WOW 1.
Estamos aqui, decidimos empreender, seja como empreendedor propriamente dito, seja como um colaborador interno indispensável para uma organização. Em quaisquer desses dois casos é fundamental pensarmos na nossa morte. Sim, pois tudo é cíclico nessa vida, as pessoas, os animais, as empresas, os países, tudo nasce, cresce e se transforma.
O ponto inicial de uma trajetória bem-sucedida, seja como empreendedor solo ou empreendedor corporativo é estudar a realidade que estamos dispostos a encarar. Se estamos num país pobre não será conveniente oferecermos Rolls-Royce com desconto, ou vender esquis de última geração num quiosque em Copacabana, ou falarmos seis idiomas e trabalharmos numa pizzaria. Então, qual é a caminho das pedras?
Sim, é trabalhar no WOW, ou, “Work On Why”, ou Trabalhe nos “Por Quês”. Sim, está no plural pois dentro da Clientelidade existem quatro “Por quês”, hoje atacaremos o primeiro deles, o WOW 1.
Por que você faz o que faz? Qual é o seu Por Quê? Esse é o WOW 1. Todos nós temos lá no fundo um desejo, uma missão, algo a ser deixado para outras gerações. Ok, muitos de nós usamos somente o cérebro reptiliano, infelizmente. (Lembrando; mesmo que não sejamos simpáticos a essa nomenclatura, nosso cérebro reptiliano é provido de mecanismos que nos fazem reagir a determinadas situações sem muito pensar. Aquilo que Daniel Kahneman denomina rápido em seu livro Rápido e Devagar, esse inconsciente permite que respondamos quanto é 2 vezes 3, sem pensar. Ou seja, o cálculo 2 vezes 3 se mistura dentro de uma zona cerebral onde as decisões são tomadas para satisfazer necessidades básicas, sentimos fome, sentimos sede, sentimos medo, corremos do perigo, etc. executamos todas essas atividades com base em reflexos.)
Bem, alguns de nós passam a vida encarcerados dentro do cérebro reptiliano sem utilizar o córtex o que diminui ou praticamente zera nossas chances de sermos um artista naquilo que nos propusemos a fazer.
E qual seria, então, o WOW 1? Como saber qual é nossa missão? Vamos responder no formato de um exercício curto e prático. Suponha que eu seja o feliz proprietário de uma próspera marmoraria e saiba que você irá vir a óbito em 4 dias (meus pêsames). Diante dessa situação e de minhas possibilidades limitadas para evitar esse triste fato, ofereço-lhe gratuitamente a sua lápide em mármore Carrara. (Aqui caberia uma propaganda da marmoraria especializada em lápides: “Morra com alegria com a nossa Marmoraria”).
Toda promoção, brindes, milésimo freguês, e até o The Wall do Caldeirão do Huck é preciso fazer algo para ter direito ao prêmio. Nossas condições são duas, a primeira muito simples: Você deverá escolher entre as cores do nosso mármore Carrara: branco ou azul-cinza. Fácil? Superado esse primeiro obstáculo segue o fosso, a segunda condição é mais complexa e como “temos” 4 dias restantes até o seu total desaparecimento, seria muito conveniente e necessário que você deixasse por escrito o que deseja que a nossa marmoraria escreva em sua lápide.
Observe que os tweets já eram praticados por nossos ancestrais, ou seja, uma lápide deve conter poucos caracteres. Você poderá escrever simplesmente data de nascimento e data de desaparecimento, mas convenhamos o legado não será dos mais brilhantes. Todavia acredito que você deseja que o seu tweet seja compartilhado em muitos twitters.
Essa ação responderá o WOW 1, e talvez, seja o mais importante dos demais “Por Quês” a serem respondidos dentro da Clientelidade (Clientelidade é igual ao cliente diante da realidade dele). A marmoraria espera que seus próximos 4 dias sejam de muitas realizações e aguarda seu tweet.
Vale salientar que se a frase a ser escrita em sua lápide estiver alinhada com o propósito da empresa que você trabalha as chances de sucesso aumentam.
(Matéria publicada no jornal Tribuna Liberal página 03) em 17/11/2019
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