresa, temos duas situações.
Situação A.
Nós não nos planejamos para as mudanças mercadológicas, as mudanças já ocorreram no mercado e agora José? É correr atrás ou ser engolido! Na maioria das vezes as empresas são engolidas. E, sabemos que derrotados não contam sua história, a não ser para uma minoria inexpressiva.
Situação B.
Estamos bem, as vendas correm bem, as margens são confortáveis, estamos no ponto “X” e queremos chegar no ponto “Z”, para chegar no ponto “Z” teremos que fazer uma parada no ponto “Y” intermediário para a organização respirar e assimilar as mudanças implantadas e aí seguir para “Z”. E, temos um CEO que sabe conduzir mudanças, ele possui o faro sobre as tendências que darão certo, esse é o melhor dos mundos.
Essas duas situações acima é como ir ao médico. Situação A. Você pode chegar lá morrendo de dor e ele já o conduz para a sala de cirurgia. Ali à mercê dos doutores, invocando uma crença religiosa de última hora, você poderá ir a óbito (falência) ou irá precisar de um longo período de readaptação (recuperação judicial). Situação B. Você costuma ir ao médico regularmente, está antenado, faz exames de rotina e se o doutor detectar algo estranho, provavelmente será uma doença inicial e você irá ganhar uma sobrevida.
Queremos mudar? Sim, combinamos com os russos? Lá fora existe um mercado, esse mercado está rodando, ele aceitará as mudanças que estamos propondo? Pagará por ela? Estar de posse de uma ideia brilhante, investir em ferramentas, equipamentos, softwares e pessoal sem consultar o mercado para saber se ele está preparado ou desejando algo novo, será simplesmente algo infantil.
Ok, a nossa pesquisa nos indicou que o mercado poderá aceitar bem a mudança planejada. Então, qual é a nossa cultura organizacional? O nosso CEO está interessado em mudanças? O nosso CEO é inspirador? A cultura da empresa é uma matadora de boas ideias? As mudanças serão atualizadas? Sim, mudança é um processo e não um evento.
Supondo que o mercado e a liderança estejam alinhados. Então, o que pensa o nosso time, saberão encarar as mudanças necessárias, ou seja, possui capacidade cognitiva para aprender novas rotinas? Podemos contar com facilitadores ou teremos que remover boicotadores? Sabemos quem são eles? São obstáculos transponíveis ou não? Temos recursos para implantar as mudanças?
A implementação irá exigir mudanças de processos, novas competências, intervenções e um trabalho duríssimo que não se encerra. Sim, a única coisa constante nessa vida são as mudanças.
Nesse processo temos o seguinte layout:
As mudanças normalmente são bem-intencionadas, mas nem todas resultam em bom resultado. As falhas podem ser as mais diversas e dificilmente reconhecemos uma única falha ao reanalisar um processo que não deu certo, vamos nos deparar com uma série de pequenos fatos que não soubemos enxergar, ou enxergamos e erroneamente foram negligenciados.
Muitas vezes uma mudança é inteligente, mas dá com os burros n’agua e quando vamos analisar os fatos concluímos que faltou empenho do gestor do projeto, ou ele gerenciou mal a comunicação etc. Essas empresas podem retornar ao patamar anterior ou mesmo regredir, um desastre gerencial.
E, as GAFAM? GAFAM é o acrônimo de gigantes da Web, GOOGLE, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft são cinco grandes empresas dos EUA, são inovadoras e geraram mudanças no mercado. Observamos que essas empresas praticamente “partiram do zero”, ou seja, a trajetória foi bem-sucedida, mas elas não possuíam amarras.
Agora, suponha que você comande uma velha empresa criada por um fundador, que mesmo desconhecendo processos saiu-se muito bem ao longo de décadas. Será que você poderá copiar o modelo GAFAM? Não. Sua empresa possui uma cultura arraigada, disputas políticas internas etc. Portanto, se formos implantar mudanças na Amazon de hoje iremos nos deparar com fortes resistências, afinal ela faz um excelente lucro e navega em ventos de brigadeiro por décadas.
Dependendo do cargo que você exerça, observe o terreno que está pisando. O tripé desse terreno é:
Esse tripé deverá estar alinhado.
Algo que tenho tentado aprender nos últimos anos é que tudo, absolutamente tudo, está conectado. O problema é enxergar esse todo, observemos os índios no Brasil sofrendo de doenças crônicas como diabetes, gota, hipertensão e obesidade. Devemos enviar médicos para curá-los? Por que eles manifestam essas doenças? Porque foram ocidentalizados com a nossa dieta. Então, temos que prestar atenção na nossa dieta e na evolução dos conhecimentos da ciência sobre os alimentos. Mas, quem possui tal capacidade de discernimento? Quem está preparado para enxergar o todo? Poucos.
Sim, podemos efetuar a acupuntura organizacional em nossa empresa, mas sem perder de vista o todo.
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