Artigos Publicados na Mídia Impressa

Da porteira para fora (266) – Jornal Tribuna Liberal de 03/07/2022 –  Definições Corporativas 2!

Assertivo; Fulano é assertivo. Muitas vezes escrevemos assertivo com ‘c’, ou seja, erradamente. Por quê? Porque usando o “c” implicitamente nosso cérebro nos confunde com o “c’ de certo. E, por tabela, nos faz entender que a pessoa assertiva é aquela que acerta em suas decisões. Esse conceito, embora largamente utilizado no mundo corporativo está errado. Sim, a pessoa assertiva é confiante, defende muito bem suas ideias, é segura. Mas, quantos picaretas não conhecemos durante a nossa trajetória que eram pessoas assertivas e galgaram postos altos nas empresas? Portanto, a pessoa assertiva não implica concluir que ela esteja certa. O fato dela ser assertiva a ajuda a convencer os demais sobre suas posições. Acredito que podemos dizer:- Hitler foi uma pessoa assertiva.

Alto Nível; pensemos num sujeito que terá uma reunião em Moscou com um importante dirigente. Esse sujeito, brasileiro não fala “Bom Dia” em russo, no entanto, ele conhece o assunto que deseja desenvolver nessa reunião. O dirigente russo, por sua vez, nem sabia que no Brasil o idioma falado é o português. Pois bem, lá estão os dois frente a frente, e, claro um intérprete posicionado entre os dois. Esse intérprete podemos denominar de tradutor. Ou seja, ele traduz o que o brasileiro fala para o russo e traduz o que o russo fala para o brasileiro. Aí, eles se entendem e a reunião corre bem.

Concluímos que há uma diferença de nível de entendimento entre o brasileiro e o russo. Vamos, por convenção dizer que o brasileiro está num alto nível, então o russo deverá estar num baixo nível. Sim, porque se eles estivessem no mesmo nível não haveria a necessidade de um intérprete. Certo? E, mais, se eles estivessem no mesmo nível a conversa iria fluir mais rápida. Acontece que não há a mínima possibilidade desse brasileiro aprender russo e muito menos do russo aprender o português.

Agora, troquemos o russo por um computador e o brasileiro por um programador de softwares. Sim, eles precisam de um intérprete para conversar. E, como o linguajar do programador se assemelha ao linguajar que ele realmente fala no dia a dia, dizemos que ele é um especialista em linguagem de “alto nível”. O computador por sua vez só entende a linguagem do zero e um, ou seja, a linguagem de “baixo nível”. E, nós, humanos, não conseguimos usar essa linguagem [0,1], então, colocamos algo entre o programador e o computador. O que? Um interpretador ou um compilador. Ou seja, algo para transformar o que o programador escreve em linguagem que o computador consegue entender e depois retorna o que o computador escreve e transforma para uma linguagem que o programador consegue ler(e, lá n final da linha, o usuário – aqui temos outra definição do mundo corporativo usada por programadores para se referenciar aos usuários, o BIOS (Bicho Ignorante Operando o Sistema) . A palavra compilador é usada no meio corporativo como “Bombril”, possui mil e uma utilidades. Poucos sabem como funciona um compilador, mas é “bonito” usar, como dizem os franceses, “cést la folie = é uma festa”.

BI; Pronuncia-se Bí -Aí, e significa Inteligência de Negócio. E, por alguma razão que desconheço o mundo corporativo atrela o BI à informática. Sim, há empresas de informática, software etc. que se utilizam de inteligência para ganhar mercado, por exemplo, a Dell criou um modelo de negócio que o cliente decide quais os parâmetros de configurações ele deseja para sua máquina. No entanto, uma baiana que venda seu acarajé e esse acarajé seja o mais conhecido de Salvador, por exemplo, o Acarajé da Dinha, será que não existe uma inteligência de negócio por trás dessa fama? É lógico que sim. E, o que há de informática nessa inteligência baiana? Nada, nem por isso não podemos classificá-la de BI. No entanto, parece moda dizer em rodinhas nos escritórios: Bí-Aí, Power Bí-Aí!!! É bonito, mas, normalmente, conduz a conversa para um lado pouco inteligente.

Ecossistema; essa é campeã no mundo corporativo. O termo ecossistema era ou é usado pelas pessoas como algo dentro de um microcosmos onde as coisas estão entrelaçadas e, elas afirmam que deve haver um equilíbrio entre esses agentes. Ocorre que nada, absolutamente nada, está desconectado nesse universo. Pois, é! O fulano vai ao banheiro e faz uso da água, do papel e de um sabonete. Imaginemos mapear esse ecossistema! Ou, olhemos para um poça d’água onde crescem micróbios e o mosquito da Dengue. Alguns definem o ecossistema como um conjunto de características físicas, químicas e biológicas que influenciam a existência de espécies animais e vegetais. Nada contra!

Partamos para o macro para analisar o ecossistema. Hoje, sabemos que o sistema solar possui uma vida útil e que o nosso imponente Sol irá se apagar, ele está girando em torno da Via láctea e numa velocidade estonteante (lembrando esses números malucos que não nos fazem perder o café da manhã e muito menos discutir esse ecossistema: a Terra gira em torno de si mesma e essa velocidade é de 1666 km/h, bem mas ela também gira em torno do Sol a 105.444 km/h. Se isso não bastasse o Sol e seus agregados(nóis) caminhamos a velocidade de 850000 km/h em torno da Via Láctea. Ao levantar pela manhã podemos afirmar:-Hoje estou a milhão por hora). Pois é, particularmente não sei utilizar apropriadamente a palavra “Ecossistema”, mas é bonita, impressiona e recomendo.

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

Comente

Comente

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Categorias

Arquivo

RICCOL Sistemas

Pular para a barra de ferramentas