Técnicas e Ferramentas

ROE – Return On Equity

Apresentação do Tema

Você deve estar preparado para encarar sua plateia, seu público alvo. Toda apresentação possui um mote, um ponto central, algo que deverá ser passado para seus ouvintes, aqui estamos discutindo o ROE, Return On Equity. Em outras palavras, alguém colocou recursos financeiros num determinado negócio e quer saber quanto irá ganhar, ou se ganhou!

Esse tipo de reunião sempre gera uma certa inquietude seja para o apresentador seja para os ouvintes, o nível da platéia é sênior e ali residem as decisões, portanto, tensão no ar. Seu peixe deverá ser muito bem vendido. Por mais preparado que você esteja, a sensação é que a qualquer momento poderá surgir um torpedo vindo em sua direção e destruir seu planejamento, abalar sua confiança e destruir sua apresentação.

Para evitar esse tipo de situação e tornar a reunião mais produtiva é essencial ter em mente qual o verdadeiro interesse do acionista ou do dono. Essa dica vale para outras situações, assim, pratique a empatia, ou seja, coloque-se no lugar do ouvinte e pense naquilo que ele espera de nosso discurso – muito antes de você entrar em cena.

Se a apresentação for para  um diretor de vendas, o “botton line” na cabeça dele é saber quanto foi vendido, se for para um investidor, ele deseja saber se esse negócio proposto dá ou não lucro. Simples assim, temos que estar preparados, portanto, antes que eles façam as perguntas, faça você a ginástica sobre quais perguntas eles eventualmente fariam.

Para investidores já escrevemos o que desejam saber, rentabilidade! Aqui está o ROE.

Portanto, para fazer uma boa apresentação de resultados financeiros para a diretoria é fundamental focar em algumas técnicas de apresentação, oratória, etc. esses recursos ajudam, mas não definem o resultado da reunião.

Para mostrar ou demonstrar, por exemplo o ROE é preciso ser estratégico.

Sim, é preciso ser estratégico, ou seja, construir o raciocínio com começo, meio e fim. E conduzir o público para os alvos que foram pré-determinados por você. Nessas grandes corporações não existem mais espaço para o amadorismo. E levando em consideração que, normalmente, o tempo dedicado para a apresentação, por exemplo, para resultados financeiros em uma reunião de conselho é curto, o segredo para um discurso relevante é ser direto, claro e assertivo na análise.

As apresentações com técnicas ou em técnicas seriam simples se os objetivos traçados anteriormente tivessem sido atingidos, mas sabemos que não é assim. As variáveis mudam, há pontos positivos que podem e devem ser explorados, e pontos negativos que devem ser muito bem defendidos. Ou seja, não são reuniões simples, além de todas as variáveis políticas que normalmente estão em jogo. Eu costumava dizer que dentro de uma grande organização é mais difícil vender uma ideia internamente, do que o produto ou serviço para o cliente.

Uma apresentação de ROE deve mostrar pelo menos dois indicadores:

Indicador 1. ROE(Return on Equity)

ROE = Return on Equity = Retorno sobre o Capital Investido. em outras palavras podemos dizer que o ROE trata da RENTABILIDADE. Mas, qual RENTABILIDADE?

O ROE trata da RENTABILIDADE do capital próprio, sim, porque num empresa normalmente existem capitais de terceiros envolvidos, exemplo, empréstimos bancários.

O ROE nos dará uma determinada TAXA DE RETORNO, portanto, não nos dará um determinado valor monetário. É certo que quanto maior o ROE, mais lucrativo é o negócio. Nem por isso será atraente, suponha que você venda doses de cachaça num bar, e cada dose lhe fornece um ROE de 30%, portanto, um excelente negócio. Todavia, se vendemos uma garrafa por dia, no final do mês o faturamento deverá ser de algumas centenas de reais, e o negócio muitas vezes não é sustentável. Ao passo que um ROE de 15% na construção de uma usina hidroelétrica poderá gerar milhões e milhões de dólares, e ser um negócio muito atraente.

Lembrando que o objetivo de qualquer empresa comercial é a rentabilidade, deve-se sempre apresentar o ROE do negócio para o corpo diretivo. Essa análise é feita com base no cálculo do Lucro Líquido (LL) dividido pelo Patrimônio Líquido (PL). Trata-se do lucro que pertence aos acionistas dividido pelos investimentos dos acionistas.

                  ROE  = lucro líquido (receita total – custo total – despesa total – perdas) / Patrimônio Líquido

Por exemplo, se o acionista investiu R$20.000,00 nos ativos da empresa e gerou um  Lucro Líquido de R$3.000,00, isso significa que teve uma rentabilidade de 15%.

ROE = 3.000,00 / 20.000,00 = 0,15 x 100 = 15%

É com esse indicador que será possível identificar o retorno do capital que foi investido pelos sócios na empresa. Esse indicador está acima ou abaixo da expectativa dos sócios? Depende do que eles estipularam no início do negócio.

Como o capital da empresa é na verdade uma cesta de capitais, incluindo o capital próprio e de terceiros, podemos detalhar os ROEs. O Equity é o capital que colocamos, num exemplo, o negócio exige um capital de 100, nós como proprietários colocamos 60, os outros 40 são provenientes de bancos que exigem um ROE de 22% (exemplo).

Começamos a rodar o negócio e apuramos um lucro líquido de 18 para um capital investido de 100. Portanto, o banco irá retirar 40 x 0,22 = 8,8.

O lucro foi de 18, retirando-se 8,8 do banco irá nos sobrar 18 – 8,8 = 9,2.

Vejamos o ROE do banco foi 8,8 / 40 = 22% (pré-definido)

O nosso ROE foi de 9,2 / 60 = 15,33%

E o ROE da empresa como um todo foi de 18 / 100 = 18 %

No exemplo acima, nós como proprietários ficamos com a parte menor do bolo, isso algumas vezes pode não corresponder a verdade;

situação 1, o lucro da empresa foi muito superior ao exigido pelo sócio banco, ou seja, superior aos 22% exigidos no exemplo.

situação 2, algumas manobras brasileiras. o BNDES com o objetivo de fomentar a indústria local pode ou emprestou a juros abaixo do mercado, assim, o banco ficou ou ficava com a menor rentabilidade. Esses negócios como vimos nos jornais televisivos foram possíveis  para grandes empresas e grandes grupos, a pequena e média empresa que deveria se beneficiar dessa política de fomento e desenvolvimento interno pouco o nada teve acesso a essa “regalia”.

Neste caso onde por exemplo o BNDES entrava num negócio, digamos de concessão, o empresário ou o grupo empresarial poderia exigir um ROE da empresa menor, mas sabendo que o seu ROE seria o objetivado, ou previamente definido – isso porque o BNDES no caso ficará com a menor parte do bolo.

             ROI

Criar siglas parece ser um hobby de brasileiros e americanos, assim, para o cálculo da rentabilidade iremos encontrar diversas siglas. Menciono o ROI, como Return Over Inspiration, porque gostei da criatividade. E não deixa de ser verdadeiro num mundo que muda numa velocidade estonteante.

Antes que alguém me escreva reclamando, ROI tb pode ser Retorno Sobre o Investimento

Bem, de posse da rentabilidade, é preciso verificar se ela é palpável, ou seja, se ela existe no caixa. E essa pergunta deverá estar no cardápio dos nossos ouvintes.

            Rentabilidade do Ativo Total, ou Taxa de Retorno sobre o Ativo Total

Poderá ocorrer dos acionistas exigirem a rentabilidade sobre o ativo total, ou seja, neste caso em vez de dividir o lucro líquido pelo patrimônio líquido dividiremos pelo ativo total. O total do ativo é a somatória do ativo circulante + ativo realizável a longo prazo + investimentos em imobilizado. E ele poderá exigir que o diretor financeiro faça esse cálculo ano a ano para averiguar a evolução desta rentabilidade.

Indicador 2. Fluxo de caixa e Entradas Reais

Temos que ir ao fluxo de caixa e verificar se o lucro gerado está no nosso fluxo de caixa operacional. Essa operação ou demonstração é necessária, pois, algumas variáveis podem detonar nosso resultado. Exemplo, tivemos lucro, mas o cliente não pagou.

Na prática

É possível se calcular a rentabilidade com diversas abordagens, podemos, por exemplo, enveredar para valores médios, etc.. O que tenho visto no mercado são projetos complexos e estes, possuem diferentes entradas de recursos, e diferentes saídas de recursos. Ora são específicos de um determinado projeto, ora tratam da empresa como um todo. Para tal, (na minha opinião com base naquilo que tenho visto), os empresários se guiam pelo cálculo da TIR, já visto aqui na aba de Técnicas e Ferramentas em “E aí, meu projeto é rentável ou não?”

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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