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Da porteira para fora (272) – Jornal Tribuna Liberal de 14/08/2022– Controle Remoto.

Os autores fazem distinções sobre as atuais gerações, então, é comum escutarmos:- baby boomers, geração: X, geração: Y, geração: Z, millennials,  e mais, há uma diferença entre esses marcos temporais se compararmos os nascidos no Brasil e os lá de fora onde a tecnologia normalmente tem origem. Assim, um nascido lá fora a partir de 1995 poderá estar incluído na geração digital, enquanto, por aqui, na Terra Brasilis podemos considerar 10 anos de atraso, ou seja, os digitais começam a nascer por aqui a partir de 2005. Bem, e os demais? Os nascidos anteriores aos digitais? Os demais, aqueles que tentam acompanhar o que está acontecendo são nominados de “imigrantes digitais”.

Há problemas em ser um imigrante digital? Nenhum, no entanto, a vida desse imigrante é mais confusa, pois, ele viveu grande parte de sua trajetória dentro de um outro tipo de bolha e carrega consigo toda essa estrutura antiga.

Quando eu tinha menos peso e mais cabelo, denominávamos todo aquele oriundo do Oriente Médio de turco, não importava se o fulano havia vindo da Síria, Israel ou Iraque. Podemos denominar esse tema de: ignorância. Pois, é! Ainda, hoje, quando escutamos no Jornal Nacional, “Israel bombardeou mais uma vez instalações militares do Irã na Síria”, pare a TV, “STOP”, e pergunte para aqueles que estão na sala assistindo ao telejornal:- Por que Israel bombardeia a Síria toda semana se não está em guerra contra a Síria? As respostas desencontradas poderão lhe surpreender, para o brasileiro pouco antenado aquilo tudo é uma grande confusão.

No entanto, para escutar sua pergunta antes que alguém baixe o volume da TV, repare no movimento que ele irá fazer. 1.) Ele baixará o volume da TV sem olhar para o teclado do controle remoto? ou 2.) Terá que procurar o botão do volume? Bem, se ele procurar, já estará claro a qual geração ele pertence. Há problemas nisso? Não necessariamente.

O problema é quando temos que aprofundar o tema do mundo tecnológico, aí, como nos bombardeios israelenses a coisa se confunde. Isso é um problema? Sim, aqui temos um problema!!! Por quê? Porque o mundo caminha nessa direção e se não sabemos para onde o mundo caminha podemos estar dando largos passos na direção contrária. Aliás, como nação, é o que temos feito desenfreadamente.

E, para onde caminha o mundo desenvolvido? Bem, temos 03 grandes campos com inúmeras ramificações, que para os leigos são todos “turcos”.

Numa classificação que começa DO MAIS SIMPLES PARA O MAIS COMPLEXO podemos dizer que a “IoT –  Internet das coisas (internet of things)” é o primeiro deles. Por quê? Porque começamos coletar dados das coisas. Assim, um ar-condicionado ou um liquidificador pode nos enviar dados. Para tal, precisamos colocar dentro deles os famosos sensores, ou seja, o fulaninho que sente o que está acontecendo por ali e envia os sinais para alguém mais preparado analisá-los. Portanto, os fabricantes de sensores que os fazem aos milhões encontrarão aplicações das mais diversas. Um sensor num liquidificador poderá nos informar sobre um sobreaquecimento num determinado circuito e sabemos que um equipamento bem monitorado poderá nos informar por quanto tempo ele aguentará. Isso tudo estará dentro de uma palavrinha: ‘turco’, OPS! ‘automação’. Talvez, você não tenha visto aplicação para esse sensor dentro de um motor de um liquidificador, e dirá:- Para que raios me interessa se o liquidificador está ou não no fim de sua vida útil? Mas, imagine que esses sensores estejam dentro de uma turbina General Electric, num avião que acaba de decolar e você é está sentado na poltrona 29. Será que seria importante saber se há um sobreaquecimento em determinada área dessa turbina ou ‘deixa a vida me levar’!

Agora, quem é esse equipamento que fará essa análise? Aqui entra em campo o 2º bloco, as “machines learning”. Sim, elas recebem essas informações vindas de sensores e as analisa dando-nos informações. Ou seja, elas processam dados e os transformam em informações para que os gestores possam tomar decisões mais assertivas.

Agora, suponhamos que desejamos colocar algumas câmeras para coletar rostos de pessoas e analisar se eles possuem determinadas características. Exemplo, colocamos um painel no centro da cidade com um determinado produto de sua empresa e queremos analisar a expressão das pessoas ao olharem para esse painel e com base nessas expressões concluir se as reações são positivas, negativas e o quanto são positivas e o quanto são negativas?

Observe que essa 3ª classificação é mais sofisticada. Por quê? Porque iremos precisar de diversas camadas de informações provenientes dos rostos dessas pessoas. A quantidade de informações sobre o movimento de cada músculo facial poderá facilmente ultrapassar os milhares, pois, se tivermos poucas informações elas nos conduzirão a erros grosseiros. Aqui estamos diante de uma 3ª classificação, o “deep learning”, ou seja, teremos que gerenciar milhões de dados.

Esses três estágios discriminados acima é futurologia? Talvez, para quem acredita que todo mundo árabe seja turco. Em 2021 nas olimpíadas de Tóquio, o Brasil faturou 21 medalhas, sendo 7 de ouro se igualando ao recorde das olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Uma notícia que à época eu coloquei atenção foi que os japoneses sugeriam que os atletas e visitantes não fizessem o “V” da vitória com os dedos. Por quê? Porque as resoluções das câmeras eram de tal sorte que podiam captar as impressões digitais dos sujeitos e usar esses dados para fraudes.

Então, da próxima vez que alguém estiver manuseando um controle remoto de uma TV e você estiver observando, pense: Onde está o Brasil? Onde está a sua empresa? Onde está você?

 

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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