O PIB Brasil 2019.
O PIB brasileiro registrou um segundo trimestre de crescimento de 0,4%, resultado melhor do que o esperado pelos analistas que aguardavam 0,2%. Como ficaram os empresários? Digamos, que o humor melhorou, o que não implica afirmar que os negócios melhoraram. Afinal podemos nos levantar mais animados para encarar o dia sem que nossa conta bancária tenha sofrido qualquer incremento.
Para nossa alegria o setor da construção puxou os índices para cima, sabemos que a construção civil e o segmento de limpeza são áreas de entrada para o trabalhador não qualificado, ou seja, esse foi um bom sinal. A construção apresentou em julho um saldo positivo entre admissões e demissões de 18.721 novos postos segundo o Caged.
O humor dos empresários melhorou, pois, a curva voltou a apontar para cima, o que significa uma tangente positiva, no entanto, o mercado não espera nenhum crescimento importante para 2019 acima de 1%, o que é um desempenho medíocre quando comparado aos países emergentes. E, para 2020 caímos de 2,80% para 2,10% – de qualquer maneira se se concretizar essa previsão para 2020 o próximo ano já seria muito melhor que 2019.
Feiras Empresariais.
As feiras para negócios no Brasil mostram um bom desempenho. As empresas estão expondo, muitas delas atualizadas com o mundo lá fora, o público tem comparecido atrás de informação e conhecimento. Muitas das pessoas presentes participam dos treinamentos e workshops. No entanto, paramos por aqui, os negócios realizados são fracos. Ou seja, há expectativas, mas a economia continua estagnada e ninguém sabe ao certo quando o governo conseguirá reverter esse quadro.
Impostos.
O sr. Paulo Guedes se prepara para enviar ao Congresso 2 projetos, um para uma nova CPMF e a Carteira Verde Amarela que reduz direitos trabalhistas em troca da desoneração tributária para estimular a geração de empregos, o modelo abre espaço para a adoção da capitalização.
Para se entender de economia no Brasil não é preciso ser economista. O governo gasta muito e possui uma dívida pública de 79% do PIB, considerando que o nosso PIB é de 6,7 trilhões de reais, devemos 79% do PIB, então, devemos, 5,3 trilhões de reais – não consigo imaginar o que seja isso?!?!? Temos uma reserva em dólares, herança das vacas gordas das vendas das comodities, cerca de 1,2 trilhões de reais. Se o governo vender alguns dólares ele derruba a dívida pública. Melhora, mas não resolve. O que é preciso é diminuir os gastos públicos. Simples assim, se não fosse o corporativismo. Mas, não devemos nos surpreender se o governo vender dólares até dezembro de 2019 para baixar a dívida pública.
De qualquer maneira o governo está gastando menos, em julho de 2018 o resultado negativo foi de R$ 3,401 bilhões e em julho de 2019 R$ 1, 402 bilhões.
Imagine o que daria para fazer em termos de obras com um único mês de juros pagos? Se o governo paga 600 bilhões de reais por ano, em 1 mês deve pagar 50 bilhões de reais. A empresa Rumo quando venceu a concessão da ferrovia Norte-Sul deu um lance de R$ 2,719 bilhões. A previdência social representa 23% da dívida pública, enquanto os juros e amortizações representam 44% da dívida pública. Portanto, sem conhecer de economia devemos/deveríamos atacar a dívida pública. É lógico que se não temos ambiente político e um direcionamento claro de como fazê-lo, a solução é partir para a Reforma da Previdência, é por isso que temos tanta gente inconformada com essa Reforma. Mas, não há muito o que fazer, passado esse tsunami, depois virá a Reforma Fiscal, e depois o governo terá que se debruçar sobre essa dívida e entender melhor quem são os vilões da máquina pública. É lógico que não é possível dar um calote, o que foi gasto, foi gasto! Inês é morta, mas se queremos organizar o país esse tema deverá estar na pauta. Diminuindo a dívida pública podemos voltar a investir, o que não temos feito.
Mas, a reforma tributária está na pauta! Sim, está, todavia, há um consenso que ela deverá desburocratizar a arrecadação, já diminuir os impostos uhhhhh!?!??! E é bom o empresário ficar de olho, pois, mesmo mantendo-se o valor final da arrecadação idêntico, o impacto em cada segmento poderá ser muito diferente devido aos contorcionismos. Assim, o setor de serviços poderá sair lá na frente com sua sacola de impostos mais pesada.
A indústria.
A representatividade da indústria junto ao PIB vem caindo, esse fenômeno tem ocorrido em todo o planeta, pois, vende-se mais serviços do que produtos. O problema é que no Brasil essa participação cai mais fortemente em comparação com os demais países. Segundo o IBGE a produção industrial caiu 0,3% de junho para julho. Se comparamos com julho de 2018 caímos 2,5%. Esse resultado indica que a indústria caiu 1,3% no acumulado em 12 meses. Em 2019, a produção é 1,7% menor em comparação ao período de 7 meses de 2018. Além disso estamos com 77,7% de utilização da capacidade instalada com ajuste sazonal, ou seja, a indústria pode produzir 23% a mais sem se preocupar com muitas contratações.
E o que devemos fazer?
O empresário deve se diferenciar, infelizmente o pequeno e médio giram suas empresas de maneira tão enxuta que mal conseguem pensar naquilo que estão executando. No entanto, é preciso pensar no “por quê” estão executando.
É um pouco da prática da Neotenia, um adulto com o comportamento de criança perguntando os por quês disso, ou os por quês daquilo! Se o empresário não se perguntar, alguém em alguma garagem escondida mundo a fora fará essa pergunta e poderá operacionalizar uma ideia que irá matar o negócio dele.
Hoje em dia ter as respostas não é o mais importante, o importante é saber fazer as perguntas corretas. E toda boa pergunta começa com um Porquê? E se você for realmente um dos bons como diria o Warren Berger você pode complementar essa pergunta: E, Se….
Berger comenta em seu livro que todas as mães normalmente ao receberem seus filhos que retornam da escola após o término das aulas diárias, perguntam: -O que você aprendeu hoje meu filho? Os garotos, orgulhosos podem responder: -A tabuada do 5, mãe. E todos ficam felizes.
Berger escreve que a mãe do físico Isidor Isaac Rabi, ganhador do Nobel de Física, lhe perguntava no retorno diário da escola:
– “Izzy, você fez uma boa pergunta hoje?” (Continua na próxima semana).
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