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Da porteira para fora (120) – Jornal Tribuna Liberal de 15/09/2019 – O CEO Sumiu!

Sim, o CEO pode se ausentar, mas como fica a gestão na sua ausência? Alguns colaboradores podem afirmar que a empresa “roda” melhor. O próprio Domenico de Masi em o Ócio Criativo sustenta a tese que o CEO trabalha produtivamente poucas horas por dia e, se utiliza das demais horas diárias para criar ruídos na organização.

Alguns CEOs ao se ausentarem deixam em seu lugar o vice, vejamos o caso do presidente do Brasil, sr. Jair Bolsonaro, que foi operado de uma hérnia incisional em São Paulo e o vice assumiu, o general Hamilton Mourão, que declarou iria optar por evitar decisões polêmicas até o retorno do titular.

E numa empresa, como isso funciona? O que acontece quando o CEO está fora? O substituto evita decisões polêmicas até que o “chefão” retorne? Esse procedimento é bom para a empresa?

Primeiramente devemos estar cônscios que o mundo mudou! Na érea analógica o vice fazia todo sentido. Qualquer viagem praticamente deixava o viajante incomunicável. Hoje, o fulano vai fazer uma cirurgia e pode tuitar do banheiro. Ou seja, ele está totalmente “plugado” podendo dar ordens que contrariam o vice e deixando-o sob constrangimento. Em outras palavras o CEO não sai de combate, ele está ali a espreita, via “mobile”, e-mail, Twitter etc.

Agora, suponhamos que o CEO realmente se ausente fique “fora de combate”, o que deverá fazer o vice? Aqui podemos dividir os CEOs em bons e maus CEOs.

Os maus CEOs são aqueles que administram sem uma linha mestra, sem um Norte, as decisões ocorrem conforme as situações aparecem. Substituir esse CEO significa impor uma nova metodologia de trabalho, uma nova agenda, mesmo porque não havia uma metodologia cristalinamente implantada.

Os bons CEOs possuem dois pontos fundamentais, um planejamento estratégico e um pensamento estratégico.

O planejamento estratégico tem a ver com análise de dados, separação de metas, passos lógicos e racionais. Já o pensamento estratégico trata da visão, de ver e antever.

Num exemplo, sobre pensamento estratégico, no apagar das luzes em 2018 os japoneses possuíam 305 robôs para cada 10.000 habitantes, e o Brasil 11. Há dúvidas de como é o pensamento estratégico dos japoneses? Ou seja, está claro a substituição massiva da mão de obra por robôs quando o trabalho é repetitivo. Há dúvidas se a indústria de dados mundial se torna a cada dia mais valiosa que a indústria petroleira? Acreditamos que não!

Sabemos que as empresas estatais brasileiras se endividaram nos últimos anos. Sabemos que os subsídios aos grandes grupos empresariais foram incrementados de 3% do PIB para 6,7% do PIB. Sabemos que os Fundos de Pensão estão quebrados. Sabemos que o BNDES emprestou dinheiro a taxa de juros negativa. Sabemos que o brasileiro está diante de uma perda de renda per capita visível a olho nu. Sabemos que muitos estados brasileiros nocauteados pelas dívidas e sem lastro, ainda assim, foram autorizados legalmente a contrair crédito. Sabemos que para negociar com mais de 30 partidos políticos é uma batalha hercúlea em qualquer parte do planeta. Sabemos que precisamos de 4 a 5 brasileiros para produzir o mesmo que um americano do Norte, ou seja, temos uma baixíssima produtividade. Sabemos que estamos ficando mais velhos a cada dia. Sabemos que para aliviar a dura realidade muitos de nossos comandantes desejam quebrar a regra de ouro. Sabemos que nossas indústrias estão com uma taxa de ociosidade na casa dos 23%, ou seja, podem produzir mais. Sabemos que o Brasil tributa sem dó o lucro das empresas que operam em lucro real em comparação com o resto do mundo. Sabemos que alguns movimentos foram e estão sendo feitos, mas sabemos que o emprego é raro em 2019.

E, a pergunta aguda que permanece é: Há um pensamento estratégico para o Brasil de hoje? Qual deve ser a nossa rota? (Continua na próxima semana).

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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