Vamos lembrar…A União Soviética se dissolveu em 26 de dezembro de 1991, ali foi reconhecida a independência das antigas repúblicas soviéticas. No dia anterior, o presidente soviético sr. Mikhail Gorbachev, renunciou, e entregou seus poderes – incluindo o controle dos códigos dos armamentos nucleares para o sr. Boris Iéltsin.
A coisa “Boa” para nós foi que com a dissolução da URSS também tivemos o fim da Guerra Fria, mas depois fomos aprendendo que os EUA continuariam avançando sobre a Rússia, entre outras nações. Muitas dessas repúblicas, agora, independente se afastaram da Rússia e se juntaram à Organização do Tratado Norte (OTAN) e outras preferiram a Rússia.
Vamos lembrar…Em 1998 temos um divisor de águas, a Guerra de Kosovo. Aqui tivemos uma assimetria de forças, a OTAN entrou forte demonstrando a força do império, defendendo os separatistas. Uma guerra dentro da Sérvia, os kosovares estavam sendo massacrados pelo governo da Sérvia, então, sob a bandeira dos direitos humanos, os EUA entraram no conflito defendendo o exército dos rebeldes a KLA ( Kosovo Liberation Army, uma milícia separatista de etnia albanesa), foram 76 de guerra, 24 de março de 1999 a 10 de junho de 1999.
Estátua do ex-presidente Bill Clinton em Pristina – Kosovo.
Vamos lembrar….Essa encampada da guerra pela OTAN, foi vista naquela época como um ato arbitrário do império (EUA) contra a Sérvia, e é lembrado até os dias de hoje pelo sr. Vladimir Putin. Aqui, começa o que estamos vendo hoje na TV, ou seja, a guerra da Ucrânia.
Vamos lembrar….A ONU não aprovou essa guerra deflagrada pela OTAN, mas…o saldo foram 13.500 pessoas mortas, além de 1.000.000 de kosovares refugiados por aí.
Vamos lembrar ….O Kosovo declarou sua independência da Sérvia unilateralmente em 17 de fevereiro de 2008 e foi reconhecida por diversos países, exemplo, EUA e Reino Unido. O Brasil? Bem, o Brasil não reconhece a independência de Kosovo.
Vamos lembrar… Nessa mesma data de 17 de fevereiro de 2008 a Rússia, a China, a Espanha e a Sérvia se opuseram a essa independência de Kosovo. Agora, imaginemos se a Rússia e a China aceitassem essa independência! O que será que ocorreria em outras localidades do planeta onde havia e há conflitos? Por exemplo, Taiwan. E, a Espanha? Uhhh!
Vamos lembrar…Clausewitz (Nascimento1 de junho de 1780 · Morte16 de novembro de 1831 aos 51 anos na Breslávia), Clausewitz disse: “A Guerra é a Continuação da Política por outros meios.” Num exemplo sobre estudos sobre guerra, poucos de nós se debruçarão sobre o livro “Da Guerra” de Carl von Clausewitz, quando o autor escreve na página 06: “A guerra é um ato de violência planejado com o objetivo de forçar o adversário a executar o nosso desejo.” E, na página 08: “Diz Clausewitz que as guerras reais diferem da guerra abstrata porque as condições idealizadas nunca se verificam. A mobilização de forças não é instantânea; os acontecimentos são governados não apenas por uma causalidade estrita como também pelo acaso; os fatores psicológicos são determinantes de relevo nas decisões tomadas pelos homens etc. Clausewitz agrupa todas estas circunstâncias perturbadoras sob o conceito de “fricção”, alusão óbvia ao conceito análogo invocado na física para explicar a discrepância entre processos mecânicos reais e ideais.”
Vamos lembrar…. Immanuel Kant (Nascimento, Königsberg, 22 de abril de 1724 – Morte – Königsberg 12 de fevereiro de 1804) em “Paz Perpétua” quando na página 06 da primeira parte o autor escreve: “Os exércitos permanentes são uma incessante ameaça de guerra para os outros Estados, visto que estão sempre dispostos e preparados para combater. Os diferentes Estados empenham-se em superar-se uns aos outros em armamento, que aumentam sem cessar. E como, finalmente, os gastos ocasionados pelo exército permanente chegam a tornar a paz ainda mais insuportável do que uma guerra curta, acabam por ser eles próprios a causa de agressões, cujo fim não é outro senão livrar o país do pesadelo dos gastos militares. Acrescente-se a isto que ter pessoas a soldo para que morram ou matem, parece que implica um uso do homem como mera máquina nas mãos de outro — o Estado; o que não é compatível com os direitos da Humanidade na nossa própria pessoa.” Na página 13, Kant escreve: “A paz entre homens que vivem juntos não é um estado natural; o estado natural é principalmente a guerra, quer dizer, um estado em que, mesmo que as hostilidades não tenham sido declaradas, existe uma ameaça constante de rompê-las. Portanto a paz é alguma coisa que deve ser instaurada, pois abster-se de romper as hostilidades não basta para assegurar a paz; e se os que vivem juntos não se derem mútuas garantias — coisa que só no estado civil pode acontecer — é justo que cada um, depois de previamente as ter requerido ao outro, o considere e trate, se lhas negar, como inimigo.”
Vamos lembrar…Em 2014 o ex-secretário de Estado dos EUA previu a guerra na Ucrânia, o senhor Henry Kissinger escreveu sobre ela, por quê? Porque esse senhor, em que pese as críticas que possamos atribuir-lhe, sua visão nunca foi reducionista e de curto prazo, trata-se de um estrategista credenciado a fazer julgamentos sobre política externa, principalmente a americana.
Um dos problemas que temos ao julgar é não conhecer ou não enxergar o ‘todo’. Nós, brasileiros, estamos no ocidente (ok, nem todos concordam, muitos dizem que somos do Sul), e esse fator é fundamental para não entender a guerra. Por quê? Porque poucos de nós leu ou lerá a argumentação dos dois lados (ou terá acesso), o mais provável é que iremos assistir cenas televisivas em canais de língua portuguesa, e leremos algumas manchetes garrafais nos jornais. Esse fanzine intelectual não nos autoriza a dar a cara para bater.
Ou seja, julgar é complexo, e esse que aqui vos escreve não possui a capacidade intelectual para julgar a guerra da Ucrânia, mas busca deixar claro a necessidade de se analisar os ambientes em sua plenitude antes de arriscar algo. E, mais, a morte de inocentes é injustificável.
Vejamos um exemplo menos polêmico. Estamos numa reunião de amigos e comentamos:-Eu não tenho dormido bem, durmo 03 horas por noite e se quero dormir mais um pouco, somente o faço tomando um calmante. Aí, os amigos, todos ocidentais (?), lhe dizem: – Você precisa deitar-se mais cedo. Outro diz: – o segredo é; não leve para o quarto o seu celular e apague todas as luzes. O outro diz: – Não coma muito à noite. O outro diz: -Tome um chá de erva cidreira 45 minutos antes de ir para cama, mas tem que ser exatos 45 minutos, caso contrário não irá funcionar. Já percebemos que teremos uma série de sugestões para dormir bem. Talvez, válidas. Que mal há em implementar algumas delas? Como iremos nos comportar depois desse diálogo? Recebemos um punhado de feedbacks e estamos prontos para decidir o que faremos?
Agora, suponhamos que estejamos na Índia, conversando com amigos esclarecidos e dizemos: -Eu não tenho dormido bem, durmo 03 horas por noite e se quero dormir mais um pouco, somente o faço tomando um calmante. Aí um deles calmamente diz:-Tenha uma boa qualidade de vida durante o dia e você irá ter um repouso restaurador.
Então, o nosso julgamento sobre o porquê dormir mal, mudou?
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