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O Café e o Brasil

Vale dizer que o café em 1930 estava supervalorizado, consequência de uma política de oneração artificial do produto. Por trás destas altas estava a politica de governo que garantia a compra do produto, regularização de estoques e financiamentos aos agricultores. Para variar, não deu certo! O presidente do Instituto do Café em 1926 era o Secretário da Fazenda, e o vice-presidente o Secretário da Agricultura. Escreve Carone: “Como consequência natural e lógica dessa alta artificial, registraram-se o encarecimento do braço agrícola, a fantástica valorização das fazendas, o incremento das plantações do Estado, nas demais circunscrições produtoras de café e nos países cafeeiros nossos concorrentes. E o custo de vida alcançou índices jamais atingidos. Mas, o que na aparência era prosperidade e riqueza não passava, na realidade de prenúncio de miséria”. Um erro! O governo viu que não daria para cumprir sua palavra, os preços despencaram e as empresas quebraram. Amadorismo, onde os empresários paulistas pagaram o preço e na grande maioria com a perda total de seus bens.

Colheita do café. Theodor Preising, dec.1930. Acervo Museu do Café.

O intervencionismo do Estado brasileiro é histórico, e não se trata de problema de fácil solução, não basta simplesmente dizer o slogan: Menos Estado e Mais Mercado, é preciso se preparar para o mercado, se profissionalizar, caso contrário somos presas fáceis, e esse progresso passa pela educação continuada de nossos empreendedores que na sua grande maioria ainda se encontram amarrados a conceitos ultrapassados enquanto os processos e a tecnologia galopam.

E, hoje (2017)?

Alguns ajustes executados pela dupla Temer – Meirelles começam a surtir efeitos positivos em 2017, em 1926 as altas do café também trouxeram uma certa ilusão positiva, nossos problemas continuam sendo estruturais, e a pergunta que devemos responder juntos em 2018 é: Estamos num rumo de um crescimento sustentável para a próxima década? Não importa se o PIB crescer 1% ou 2%, o que precisamos planejar é seu crescimento constante. Aqui (2017) temos economistas otimistas com a atual situação, mas temos muita gente falando: Olhem para os temas estruturais, em outras palavras: nenhum lar sobrevive gastando mais do que ganha.


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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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