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Da porteira para fora (261) – Jornal Tribuna Liberal de 27/05/2022 –   Parada de ônibus!

Eu saí de casa às 5h:40min. Eu caminhei pelo meu velho e conhecido bairro, agora, são 7h:30min de uma bela manhã. Nesse momento pela calçada que caminho já está aberto o tradicional “Lanchão do Pedrão”. Então, como de outras vezes parei. Sentei-me numa cadeira ao lado de uma mesinha espremida na estreita calçada. O Pedrão lá de dentro me cumprimentou e eu acenei: ‘o de sempre’.

Ali aguardando meu pedido, sentindo o sol de outono, olhei para o outro lado da rua e lá está uma parada de ônibus imóvel que atravessara mais uma noite. Não tarda e chega um candidato. Conheço bem o local e sei que por essa rota só há uma linha de ônibus urbano, a  99.

Ali, sentado, dirijo meu olhar para a parada de ônibus e saboreio a cena. Um sujeito aguardando um ônibus. Vamos combinar, ninguém se dirige a um ponto de ônibus para comprar medicamentos! Como você  classificaria aquele sujeito? Um lobo solitário? Deduzo que ele tem em mente um objetivo claro. Qual? Pegar o 99.

Meu pedido ainda está sendo preparado na cozinha do Pedrão e outro sujeito ocupa a posição de número 2 na fila da parada de ônibus. Como você classificaria essas duas pessoas? Um dupla?

Parte de meu pedido, um suco de laranja, aterrissa em minha mesa. Em poucos minutos, mais e mais indivíduos se alinham na parada de ônibus, agora, são oito pessoas, trabalhadores. Agora, como você os classificaria? Com certeza já não mais se trata de uma dupla! Você os classificaria como um grupo de pessoas? Observamos que eles possuem um objetivo comum:- Pegar o 99. O que me diz?

O 99 está demorando. As pessoas ali paradas expressam ansiedade em seus olhares. O tempo passa… os limites não podem ser mais esticados, compromissos assumidos anteriormente estrebucham. Um dos presentes puxa conversa com os vizinhos de fila. Motivo: óbvio.

Em poucos minutos a interação corre solta. Algumas ideias para sair dali são colocadas, algumas não são aceitas. Se temos muitas ideias, temos conflitos. Conflitos podem ser registrados do outro lado da rua, provavelmente o custo de novas opções para sair dali não é de aceitação unânime.

Será que se uma dessas pessoas assumisse a liderança e impusesse uma única solução o problema teria sido resolvido mais rapidamente? Talvez! Essa solução proposta por um único indivíduo seria melhor do que a solução acordada pelo grupo? Essa pergunta sabemos responder. Não, definitivamente não. Soluções tomadas em grupo são sempre melhores do que soluções individuais. Há literatura sobre o tema.

Meu lanche é servido. Saboreio o lanche e a cena! Mais alguns minutos e uma perua de transportes coletivo chega ao local. Lentamente a van engole cada um dos integrantes da fila e… parte.

Olho para o ponto de ônibus e ele está vazio!

Agora, como você classificaria essas pessoas? Um grupo ou um time? Qual a diferença entre as 8 pessoas incialmente alinhadas na parada de ônibus com um objetivo comum definido  e essas mesmas 8 pessoas que contrataram a van com o mesmo objetivo comum definido? Será que o grupo se transformou num time? Qual sua opinião? O que você possui no seu ambiente de trabalho?

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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