Se você é um CEO coloque atenção nos detalhes, ali está o perigo, não haja de forma atabalhoada e rápida. Pense, reflita, escute opiniões. O diabo não perdoa e muitas vezes ao deixar passar um detalhe, isso poderá lhe custar muito caro.
Recentemente o autor Adam Grant escreveu no LinkedIn: “We listen too much to people who think fast and shallow, and too little to people who think slow and deep. Being quick on their feet may make them sound smart, but it does not mean they´re wise.” Numa tradução livre seria: “Ouvimos muito as pessoas que pensam rápido e superficialmente, e muito pouco as pessoas que pensam devagar e com profundidade. Ser rápido em seus próprios pés pode fazê-lo parecer inteligente, mas isso não significa que seja sábio.”
O segredo para evitar os diabinhos é ter dúvidas, e aqui entra o “Por Quê”, por que isso? Por que aquilo? Duvidar, estudar e escolher um caminho é ascender o facho de luz numa direção com alta probabilidade de ser a mais assertiva no longo prazo.
Vamos a alguns exemplos históricos:
Gabriel
Esse senhor de origem ítalo-americana foi um gângster, envolveu-se em diversas atividades ilícitas e criminosas. O curriculum é extenso, passa por jogos de apostas, agiotagem, prostituição, contrabando e comércio de bebidas alcóolicas proibidas à época etc. Seu apelido devido a uma briga de infância que lhe rendeu uma cicatriz no rosto era “scarface”.
Pois bem, a mais alta corte dos Estados Unidos havia criado um precedente no caso de c. Sullivan que embora tivesse igualmente feito fortuna como o nosso Gabriel, ou seja, ilegalmente, foi e deveria estar sujeito as leis locais de Impostos sobre a Renda. Assim, de olho na fortuna de Gabriel o departamento de Imposto de Renda colocou a lupa nas operações financeiras do sr. Gabriel. Não havia indícios dos ganhos ilegais, todavia, o seu advogado preocupado com o fato de o sr. Gabriel não pagar impostos construiu planilhas sobre os ganhos dele e calculou os impostos que obviamente não foram pagos. Estava ali a prova do crime (foram encontradas), tudo documentado em papel de pão, e por tal, o sr. Gabriel foi preso e condenado a onze anos de prisão, após oito anos encarcerado, já com a sua saúde debilitada por inúmeras doenças ele foi solto e morreu oito anos mais tarde em sua residência na Florida. Se separarmos o crime contra o IR, seria factível defendê-lo e porque não o absolver! O sr. Alphonse Gabriel também ficou conhecido mundo a fora por “Al Capone”. O diabinho estava ali, mesmo numa época que não havia planilhas eletrônicas.
Sra. Dilma
Suponha a seguinte situação, o seu salário é de $ 5.000,00 (cinco mil reais por mês) e, por alguma razão, você fez uma promessa para seu cônjuge que irá gastar exatamente esses $ 5.000,00, não irá ultrapassar esse limite!
Passados trinta dias seus gastos somaram $ 6.500,00, ou seja, $ 1.500,00 a mais daquilo que tinha sido acordado. O que você fez? Foi ao banco e pediu $ 1.500,00 reais em empréstimos, considerou aquele dinheiro como uma entrada no seu caixa e fechou as contas do mês. Seu conjunge desapontado com o fato pediu o divórcio. É óbvio que seu curriculum era pouco recomendável até ali, todavia, os 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) era a morada do diabo.
O governo Dilma seguiu a mesma lógica dos relatado acima com os $ 5.000,00 (cinco mil reais) interferiu o quanto pôde na economia (preços administrados, “acordos”, juros, subsídios etc.), e sobre essa pilha se comprometeu a manter o superávit primário fiscal do governo.
Gastando mais do que podia recorreu aos bancos do próprio governo e emprestou dinheiro, considerou esse dinheiro como uma entrada no caixa, e manteve o superávit fiscal. Aí sugiram diversos nomes interessantes para essa operação bancária oficialmente documentada, contabilidade criativa, pedalada fiscal etc. Pois bem, a sra. Dilma não foi presa em Alcatraz, mas caiu por conta das tais pedaladas. Se olharmos para as pedaladas isoladamente ou para a dívida junto ao IR de o sr. Al Capone, ou mesmo os $ 1.500,00 dispendidos a maior no mês, arriscaríamos dizer que podemos defender cada um dos envolvidos, ou se preferirem que eles foram vítimas de golpe. No caso da sra. Dilma os argumentos podem ser ainda mais fortes, pois, seus antecessores usaram em algumas oportunidades do mesmo expediente. O diabo esteve ali presente nos empréstimos oficiais do próprio governo.
Sr. Collor
Suponha que você possua uma empresa, e que o tesoureiro dessa empresa seja seu amigo particular. Você chama-o, fornece-lhe o objetivo da empresa e lhe dá carta branca. Lembremos que um tesoureiro como em todas as empresas cumprirá metas que se suplantadas atingirão o objetivo traçado em sua diretriz. As metas são numéricas e o objetivo um ideal a ser atingido. Assim, funciona ou deveria funcionar em todas as empresas. O CEO deve dar o Norte e o time deve remar junto. Aliás escrevi um guia para facilitar o Norte a ser dado pelos CEO´s em tempos de turbulência, quem tiver curiosidade veja o link https://hotm.art/cOIYPC
Seu tesoureiro para fazer frente a todos os compromissos, que não são poucos, cria contas fantasmas e com elas faz pagamentos, digamos, pouco recomendáveis. Até que um belo dia é preciso pagar um veículo sucessor da Panorama, uma potente Fiat Elba. Vale dizer que esse modelo vinha em duas versões, ambas copiadas do Fiat Prêmio, uma de 59 possantes cavalos e outra na versão 1.5 a etanol com nada menos do que 71 cavalos na versão CS, um sonho de “consumo”, o veículo pode ser encontrado, hoje, nos bairros mais vulneráveis e muitas vezes com outras utilidades, exemplo, abrigo para galinhas. E lá foi um desses cheques com fundos, mas de uma conta corrente fantasma emitido pelo seu tesoureiro que podemos inclusive nominá-lo, o sr. PC Farias.
Nós poderíamos defender qualquer um que comprasse uma Fiat Elba e fosse condenado a um impeachment, podemos também denominar que se tratou de um golpe. Por que não? Digamos, que a CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito de 1982 foi demasiada tendenciosa ao julgar essa compra ilegal, e convenhamos; O que muitos dirão no futuro: “É uma irresponsabilidade derrubar um governo pelo tema de um Fiat Elba!”
É, …. a paralisia diante de qualquer situação não é recomendada, e muito menos decisões precipitadas, portanto, prestar atenção nos detalhes deve evitar grandes dissabores futuros!
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