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Da porteira para fora (196) – Jornal Tribuna Liberal de 07/03/2021– Cabeças-Duras.

Países são compostos por pessoas e muitas delas são “cabeças-duras”.

Ok, mirar o passado não é um bom conselho, principalmente no Brasil onde existem diversas versões sobre o passado, e uma das questões mais difíceis é fazer previsões sobre o amanhã.

No entanto, podemos olhar para os países que conseguem ou estão conseguindo sair de uma situação de pobreza absoluta passando a atingir a renda média, podemos canibalizar. Por que não? O que eles fizeram? Se estudarmos a literatura encontraremos alguns trabalhos muito interessantes, deixo no rodapé uma dica de ouro sobre esse tema.

Em linhas gerais sabemos que os países que iniciaram suas trajetórias com a agricultura, alguns permaneceram ou permanecem ali parados e outros diversificaram e conseguiram melhores resultados (diversificação). Num exemplo, a Argentina produz alimentos para alimentar 10 Argentinas, mas centenas de milhares de argentinos passam fome, lá diversificação é igual a zero!

Obviamente o Brasil foi e é um dos países que se vangloria de ter uma agricultura imbatível, sem perceber que há pouca sofisticação na sua agricultura, então, pode ser copiada e é uma ilusão “achar” que o mundo depende da nossa soja ou petróleo. Ou seja, o Brasil está parado, enquanto, países que tiveram de enfrentar muitas dificuldades, inclusive guerras, já aprenderam a lição e nos abandonaram, exemplo, o Vietnã já exporta mais que o Brasil.

Países que perceberam a necessidade de manter a agricultura e diversificar seu leque de produtos são os que melhor apresentam desempenho. Ou seja, eles aproveitaram os recursos advindos da agricultura e investiram na produção de outros bens e serviços. Como? Com uma visão/plano de governo! Infelizmente não temos.

E, aqueles países que atualmente percorrem essa estrada nesses novos segmentos estão encostados na fronteira do conhecimento, produzindo bens e serviços de última geração cada vez mais sofisticados.

Assim, a sugestão é:

  1. Brasil, diversifique seu leque de produtos e serviços, não dependa somente da agricultura e poucas ilhas heroicas de excelência espalhadas pelo país.
  2. Brasil, utilize-se de suas instituições como outros países assim o fizeram para atingir níveis mais altos de qualidade de vida para o seu povo.
  3. Brasil, não se desfaça de seus centros de pesquisas, mesmo que eles precisem de verbas do governo.
  4. Brasil, aproxime as universidades das empresas nacionais e exija que forças armadas, SUS etc. façam suas compras de empresas nacionais.
  5. Brasil, para aquelas empresas nacionais que porventura estejam sendo “privilegiadas” com essas compras locais exija uma contrapartida. Qual? Números crescente de exportação. Por quê? Porque quem exporta é bom lá fora! É gente que sabe brigar com os grandes!

Obviamente o Brasil segue na direção oposta e os exemplos passam na TV todos os dias. Ou melhor, o Brasil não mudou (regrediu) sua pauta de produção desde os anos 80, e essa política nos trouxe até o atraso atual. Nossa recuperação econômica ao sair dessa pandemia SARS – 2 será em Y deitado, ou seja, poucos sobreviverão.

 

 

Quanto ao pequeno e médio empresário, sim, encontramos diversas “cabeças-duras”. Aqui a sugestão é similar, diversificação focada. O pequeno e médio empresário quando seu negócio vai bem, ou seja, quando ele obtém bons lucros, ele entende que diversificar é a melhor opção e normalmente assim o faz. Resultado: Quebra a Cara.

Por que ele erra? Quando um empresário encontra um nicho onde ele consegue obter algum lucro isso lhe traz algumas conclusões erradas:

  1. Ele se “acha” muito bom, praticamente um gênio. Assim, se ele pular para outro segmento de mercado, atraído por maiores lucros, ele terá ainda mais sucesso. Errado. Cada mercado possui suas nuanças e ao mudar para outro segmento ou anexá-lo ao negócio traz muitos ruídos. E, o empresário não possui experiência necessária para essa aventura, na maioria das vezes acaba quebrando (ou machucando bastante) seu negócio lucrativo.
  2. Um empresário que possui duas, três, … empresas diversificadas, exemplo, uma empresa de produção de software, uma pequena construtora, e um comércio de roupas femininas, mostra em seu portifólio a pouca ou nenhuma sinergia entre as opções escolhidas. A consequência dessas escolhas mal feitas é o gasto de energia gerando calor e a diminuição de lucratividade ou mesmo falência.

O pequeno e médio empresário pode diversificar? Sim. Como? Escolhendo criteriosamente atividades complementares ao seu negócio lucrativo. Se ele possui uma empresa de software quais são os limites de sua atuação, o que ele pode fazer na franja de seu mercado? As escolhas não são simples, mas são criteriosas e a sinergia entre os negócios proporcionará a ele um lucro maior na venda de produtos e mesmo na eventual venda de suas empresas.

Ref.: “The Atlas of Economic Complexity é um livro de economia publicado em 2011 por Ricardo Hausmann, César A. Hidalgo, Sebastián Bustos, Michele Coscia, Sarah Chung, Juan Jimenez, Alexandre Simões e Muhammed A. Yıldırım. Ele tenta medir a quantidade de conhecimento produtivo que cada país possui, criando visualizações das diferenças entre as economias nacionais.”

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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