Artigos Publicados na Mídia Impressa

Da porteira para fora (74p) – Jornal Tribuna Liberal de 28/10/2018 – Provocações 16.

Dia de eleições no Brasil, um novo CEO será nomeado.

Definição de “Apoio” ao Novo Governo Brasileiro a partir de 2019; aquele que não governa com base em partidos políticos e sim com base em correntes políticas internas e alinhadas.

Vamos analisar o seguinte cenário: Você é o presidente recém-eleito de uma empresa o CEO (Chefe Executivo de Ofício) e, sua diretoria é formada por 12 diretores, sendo que somente 2 deles o apoiam integralmente em suas ações.

Agora, Suponha:

  1. Que durante a sua gestão você não possuirá autonomia para dispensar nenhum dos 12 diretores.
  2. Que sem a aprovação da maioria da diretoria seus projetos, planos, etc. serão engavetados.

Problema: Como aprovar projetos e instruções internas durante a sua gestão?

O foco de seus diretores poderá não ser exatamente o mesmo que o seu e, isso irá refletir na quantidade e qualidade de projetos aprovados e rejeitados.

Como CEO da empresa supõe-se que você seja hábil principalmente na arte de dialogar e de escutar a outra parte. É provável que você tenha algum sucesso principalmente quando os projetos e estratégias propostas por você não colidam com os interesses particulares de seus comandados.

Aqui haverá uma zona de negociação, ou ZOPA – Zona de Possível Acordo, ou seja, estará na mídia a sua habilidade de conduzir a diretoria para dentro da zona de possível acordo. Para que isso ocorra é preciso que a diretoria tenha interesse na (s) proposta (s) e, que seja avaliado até que ponto eles estarão dispostos a negociar.

A disposição para negociar deve considerar o BATNA – “Best Alternative To a Negotiated Agreement”, ou seja, o BATNA estará dos dois lados, de seu lado e do lado da diretoria. Em linhas gerais trata-se do Plano B tanto para você como CEO como para a Diretoria. Suponha que a partir de um determinado limite a Diretoria não se interesse por negociar, pois ela possui outra (s) alternativa (s) mais vantajosa (s). Então, não passarão daquele ponto. O mesmo irá acontecer com você – CEO, a partir dali é mais aconselhável e prudente deixar a mesa de negociação.

Então até aqui teremos;

  1. Interesse mútuo em negociar questionável.
  2. Limites superiores e limites inferiores tanto para você – CEO como para a Diretoria, definidos.

Conclusão; será uma batalha árdua todos os dias, negociando centímetro a centímetro cada proposta.

Tudo indica que sua permanência como CEO será desgastante com consequências duras para a empresa, pois, a empresa precisa de agilidade e essa variável é tudo o que não estará disponível desde seu primeiro dia de mandato.

A variável agilidade poderá ser um trunfo a ser utilizado na sua gestão. Por quê? Porque enquanto você e a Diretoria discutem, a empresa sofre, empregos são perdidos, participação de mercado se esvaem e, a insatisfação pela gestão será geral.

Você como CEO se esforçará para colocar as propostas no papel, o discurso será de nenhuma valia, a situação pede verbos e não adjetivos. Os ataques à sua pessoa serão engolidos por você como sapos sem Ketchup, desaforos serão levados para casa, você dormirá poucas horas por noite.

Até que um dia cansado de tanto desgaste você – o CEO faz uma pausa, aquieta a mente, mantém a espinha ereta e o coração tranquilo e, se pergunta: Afinal o que resta?

A questão, agora, é: Para aonde ir?

Alternativa A;

É preciso que uma terceira parte conduza essa negociação, alguém imparcial, um juiz. Um especialista em conflitos. Um chefe de gabinete que vá aos diretores e, faça com que suas propostas sejam aprovadas sem que sejam desfiguradas.

Fácil? Não, nada fácil. Você procura ao redor, leva diversos nomes para sua cama em curtas noites de sono. Quem será esse Messias? Pensa, pensa, e, não encontra. Até faz algumas tentativas e os nomes implodem em poucas semanas.

Alternativa B;

Você coloca no papel tudo o que é preciso mudar, um único projeto com diversos capítulos. Aí nomeia diversos chefes de gabinete, um para cada capítulo, e envia-os para negociar com a Diretoria.

Uns caminham bem, outros nem tanto, o tempo urge. As negociações são complexas, técnicos são chamados a todo momento para jogar feixes de luzes nos impasses.

Numa dessas negociações surge uma ideia brilhante, a Diretoria é dividida em 4 grupos, e cada grupo se torna responsável por alguns dos capítulos, se o grupo 1 aprova o capitulo 1, os demais grupos devem seguir a decisão e aprovar sem questionamentos. O trabalho é insano, a Diretoria não está satisfeita.

Alternativa C;

A resposta parece simples, o que precisa ser feito, o caminho que a empresa deve tomar, os segmentos que devem ser alvos de investimentos e normalizações que devem ser definidas, há uma grita geral por soluções em direções coincidentes. Essa grita possui foco; os empregados.

Então, como sair dessa enrascada?

A Solução: Você decide convocar os funcionários e, vai logo dizendo: Amigos, a situação é a seguinte: temos “x” cenários, qual vocês escolhem? Eles gostam de participar da gestão. Essa rotina é implantada, todo mês pergunta-se algo e, os empregados votam. Você e a Diretoria são obrigados a seguir as decisões dos veredictos apurados nos plebiscitos mensais.

Se irá dar certo ou errado é difícil prever, todavia, não haverá reclamação dos empregados. (Continua na próxima semana).

(leia a próxima provocação)

(leia a provocação anterior)

(leia a mesma matéria no Tribuna Liberal)

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

1 Comentário

Comente

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • Bom dia Dr Zero Cost. Grandes diferenças entre um CEO de uma empresa, que é nomeado , para um Presidente da República eleito em uma eleição democrática e popular. Como ele se comportou na campanha, contra forças poderosas e contrárias, sem nada que o credenciasse é chegou até aqui absoluto vencedor. Tenha certeza, se alguém tem todas as condições de governar bem é Bolsonaro.

Categorias

Arquivo

RICCOL Sistemas

Pular para a barra de ferramentas