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Da porteira para fora (221) – Jornal Tribuna Liberal de 22/08/2021– Escolha de Projetos 3!

Continuamos escolhendo um projeto e deixando a receita válida para qualquer outro negócio, business etc..

Nos artigos anteriores pontuamos:

  1. Use o VPL para escolher um projeto.
  2. Use o “gatilho mental”, STOP! STOP! STOP!, ou seja, diga três vezes STOP! e continue as contas. Gatilhos mentais são muito usados no campo da neurociência, aqui sugerimos que o nosso leitor crie o STOP!STOP!STOP! como um gatilho mental no cálculo do VPL dentro do Excel. Ou seja, nosso cérebro ao receber esse input fará a rotina que está lá pré-estabelecida, assim, não erramos o cálculo. É uma maneira segura de driblar o nosso próprio cérebro.
  3. Tanto o Excel como a HP 12C são duas maravilhas da natureza humana, no entanto, há diferenças entre essas ferramentas.
  4. Dica de ouro: A fórmula disponível no Excel para o cálculo do VPL não contempla o valor na data zero. Portanto, se calcularmos o VPL na HP 12C e depois no Excel diretamente os valores não serão coincidentes? O que fazer? Devemos ajustar a fórmula do Excel? Sim. Como? Inserindo o valor de entrada ou saída na data zero na fórmula disponibilizada pelo sr. Gates no Excel (esse valor varia de projeto para projeto).
  5. Se usarmos a HP 12C para o cálculo do VPL é preciso fazer correção na fórmula? Não. A HP 12C considera o valor na data zero. Ponto. Problema: a HP 12C possui um único visor, é muito mais difícil para nós (humanos) conferir os valores de entrada e saída, assim, quando a máquina apresenta em seu visor ERROR somos induzidos a pensar que erramos e, nem sempre é assim.

A  pergunta que cabe nesse momento é: Podemos criar um ou mais exemplos? Sim. Ou, Quais as três principais variáveis devemos calcular para optar por um projeto (a) ou um projeto (b)?

Obviamente existem muitas variáveis que influenciam na escolha de um projeto, por exemplo, restrições de mão de obra, restrições de recursos etc.. No entanto, para dar o 1º passo é preciso executar 03 cálculos seguindo uma determinada sequência prévia, são eles: 1º  VPL, 2º TIR e 3º Pay Back. Então, de posse do fluxo de caixa executamos os cálculos.

Por que o cálculo do VPL deve vir em 1º lugar? Porque no cálculo do VPL – Valor Presente Líquido, esse “líquido” se refere ao desconto que devemos fazer de nosso investimento inicial. Então, precisamos saber fundamentalmente se após os investimentos e respectivos retornos de capital se o VPL é positivo ou não! Comentamos em parágrafos anteriores que o Excel não considera o valor investido na data zero para cálculo do VPL.

Então, calculamos o VPL …se for positivo, ok, dará lucro, se for negativo, uhh, dará “prejuízo”. Será? Esse é, então, o 1º passo e o mais importante.

Exemplo para cálculo de VPL; supondo que o investidor estipulou um retorno de 15% ao ano.

Data zero Investimos 100.000,00 reais
Ano 1 Recebemos 18.000,00 reais
Ano 2 Recebemos 20.000,00 reais
Ano 3 Recebemos 21.000,00 reais
Ano 4 Recebemos 22.500,00 reais
Ano 5 Recebemos 20.500,00 reais + venda dos ativos por 80.000,00. Total recebido no final do projeto 100.500,00 reais

Sabemos que o VPL de 18.000,00 levado a valor presente a uma taxa de 15% é igual a 18.000,00 / (1 + 15%), o que é uma conta muito trabalhosa. Para os 20.000,00 ao trazê-lo a valor presente a conta é pior; 20.000,00 / (1 + 15%)2, 21.000,00 / (1 + 15)3 ………..assim por diante.

Quando escrevemos VPL, esse L é de líquido, é preciso descontar o investimento inicial, é o quanto sobra no bolso. Quando o VPL der negativo isso significa que ele não nos retornará os valores que projetamos inicialmente, ou seja, não podemos interpretar que o projeto seja um “desastre”, ele simplesmente não irá retornar o projetado. Nesse caso precisamos avaliar o que ele retornará e, julgar se é um desastre ou se é aceitável.

Então, vamos de HP 12C, já que o fluxo de caixa é muito simples, na prática dificilmente encontraremos esse mamão com açúcar.

f CLX Deve aparece o “c” no visor  
100.000,00 CHS g CF0
18.000,00   g Cfj
20.000,00   g CFj
21.000,00   g CFj
22.500,00   g CFj
100.500,00   g CFj
15   i
f (amarelo)   PV
Pronto, ela retornará o PV    
PV 7.413,598  

Esse resultado significa que investimos num projeto a uma taxa de 15%, recebemos os 15% e ainda sobrou no caixa 7.413, 59. Ou seja, se tivéssemos investido 107.413,59 teríamos ao final do quinto ano tido um ganho de 15% ao ano. O projeto se mostrou viável diante de nossas expectativas, observar que se trata de uma projeção para entrar ou não entrar, mas sem ela o resto é “chute”. Fizemos esse cálculo na HP 12C, mas ele é trabalhoso e na prática sabemos que os fluxos de caixas são muito mais complexos. Então, vamos verificar o comportamento desse mesmo projeto no Excel.

Como já mencionado o Excel calcula o VP, mas não calcula o VPL; e o nosso interesse é no VPL. Portanto, há uma diferença entre o Valor Presente – VP e o Valor Presente Líquido – VPL. E, teremos que ajustar a fórmula do Excel. Em outras palavras, o Excel considera o fluxo de caixa na data 1 e não considera o fluxo de caixa na data 0.

Então, em “fx” no Excel escrevemos = VPL e ele nos pede a taxa; (ponto e virgula e pede o Fluxo de Caixa), no Fluxo de caixa colocamos os valores, agora, vamos ao nosso gatilho mental STOP!STOP!STOP! e somamos o valor da data zero na unha. Observe que, agora, o Excel retornou o mesmo valor da HP 12C.

Já que chegamos nos conceitos vamos calcular alguns exemplo para projetos sem atingir a TIR projetada e também como é possível encontrar duas TIR´s distintas para o mesmo projeto. Continuamos na próxima semana.

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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